Começando a coleção: Blind Guardian


Por Alessandro Cubas
Colecionador

O Começando a Coleção fala hoje do grupo alemão Blind Guardian, um dos mais importantes nomes do power metal. Nosso colaborar Ale Cubas aponta os três discos indicados para quem quer mergulhar no universo repleto de fantasia do conjunto, uma experiência recomendadíssima para quem tem o heavy metal entre seus estilos preferidos.

Follow the Blind (1989) ***1/2

A banda alemã Blind Guardian foi formada por meados de 1984, e após duas demo tapes eles lançaram Battalions Of Fear (1988). Nas resenhas que vocês irão ler a seguir procurei, acima do gosto pessoal, representar algumas fases distintas da banda, começando pelo álbum Follow the Blind, segundo disco da banda, originalmente lançado no ano de 1989.

Nesta primeira fase, que conta com os dois álbuns já citados, com um som bem mais direto e voltado para o power e speed metal, muito mais pesado do que a banda gravaria mais para a frente, mas que já nos traziam alguns clássicos. Mesmo nesta primeira fase o grupo já trazia em suas letras temas baseado na mitologia e nas obras de J.R.R. Tolkien.

Após uma breve introdução entra “Banish From Sanctuary”, um verdadeiro petardo. Follow the Blind tem um clima muito legal, e embora não seja tão trabalhado como as futuras composições, nos mostra o que o Blind Guardian nos reservava. “Hall of the King” começa com um riff super rápido, característica da banda na época, e tem algumas palhetadas que chegam a lembrar o thrash metal. “Valhalla” foi a música mais bem sucedida do disco, e até hoje a banda costuma tocá-la em seus shows, pois ela se tornou um dos clássicos do grupo. Eles também gravaram um divertido cover para “Barbara Ann” e algumas versões do CD também trazem o cover para “Don’t Break the Circle”, da banda Demon, como bônus.

A formação contava com Hansi Kusch (V/B), Andre Olbrich (G), Marcus Siepen (G) e Thomas Stauch (D), line-up esta que durou até o álbum A Night at the Opera de 2002, quando Thomas deixou o grupo, sendo substituído por Frederik Ehmke.

Uma boa dica para conhecer o som da banda antes dela cair de cabeça em temas medievais.

Tales From the Twilight World (1990) ****

Confesso que fiquei indeciso entre escrever sobre este álbum ou seu sucessor, Somewhere Far Beyond, de 1992, porém acabei ficando com o Tales From the Twilight World pois foi o primeiro álbum em que os alemães incorporaram sons mais medievais e temas ainda mais voltados para mitologia e, principalmente, para a obra de Tolkien. Daí para frente seria quase que inevitável falar de Blind Guardian sem citar o autor. Também não posso deixar de citar os refrões gloriosos que a banda desde então incluiria na maioria de suas composições, sem falar no ótimo trabalho das guitarras. Como o próprio Hansi Kürsch confessou, essa mudança de sonoridade seria influência de grupos dos anos setenta que o quarteto estava muito interessada na época.

O álbum abre com a épica “Traveler in Time”, uma das minhas favoritas, com coros empolgantes e uma bela melodia de guitarra em sua introdução. “Welcome to Dying” vem já em seguida, e também possui um refrão marcante. O álbum segue com a rápida instrumental “Weird Dreams”, seguida pela balada épica “Lord of the Rings”. “Goodbye My Friend”, “Lost in the Twilight Hall”, “Tommyknockers”, “Altar 4” e “The Last Candle” completam o repertório do disco, sendo esta última outro clássico destes bardos.

Foi em
Tales From the Twilight World que a banda iniciou sua longa parceria com o desenhista Andreas Marshall, que desenvolvu um belíssimo trabalho com o grupo, fazendo quase todas suas capas desde então.

O álbum seguinte,
Somewhere Far Beyond, também nos presenteia com ótimos momentos e vale a pena ser conferido. Nele encontramos a música “The Bard’s Song – In the Forest”, que é considerado um dos maiores hits dos alemães.

Eu diria que
Tales From the Twilight World foi o álbum que nos apresentou o Blind Guardian como ele é hoje, e é um dos grandes responsáveis pelo sucesso da banda, que hoje é considerada uma das melhores, se não a melhor, em seu estilo, possuindo até mesmo o seu próprio festival, o Blind Guardian Open Air.

Nightfall in Middle-Earth (1998) *****

Agora vou falar um pouco do meu álbum favorito do Blind Guardian. Considero
Nightfall in Middle-Earth, junto com Imaginations From the Other Side, o auge criativo da banda.

A capa traz mais um excelente trabalho de Andreas Marshall e todo o contexto do disco gira em torno das obras
Silmarillion e O Senhor dos Anéis, ambas de autoria de J.R.R. Tolkien. Hoje em dia não é mais nenhuma novidade bandas serem influenciadas pela obra literária de Tolkien, sendo que muitas já tiveram essas influências muito antes que o Blind Guardian, como é o caso do Rush e do Led Zeppelin, porém não há como negar que de todos esses grupos o que se envolveu mais e que melhor representou essas obras foi o Blind Guardian.

A ótima “Into the Storm” é a primeira faixa e abre caminho para outros clássicos, como a bela composição épica “Nightfall”, uma das melhores do play, que segue com “”The Curse of Feanor” e “Blood Tears”, que tem um bom trabalho de vozes. “Mirror Mirror” é outra clássica deste álbum e também uma das músicas mais conhecidas dos alemães. Ainda temos “Noldor (Dead Winter Reigs)”; “Times Stands Still (At the Iron Hill)”, que também é muito boa; “Thorn”, que está entre as melhores do álbum; a pesada “When Sorrow Sang” e “A Dark Passage”. Quase todas essa faixas possuem climas ou pequenas composições acústicas como introdução.

O álbum soa como pura magia, uma verdadeira viagem à Terra-Média!  Se você não conhece o trabalho do grupo comece por este, que é um dos melhores lançamentos da década de noventa, uma obra-prima do heavy metal!


Comentários

  1. obrigado pelo artigo..

    tenho uma gde curiosidade em escutar esta banda, mas não tinha certeza d com qual album começar..

    agora já sei..

    valeu..

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