Entrevista exclusiva - Culver Yu, baterista do Steel Warrior, fala do novo álbum e dos planos da banda


Por Ale Cubas
Colecionador
Amplificando

Heavy metal! Isso mesmo, heavy metal, esse é o estilo que a banda Steel Warrior, de Santa Catarina, vem representando com muito orgulho, tornando-se, nos últimos anos, um dos maiores nomes do estilo em nosso país.

Formada em 1996, a banda conta hoje com Andre Fabian (vocal e guitarra), Boom Yu (guitarra), Anderson Agostinho (baixo) e Culver Yu (bateria), sendo que este último bateu um papo exclusivo com a galera da
Collector’s Room.


Como está sendo a repercussão do tão aguardado Legends?

Começou a repercutir bem agora, visto que desde o lançamento até o primeiro semestre deste ano ficamos no planejamento de enviar o álbum aos veículos de comunicação para ser divulgado, por isso que, na prática, Legends é um trabalho lançado em 2009. Porém, entre os true metalheads que vem acompanhando a banda há anos, assim que o álbum saiu, a galera adquiriu uma quantidade bem razoável através do nosso site e MySpace. O trabalho de divulgação segue, e estamos começando a colher resultados agora.

Para desespero dos fãs, o álbum demorou bastante para sair. Isso foi reflexo da banda ter lançado o disco de forma independente desta vez?

Sim. Quando resolvemos lançar o trabalho desta forma, a bateria já estava gravada. Como optamos por isso, o André começou a construir o estúdio onde foi finalizado todo o álbum, então entre a construção, acabamento e aquisição de novos equipamentos, fora que ninguém da banda vive da música, acabou atrasando todo o processo. Mas foi muito melhor desta forma. Apesar de não ter um suporte de um selo, ao menos temos todo o controle sobre a obra.

A música "Vodu" ganhou um belo vídeoclipe. Como foi sua produção?

A verba para a produção foi curta - aliás, curtíssima -, mas conseguimos fazer um verdadeiro milagre dentro do que queríamos. Utilizamos equipamentos profissionais de produção e edição, num total de 14 pessoas na equipe. Tudo foi feito dentro de um estúdio de fotografia, em apenas um dia. Foi bastante cansativo por causa da pressão do horário, porém o resultado foi mais que satisfatório, considerando os recursos e o tempo. O roteiro do Lorenzo Bonicontro (que produziu o clip "Monster", da banda holandesa The Gathering) e a direção do Diego Dambrowski com certeza contribuíram muito neste processo.

Um dos pontos fortes do Steel Warrior sempre foram os shows - inclusive a banda fez uma boa produção para o show de lançamento do Legends. Além deste show, quais outras apresentações ficaram marcadas na história da banda?

Este show com certeza foi marcante para anunciar o lançamento do Legends. Fizemos uma produção que jamais havíamos feito, como dividir o show em atos separados, focando diferentes fases da carreiras, covers especiais e uma sessão acústica, sem contar da já tradicional troca de instrumentos entre os músicos. E também, pela primeira vez desde sua inauguração, o Teatro Municipal de Itajaí abriu as suas portas para um show deste tipo, ainda mais sendo uma banda de heavy metal, então podemos considerar isso como mais uma vitória conquistada. Creio que todos os shows tem algo diferente, especial, cada um é único, então fica um pouco difícil tentar citar ou lembrar, mas vale dizer, de qualquer forma, que foi uma emoção muito grande poder dividir o palco com o Gamma Ray em 97, e tocar para quase 3.000 loucos agitando no BMU de 2003.

Há planos para voltar a fazer outra turnê européia?

Sem dúvidas, estamos fazendo mais um planejamento, porém desta vez de forma mais profissional e coerente, fechando as datas numa rota mais direta, para evitar idas e voltas.

Agora que vocês já tem três álbuns lançados e estão com um bom número de músicas compostas, dá para dizer quais são as músicas da banda mais aceitas pelos fãs?

Como algumas músicas do Legends já vínhamos tocando há quatro anos, arrisco dizer que dele a "The Witch and The Cross" e "Bang Your Head" são as mais bem aceitas no momento, porém, como a maioria do material do Legends ainda não foi apresentado ao vivo, ainda é cedo dizer. Mas dos trabalhos anteriores não há dúvidas que "Rasalom", "Son of an Eagle" e "Revenge" do Visions from the Mistland, e "Army of the Time", "Your Majesty’s Return" e "Power Metal" do Army of the Time são as que mais agitam a galera.


Após o lançamento de Army of the Time vocês fizeram vários shows contando com o tecladista Paulo Winter. Por que vocês resolveram eliminar novamente os teclados da banda?

Na verdade o Paulo Winter sempre foi um quinto membro e já acompanhava a banda antes do lançamento do Army of the Time - inclusive ele excursionou com a banda na Europa em 2001 -, porém na volta ele saiu, e após o lançamento do álbum retornou, porém depois disso ele não conseguia mais conciliar as atividades dele com as do grupo, então deixou o Steel Warrior em definitivo. Depois disso simplesmente voltamos as origens, ficando como quarteto, pois esta banda é formada por irmãos inseparáveis.

