Discos Fundamentais: D.R.I. - Definition (1992)


Por Luiz Fernando M. Fustini
Colecionador
Collector´s Room

O D.R.I. (Dirty Rotten Imbeciles – “Sujos, Podres e Imbecis”), surgido em Houston (Texas/USA), é responsável por um dos logotipos mais legais e marcantes da história da música pesada.

Sua estréia se deu no ano de 1982 com o bolachão “Dirty Rotten LP”, ainda com um tradicional som sujo e rápido, numa veia bem punk, um verdadeiro clássico do estilo. Mas logo após o segundo full-lenght (“Dealing with It”, de 1985), um dos discos prediletos de Dave Lombardo (batera de Slayer e Grip Inc.), a cena mundial da música pesada iria mudar significativamente com a união do punk/hardcore com o thrash metal.

O álbum “Crossover”, de 1987, batizou o D.R.I., ao lado do clássico “Speak English or Die” do S.O.D. (projeto paralelo de membros do Anthrax junto ao vocalista Billy Milano, que futuramente formaria o excelente M.O.D.), como um dos pais do gênero, que iria se popularizar ainda mais com o Suicidal Tendencies e outras bandas mais “undergrounds,” como o Excel. A rixa entre punks e headbangers finalmente teria seu fim com essa fusão mais do que perfeita na música pesada. Esse movimento refletiu inclusive aqui no Brasil, tendo a frente ninguém menos que os Ratos de Porão, que praticaram este estilo com maestria nos discos “Cada Dia Mais Sujo e Agressivo” (1987), “Brasil” (1989) e “Anarkophobia” (1990).

Voltando ao assunto, o D.R.I. lançaria ainda os clássicos “Four of a Kind” (1988), “Thrash Zone” (1989) e este “Definition” (1992). O que se encontra aqui é o mesmo de sempre: thrash/punk/HC puro, cacetada na orelha, sem descanso ao ouvinte.

Assim como o antecessor “Thrash Zone”, este “Definition” possui excelentes riffs e ótimas linhas de baixo e bateria, tudo isso aliado a uma ótima produção, partes mais cadenciadas, mas sempre com muito peso. Com relação a formação tivemos aqui uma baixa com a saída do batera Felix Griffin (que tocava com a banda desde “Dealing with It”) para a entrada do também excelente Ron Rampy.

Os destaques vão para todo o disco, especialmente “Acid Rain” (essa tem até um videoclipe) e para as demais pauladas como “Tone Deaf” (cuidado com a cabeça na parede), “Guilt Trip” (um riff inicial bem arrastado, tipo Sabbath), “Paying to Play” (pelo nome já deu pra perceber do que se trata, certo?) e “Don´t Ask”. Já “The Application” (minha favorita) é outro destaque a parte. Esta poderia muito bem ser encontrada no “Thrash Zone”, pois se trata de uma puta pancadaria com uma introdução de baixo animal que logo dá espaço a um riff de dilacerar o pescoço! Outra interessante é a cadenciada “Say It” com um riff cadenciado que me lembrou a clássica “Don´t Step On The Grass Sam” (?), do eterno Steppenwolf. Muito legal mesmo!

Enfim, poderia citar com certeza todas as composições, pois todas são excelentes, mas resumindo, para quem gosta de thrash metal de qualidade com doses cavalares de punk e hardcore. é uma bela pedida e não deve nada à trinca clássica de “Crossover”, “Four of a Kind” e “Thrash Zone”.

Apesar de vários representantes ativos na cena, o D.R.I. permanece tranquilamente como uma banda única do estilo, sem dúvida merece o trono e se realmente acabar (não lançam nada desde o pesadão “Full Speed Ahead”, de 1995) irá deixar saudades. Só nos resta mesmo a esperança de que o estupendo guitarrista Spike Cassidy se recupere logo do maldito câncer e bote pra foder novamente!

Imperdível!


“Acid Rain – Smell the rain coming?
Acid Rain – Run for cover now!
Acid Rain – The water is on fire!
Acid Rain!”


Formação:
Kurt Brecht – vocal
Spike Cassidy – guitarras
John Menor – baixo
Ron Rampy – bateria

Faixas:
1. Acid Rain
2. Tone Deaf
3. Guilt Trip
4. Hardball
5. Application
6. Paying to Play
7. Say It
8. Dry Heaves
9. Don't Ask
10. Time Out
11. Let It Go
12. You
13. Target

Site oficial:
http://dirtyrottenimbeciles.com/

Comentários

  1. Grande DRI !!Jamais esperaria ver um post deles aqui.Ouvi pela primeira vez em 89, com um grande amigo meu, acho que eles representaram um marco para os movimentos speed-metal, hardcore, trashcore e afins...(soei muito velho com esses termos ??)

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  2. É isso ai Fustini, bandaça!

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  3. Fala, Fabião!
    Na verdade os caras são os pais do gênero "Thrash Crossover", ou seja, a fusão do Hardcore com o Metal. Outras bandas do estilo: Suicidal Tendencies, Excel, S.O.D., M.O.D. e até mesmo o Anthrax em algumas músicas.

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