A história por trás da capa de "Layla and Other Assorted Love Songs", do Derek and The Dominos


Por Ricardo Seelig
Colecionador
Collector´s Room

Mais que um disco,
Layla and Other Assorted Love Songs é uma grande declaração de amor. Lançado em 01 de novembro de 1970, o álbum é, ao mesmo tempo, o testemunho e o desabafo de Eric Clapton sobre o imenso sentimento que ele sentia por Pattie Boyd, esposa de um de seus melhores amigos, o beatle George Harrison.

Após o final do Cream e o fracasso do Blind Faith, Clapton intensificou o seu vício em drogas, desenvolvendo uma longa, delirante e perigosa paixão pela heroína. Abalado emocionalmente pelo dilema de amar a mulher de seu brother George, Clapton procurou amparo em Ms H durante um longo período. O debut dos Dominos foi gravado por um músico em avançado estado de dependência química e com o coração devastado, e a dor de Clapton pode ser sentida em cada sulco do disco.

Musicalmente,
Layla and Other Assorted Love Songs é um dos pontos altos da carreira de Eric, principalmente pela sua simbiose com Duane Allman. Estão no disco alguns dos solos mais memoráveis de ambos, o que só nos faz lamentar a precoce morte de Duane.


Já a capa do LP é motivo de algumas discussões até hoje. Pintada pelo artista francês Frandsen-de Shonberg, traz uma figura feminina muito parecida com Pattie Boyd parcialmente escondida atrás de um buquê de flores, uma clara metáfora de que as quatorze faixas do disco eram dedicadas a Boyd, como se o álbum duplo fosse o buquê que Clapton, apaixonadíssimo, entregava, em mãos, para a sua amada. Evidentemente, tamanha coincidência entre o conteúdo do álbum, o período da vida de Clapton e a capa do LP dão a entender que Shonberg desenvolveu a arte seguindo as orientações de Eric, mas o fato é que isso nunca ficou muito claro, com uma parcela de estudiosos da obra do guitarrista dizendo que a pintura já existia antes e outra falando que não, que Frandsen seguiu o briefing de Clapton para a sua confecção.

Da mesma forma, é nebuloso o destino que a pintura original tomou com o passar dos anos. De acordo com algumas fontes, a arte original de Shonberg estaria pendurada em uma parede do estúdio particular de George Harrison, que seria o proprietário da tela. Já pessoas mais próximas à Pattie Boyd juram que a ex-esposa de Harrison e Clapton guarda a pintura em sua casa em Londres, mas ninguém sabe dizer se a arte que Pattie possui é a original ou uma cópia. Inclusive a edição de 11 de julho de 1992 de revista inglesa de celebridades
Hello! publicou uma foto da ex-modelo e atualmente fotógrafa posando em frente a um quadro com a arte da capa do clássico disco.

Independente de tudo isso, uma coisa é certa: seja qual for a manifestação artística,
Layla and Other Assorted Love Songs é uma obra imperdível.


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