Filmes sobre Música: More (1969)


Por Ugo Medeiros
Colecionador e Jornalista

Ficha técnica:
Direção – Barbet Schroeder
Roteiro – Barbet Schroeder e Paul Gegauff
Fotografia – Nestor Almendros
Trilha Sonora – Pink Floyd
Elenco – Mimsy Farmer, Klaus Grunberg, Heinz Engelmann e Michael Chanderli

Duração – 116 minutosOs anos sessenta foram conturbados. O mundo estava em ebulição. O filme do diretor alemão Barbet Schroeder retrata com perfeição a contracultura europeia, sem frescuras ou pudores.
More foi concebido como um filme de pura arte que tentava buscar respostas para a mutação de pensamentos dos mais novos. Rodado na França e Espanha, o longa metragem é, de fato, uma produção multicultural, já que ao longo da obra fala-se inglês, espanhol, francês e alemão.


Drogas, sexo e rock’n’roll. Pode parecer um clichê, mas essa frase resume bem o filme, que tem o Pink Floyd como responsável pela trilha sonora. Como um floydmaníaco assumido, tenho o disco homônimo ao filme como um dos meus favoritos. Nesse disco os ingleses apresentam o último resquício da psicodelia. Mas, deixemos a resenha desse álbum para outro dia.

Voltando à sétima arte,
More é perfeito do começo ao fim. Em plena Paris, cidade sede de revoltas estudantis e de movimentos de esquerda, um alemão se apaixona por uma americana, meio a algumas ações ilegais. Consumo deliberado de álcool e maconha, sexo e um mundo a ser descoberto. A estética é belíssima, sem qualquer uso artificial. Nos rostos dos atores ainda havia um ar ingênuo que todo aquele idealismo deixara, mas que, infelizmente, acabaria em pouco tempo.


O casal viaja para Ibiza, onde passa a morar afastado de tudo. Lá, vivem apenas por viver, escutando música, lendo, vivendo da natureza e utilizando drogas. Não demora muito até que a heroína adentre em suas vidas, deixando uma cicatriz aberta e infecciosa. A relação de amor entre os dois é substituída pela necessidade da droga.

Esse não é um típico filme com um final feliz ou que mostra a contracultura de forma romantizada e vendida, como
Hair (1979). More é dramático, lento, ácido e crítico. Uma obra prima do cinema. Se a contracultura faliu, esse filme é preciso em mostrar as razões.

Comentários

  1. eu fiz uma coluna sobre o disco utilizando um livro raro que tenho do Foyd e do Syd onde os membros dissecam várias canções comentando-as.

    gosto muito do disco.

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  2. Ótima resenha do filme, que já tive o prazer de assistir e é muito bom! sua resenha retrata o filme com precisão.
    Ronaldo

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  3. Não assisti o filme ainda, infelizmente, mas tenho a trilha e ela é realmente bem legal.

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  4. Você conhece a proposta que poderá isentar a música brasileira dos impostos?

    A PEC da Música está para ser votada na Câmara e pretende dar à música nacional o mesmo tratamento que já é dado aos livros e revistas: isenção total de impostos, no caso para CD, DVD e, também, formatos digitais.
    Contando com o apoio de artistas, músicos e muitos outros, a proposta, já aprovada em comissão especial, vai a plenário. É aí que você pode ajudar muito!
    Sendo o responsável por um site que aborda o tema, é importantíssimo que você divulgue e informe os leitores, a fim de pressionar os deputados a votar a favor da proposta.
    Qualquer dúvida, estamos à sua disposição pelo email: renata@otavioleite.com.br
    Aproveito para parabenizá-lo pelo seu blog!
    Assista ao debate promovido pela MTV na semana passada:
    http://mtv.uol.com.br/debate/videos/mtv-debate-baixar-o-imposto-aumenta-venda-do-cd-clique-e-assista-na-%C3%ADntegra

    O programa CQC também fala sobre a proposta aqui:
    http://www.youtube.com/watch?v=M_8FJEDdLD4

    Acompanhe: http://twitter.com/otavioleite

    O que saiu na imprensa sobre a proposta:
    http://www.otavioleite.com.br/pesquisa.asp?q=pec+da+musica

    A íntegra da proposta:
    http://www.otavioleite.com.br/conteudo.asp?proposta-de-emenda-a-constituicao-no-98-de-2007-pec-da-musica-2303

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