Começando a coleção: Red Hot Chili Peppers


Por Alessandro Cubas
Colecionador

O Red Hot Chili Peppers é, inegavelmente, uma das bandas mais influentes, populares e importantes dos últimos dez, quase vinte anos. A mistura de rock com funk executada por esse grupo californiano caiu como uma bomba, batendo forte na cabeça de fãs e outros músicos mundo afora. 

O mega sucesso do ótimo Blood Sugar Sex Magik os projetou ao estrelato, mas a quarteto formado por Anthony Kiedis (vocal), Flea (baixo), John Frusciante (guitarra) e Chad Smith (bateria) tem muito mais a nos oferecer do que apenas esses disco. É o que o nosso colaborador Ale Cubas conta em mais uma edição do Começando a Coleção.

Blood Sugar Sex Magik (1991) ****1/2

Este foi o álbum que apresentou o Red Hot Chili Peppers ao mundo. O sucessor de Mother’s Milk (1989) emplacou vários hits e também foi responsável pela da vinda da banda ao Brasil no ano de 1993, para tocar no Hollywood Rock. No Brasil inclusive músicas como “Give It Away” e “Under the Bridge” tocaram até em novela!

A mistura de rock e funk não era mais novidade para a banda, que já vinha fazendo esta fusão desde os primeiros registros. Porém, este play também nos traz composições mais variadas, que vão de faixas mais rock até as mais funkeadas, bem humoradas e até baladas, além de muitos efeitos de guitarra e os tradicionais slaps do baixista Flea, o que torna sua audição muito interessante.

Os destaques são muitos, além das já citadas “Give It Away”, que contém um solo muito criativo e cheio de efeitos, e “Under the Bridge”, que na verdade é uma apologia à heroína. Também temos a bela “Breaking the Girl”, onde foram gravadas algumas percussões até com canos de metal e talheres; “Suck My Kiss”, a mais pesada do albúm e uma das minhas favoritas; a bela balada “I Could Have Lied”; “Blood Sugar Sex Magik”, com seus riffs cheios de wah-wahs e um forte refrão; a animada “The Greeting Song”; “My Lovely Man” ... bom vou parando por aqui pois acho que o disco inteiro pode ser citado como destaque.

A arte gráfica tanto do vinil como a do CD é bem legal, trazendo fotos das tatuagens dos integrantes, que eram Anthony Kiedis (V), John Frusciante (G), Flea (B) e Chad Smith (D). Uma bandassa! Também não posso deixar de citar a ótima produção de Rick Rubin (Slayer, The Cult), que voltou a trabalhar com o grupo novamente em 1999 no disco Californication.

Uma boa pedida para se ouvir em uma festa, uma viagem ou a qualquer hora do dia.  

One Hot Minute (1995) ****

Apesar de ser um álbum rejeitado por grande parte dos fãs,
One Hot Minute é um grande trabalho do quarteto, trazendo composições um pouco mais voltadas ao rock, o que deve ter sido reflexo da entrada do guitarrista Dave Navarro, que veio do Jane’s Addiction para substituir Frusciante, que na época enfrentava problemas com drogas.

O álbum já começa com a pesada ”Warped”, e segue com o hit do disco, “Aeroplane”, com um excelente trabalho de baixo. A semi-acústica “My Friends” tem um belo solo e também pode ser citada como destaque. Também temos “Coffee Shop” e “One Big Mob”, que são bem agitadas, ou seja, a cara do Chili Peppers. “Walkabout” é a mais voltada ao funk que gravaram neste play. “Falling Into Grace” também é bem interessante, e no meio da música a banda gravou um mantra de Kundalini Yoga, que é uma escola de yoga mais voltada para meditação e respiração e que o baixista Flea buscou como forma de se livrar das drogas, tendo sucesso. Ele continua praticando este tipo de yoga até hoje.

Além do já citado Dave Navarro (G) o resto da formação continuou contando com Anthony Kiedis (V), Flea (B) e Chad Smith (D). Como já citei no começo desta resenha, o álbum é mais voltado ao rock, o que não quer dizer que a banda tenha perdido a identidade, você sempre irá encontrar alguma coisa funk aqui ou ali, é 100% Red Hot Chili Peppers.

Para mim este
One Hot Minute e Blood Sugar Sex Magik são os melhores trabalhos já lançados pelo grupo 

Californication (1999) ****

Californication foi marcado por retornos. Antes de tudo pelo retorno do guitarrista John Frusciante, já recuperado das drogas. Além dele a banda também voltou a trabalhar com o produtor Rick Rubin, e além disso, ou melhor, por consequência disso, o grupo voltou a emplacar vários hits nas rádios e MTVs da vida.

Neste álbum o Red Hot volta a ter mais elementos de funk e abre o play com a explosiva “Around the World”. Frusciante mostrou todo seu bom gosto em músicas como “Parallel Universe” e no solo de “Easily”, demonstrando que para uma boa composição não precisamos tocar umas duzentas notas. “Scar Tissue” antecede “Otherside”, e as duas foram, junto com “Californication”, os maiores hits do disco. Já as faixas “Get On Top” e “I Like Dirt” são as que mais lembram o antigo Red Hot. Como nos discos anteriores são muitos os destaques. Este foi mais um álbum cheio de ótimas faixas, bom trabalho dos músicos e que pode ser ouvido do inicio ao fim sem problemas. Falando em final o álbum termina com a bela acústica “Road Trippin’”.

A formação volta a contar com Anthony Kiedis (V), John Frusciante (G), Flea (B) e Chad Smith (D), a mesma que veio tocar no
Rock in Rio na turnê deste mesmo álbum. Este disco levou o Red Hot Chili Peppers novamente ao auge, lugar de onde nunca deveriam ter saído.

Comentários

  1. Ale, seu texto está bem legal. Eu só tiraria o "One Hot Minute" e colocaria o "By the Way", que gosto mais, mas isso varia de gosto para gosto.

    Abração.

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  2. Ótima resenha, sou um grande fã da banda e de sua história.

    Concordo com o três discos apontados como fundamentais, mas acrescentaria aí o emblemático "Uplift Mofo Party Plan" de 1987, exaltando na história dessa banda (que pra mim é inegavelmente uma das mais importantes da história da música) o falecido guitarrista Hillel Slovak, fundamental para o crescimento de Anthony Kiedis e Flea como músicos.

    Parabéns! E qdo puder, acesse meu blog que tbm é voltado para alguns comentários e artigos sobre música, geralmente. Abraço!

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