Começando a coleção: Slayer


Por Alessandro Cubas
Colecionador

Nuclear Assault, Anthrax, Metallica, Whiplash, Megadeth, Death Angel, Testament, Exodus, Forbidden. Podemos citar inúmeros nomes na cena thrash metal americana, porém poucos, ou talvez nenhum, tenha a credibilidade do Slayer.

Fundada em 1982 na Califórnia por Tom Araya (V/B), Kerry King (G), Jeff Hanneman (G) e Dave Lombardo (D), a banda foi uma das pioneiras dentro do estilo, e desde então nunca esteve inativa, continuando sempre fiel às suas raízes, não mudando muito seu estilo, lançando grandes álbuns e sempre promovendo muita, muita polêmica.

Assim o Slayer cravou seu nome na história do thrash metal, estilo que sem eles não teria a mesma força.

Show No Mercy (1983) ****

Produzido pela própria banda, Show No Mercy, juntamente com o Kill ‘Em All do Metallica, pode ser considerado um dos precursores do thrash da Bay Area, cena esta que se tornou uma das mais importantes em do estilo em todo o mundo.

O track list é uma paulada atrás da outra, começando por “Evil Has No Bopundaries”, que apresenta uma banda pesada e com músicas bem trabalhadas, com muitos riffs e solos avassaladores, o vocal rasgado de Tom Araya, e, é claro, Dave Lombardo destruindo em seu kit de bateria; ou seja, uma verdadeira avalanche era anunciada, e tinha continuidade com “The Antichrist”, novamente com excelentes riffs.

 O trabalho segue com “Die by the Sword”, “Fight Till Death” e “Metal Storm/Face the Slayer” todas com ótimos riffs, nos mostrando o belo conjunto formado pelos guitarristas Kerry King e Jeff Hanneman, dupla que inclusive compôs um dos melhores riffs da banda na próxima faixa, batizada de “Black Magic”, uma das obras-primas do álbum. Ainda temos mais algumas porradas, como “Tormentor”, “The Final Command”, “Crionics” e a faixa-título, “Show No Mercy”.

Tanto liricamente como musicalmente esta fase do Slayer foi muito importante, influenciando futuramente bandas mais extremas, como as de death e black metal.

Reign in Blood (1986) *****

O que falar de um dos maiores, se não o maior, disco de metal de todos os tempos?  Literalmente uma obra-prima do estilo! Lançado originalmente em 1986, um ano após o lançamento do também essencial
Hell Awaits, este foi o principal trabalho já gravado pelo Slayer.

As músicas são curtas, tocadas de forma super rápida e precisa, não dando tempo de o ouvinte descansar seu pescoço. Não sei da onde a banda conseguiu expressar tanta raiva em pouco mais de quarenta minutos. Composto por Kerry King e Jeff Hanneman,
Reign in Blood também marcou a estreia de Rick Rubin (Red Hot Chili Peppers, The Cult, Metallica) como produtor do quarteto, mostrando já de cara um excelente trabalho.

Desde os primeiros riffs da furiosa “Angel of Death” o álbum causa arrepios. O padrão de qualidade ainda segue nos clássicos “Piece by Piece”, “Necrophobic”, “Altar of Sacrifice”, “Jesus Saves”, “Criminally Insane”, “Reborn”, “Epidemic” e “Postmortem”, que possui grandes riffs e antecede o grand finale com o hino “Raining Blood”.

Em uma só palavra: destruidor!!!

Seasons in the Abyss (1990) ****1/2

Fiquei em um beco sem saída para escolher o terceiro disco para integrar esta sessão, pois além de
Seasons in the Abyss ainda haviam os excelentes Hell Awaits de 1985 e o South of Heaven de 1988, que também merecem total destaque na discografia do Slayer.

Seguindo a linha de seu antecessor,
Seasons in the Abyss nos traz músicas um pouco menos aceleradas, o que não quer dizer menos peso. O trabalho da banda continua soando como um vulcão em erupção, mostrando que o tempo e a experiência estavam fazendo muito bem ao grupo.

O play tem início com “War Ensemble” e segue com “Blood Red”, “Spirit in Black”, “Expendable Youth”, “Dead Skin Mask”, “Hallowed Point”, “Skeletons of Society”, “Temptation”, “Born of Fire” e fecha com a excelente faixa-título “Seasons in the Abyss”, que eu considero a melhor do disco.

Este foi o último álbum de estúdio antes da separação da formação original, quando o baterista Dave Lombardo deixou a banda para fundar o Grip Inc., sendo substituído pelo não menos talentoso Paul Bostaph, vindo do Forbidden, e que registrou sua estreia no excelente
Divine Intervention (1994), que apesar de contar com algumas faixas mais diretas é outro trabalho bem pesado e item obrigatório da discografia dos carrascos.

Após os álbuns já citados ainda completam a discografia o polêmico disco com covers de bandas punks,
Undisputed Attitude (1996), que é sim muito bom; o mediano Diabolus in Musica de 1998; God Hates Us All de 2001; e finalmente Christ Illusion de 2006, que marcou o retorno de Dave Lombardo à bateria do conjunto.

Um novo petardo já está preparado para ser lançado ainda este ano, com o sugestivo título de
World Painted Blood. Vamos aguardar e conferir o que o quarteto nos reservou desta vez.

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