Começando a coleção: Pantera


Por Alessadro Cubas
Colecionador

O Pantera é uma daquelas bandas que ou você ama ou você odeia. Formada em Dallas no Texas, no ano 1981, na verdade esse grupo dispensa apresentações mas, antes de fazer o som pesado que os tornou populares em todo o mundo, eles lançaram os álbuns Metal Magic (1983), Projects in the Jungle (1984), I Am the Night (1985) e Power Metal (1988), que eram mais voltados para o glam e o hard rock, com os quais os texanos não obtiveram uma boa repercussão.

Cowboys from Hell (1990) ****1/2

Um dos fatores que influenciou para que o grupo tomasse o caminho do som pesado foi a entrada e Phil Anselmo em 1988, substituindo o antigo vocalista, Terrence “Glaze” Lee.

Neste segundo registro com o line-up contando com Phil Anselmo (V), Rex Brown (B), Vinnie Paul (D) e a alma da banda, "Dimebag" Darrel Abbott (G) - que na época ainda usava o nome de Diamond Darrel, começaram a compor um álbum mais voltado ao heavy metal, muitas vezes com passagens thrash, o que definiria o som pesado do quarteto, que futuramente ainda incorporaria a sua música alguma coisinha de hardcore.

O disco começa com a faixa-título, onde podemos destacar, além dos riffs de guitarra, o vocal rasgado de Phil, o que se repete em faixas como “Psycho Holiday”, na animal “Heresy”, “Domination”, “Dhattered” - que no primeiro riff ,que é palhetado super rapidamente, nos lembra as bandas de black metal e vai depois para um excelente heavy metal. 

Outra que podemos elogiar o trabalho de Dimebag é “Medicine Man”, que presenteia nossos ouvidos com riffs pesados e climas. “The Speed” tem um começo acústico que novamente cai nos agressivos riffs do guitarrista. Mas o destaque não só do álbum, mas uma das músicas mais importantes da carreira da banda, com certeza é a faixa “Cemetery Gates”, que conta tanto com belas guitarras acústicas e mais riffs explosivos do mestre Dimebag.

Com esse disco que o Pantera passou a ser reconhecido mundialmente, reconhecimento este que após o lançamento de Vulgar Display of Power, de 1992, passaria a ser uma carreira meteórica.

Vulgar Display of Power (1992) *****

Vulgar Display of Power é o trabalho mais bem sucedido do Pantera. Nele estão os maiores clássicos da banda - aliás acho que quase todas as faixas do disco podem ser consideradas clássicos do heavy metal, já que esse é definitivamente um dos registros mais marcantes da década de noventa.

Mais pesado do que
Cowboys from Hell, este trabalho nos traz mais riffs animalescos, guitarras gritadas, cozinha pesada e precisa e mais um bom trabalho de Phil Anselmo. A produção ficou a cargo de Terry Date (Ozzy, Soundgarden, Overkill), que já havia trabalhado com a banda no álbum anterior. A formação também foi mantida, não só para este CD mas até a dissolução do conjunto por meados de 2003, quando o vocalista pulou do barco.

A arte da capa nos passa o que a audição só vem a nos confirmar: o álbum é uma verdadeira porrada!!!

O play começa com a poderosíssima “Mouth for War” e segue com “A New Level”, faixas que nos mostram todo o peso do Pantera. A próxima música é nada menos que “Walk”, o maior hino já composto pela banda, que nos traz um riff inspiradíssimo de Dimebag, e que em termos de qualidade pode ser posto lado a lado com riffs de Tony Iommi ou Ritchie Blackmore. 

O disco continua com a rápida “Fucking Hostile” e “This Love”, na qual passagens acústicas são intercaladas com um instrumental pesado e gritos de Phil Anselmo. Ainda temos faixas como a rápida “Rise”, “No Good (Attack the Radical)” - onde Vinnie Paul apavora, “Live in a Hole”, Regular People (Conceit)”, "By Demons Be Driven” - outro grande riff e uma melodia bem legal - e “Hollow”, que fecha o petardo.

Talvez o maior clássico que o metal nos apresentou nos anos noventa.

Far Beyond Driven (1994) ****

Como já de rotina,
Far Beyond Driven nos traz mais e mais riffs pesados e trabalhados, seguindo a mesma linha que seu antecessor, talvez com uma produção um pouco mais pesada. Produção inclusive que continuou a cargo de Terry Date, que ainda trabalhou com a banda mais uma vez em The Great Southern Trendkill, de 1996.

Este disco também nos trouxe uma versão limitada em vinil que possui o que era para ser a ilustração original da capa, e que havia sido proposta pelo diretor de arte da gravadora, porém foi rejeitada pelos distribuidores da WEA, que a julgaram muito agressiva.

O som continuava animal, sendo que este trabalho pode até ser considerado como se fosse uma continuação do aclamado
Vulgar Display of Power. A porradaria começa com a violenta “Strength Beyond Strength” e segue com “Becoming”, que é a prova que Dimebag continuava inspiradíssimo, trazendo grandes riffs e um refrão marcante. “5 Minutes Alone” é outro grande destaque, cheia de riffs abafados e a banda se mostrando bastante coesa.

“I’m Broken” também é animal, com um bom trabalho de Phil Anselmo. “Good Friends and a Bottle of Pills” começa com o baixão de Rex Brown e apesar de ser uma música mais cadenciada não perde no peso, e também nos traz uma levada de dois bumbos bem legal. Na sequência ainda temos “Hard Lies, Suken Cheeks”, a fodida “Slaughtered”, “25 Years” também com boas guitarras, “Shedding Skin”, “Use My Third Arm” com levadas variadas, "Throes of Rejection”, e fecha com a inusitada “Planet Caravan”, cover do grande Black Sabbath e que consta originalmente no álbum Paranoid dos ingleses.

Após este registro a banda ainda lançou o rápido
The Great Southern Trendkill; o ao vivo Official Live: 101 Proof, onde boa parte do material é dos discos Vulgar Display of Power e deste Far Beyond Driven; e fechou a sua discografia com Reinventing the Steel, lançado em 2000.

Após a dissolução do grupo cada membro continuou com seus projetos, e foi tocando em um desses projetos, o Damageplan, que Dimebag foi assinado por um estúpido fã sem controle, no dia 08 de dezembro de 2004, história essa que infelizmente todos vocês já devem conhecer.

Alguns fãs ainda sonham e insistem para que a banda volte com outro guitarrista. Um dos nomes mais comentados é o de Zakk Wylde, porém, sem desmerecer o resto do grupo, que são todos excelentes músicos, acho que seria uma verdadeira besteira esta reunião sem o nome mais importante do Pantera, e também um dos grandes da história do rock.

Ficaram aí grandes álbuns desta banda que deve sempre ser lembrada.

Comentários

  1. Só corrigindo,as músicas que você citou do CFH é Shattered e The Sleep :) No todo a tragetória da banda contada aí ficou foda. PANTERA FOREVER \m/

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