Soube que o Steel Warrior, assim como muitas outras pessoas, também enfrentou grandes problemas com as enchentes que ocorreram em Santa Catarina no final do ano passado. Você poderia comentar a respeito?

Graças que só sofremos algumas perdas materiais e ficamos todos ilhados por praticamente duas semanas, fora isso, nada grave. Consequência ou não da ação do homem, em catástrofes da natureza não podemos fazer muita coisa, foi tudo muito de repente, perdemos amigos e conhecidos, ou amigos e conhecidos que perderam tudo, foi um episódio realmente triste, e na medida que pudemos, ajudamos. Eu inclusive servi de voluntário num abrigo, porém já está tudo superado e tocamos o barco.

Além de tocar no Steel Warrior você ainda toca com as bandas Infektus e Violet Overload, que fazem um som bem diferente do que o do Steel Warrior. Como é trabalhar com estas bandas?

Cada uma tem sua proposta, e cada uma delas é um desafio. Eu, como fã de death metal, sempre quis experimentar tocar algo mais brutal e acabei entrando no Infektus, que está se preparando para gravar seu debut. E a Violet Overload eu fui um dos fundadores e veio da minha veia oriental de gostar muito de j-music. Como também sou muito fã de animes e mangás, acabou servindo como uma ótima proposta, além do que a Violet Overload faz um som de forma muito perfeccionista, o que é um desafio musicalmente para mim. Em todos os casos, estou tocando com meus melhores amigos, além de amadurecimento musical, já que uma banda vai contribuir com a outra, pois são sonoridades completamente distintas, e com certeza não faria nenhum sentido tocar em outra banda de som igual.

Além destes você desenvolve algum outro projeto?

Desenvolvo um projeto social chamado Bateria na Escola, que é incentivado pelo meu endorser KR Custom Drums. É um projeto que visa proporcionar aulas de música através da bateria para alunos das escolas públicas, de forma totalmente gratuita. No ano de 2009 dez alunos foram beneficiados aqui em Blumenau, e pretendo aumentar o número para 2010.

A cena metálica de Santa Catarina é muito produtiva, tendo excelentes bandas em todos os estilos de metal. Além do Steel Warrior, que bandas você destacaria?

Se eu esquecer de citar alguém eles vão bater em mim!!! (risos) Brincadeira à parte, é injusto citar nomes, pois a cena metal catarinense, além de produtiva, é unida, nos damos bem com quase todas as bandas que conhecemos e todos trabalham juntos para fortalecer ainda mais! SC não perde em nada para outros estados, pelo contrário! Claro, sem desmerecer toda cena nacional, que com certeza é uma das melhores e mais guerreiras do mundo.

Como anda a agenda da banda?

Demos o pontapé inicial no show do JB no dia 15/08 e atualmente estamos fechando uma série de datas para futuros shows. Creio que o mais importante deste ano já agendado será a abertura para o Tim Ripper Owens, no dia 21/10 em Blumenau.

Já existem planos para um próximo álbum?

Sim, quando lançamos um já pensamos no próximo. Paralelamente à divulgação do Legends já estamos compondo, pois surgem sempre novas idéias, que aliadas a tecnologia atual em termos de recursos de gravação, facilita as coisas mesmo para quem tem poucos recursos, já que tudo pode ser armazenado e, assim, aos poucos fazemos os arranjos. Planejamos lançar o novo trabalho até 2011.

Gostaria que você citasse dez álbuns que você considera essencial e não podem faltar em nenhuma coleção.

É opinião pessoal hein!!! Sem ordem de preferência.

- Death – Human

- Judas Priest – Painkiller

- Iron Maiden – The Number of the Beast

- Slayer – Reign in Blood

- Running Wild – Under Jolly Roger

- Metallica – Master of Puppets

- Destruction – Eternal Devastation

- Blind Guardian – Somewhere Far Beyond

- Cinderella – Long Cold Winter

- Hypocrisy - Penetralia


Você coleciona álbuns? Qual é o seu formato preferido?

Nunca fui de colecionar, sempre comprei o que me interessava, pois determinado álbum de uma banda pode ser ruim no trabalho seguinte. Compro CDs, pois ocupa menos espaço e eu moro numa gaiola (risos).

Quais são os seus estilos preferidos?

Hard rock, heavy metal, thrash/death Metal, j-music.

Aproximadamente quantos itens você tem em sua coleção?

Não tenho muito não, aproximadamente uns 200 itens.

De que banda você possui mais material?

The Gathering.

Além de álbuns você costuma colecionar mais alguma coisa?

Pratos rachados, além de minhas cuecas e meias furadas, que nunca jogo fora (risos).

Qual o seu item favorito?

Um prato Zildjian K Dark Crash de 18” que tem uma rachadura do meio pro centro, engraçado demais.

A Collector’s Room agradece muito a sua atenção e fica aí um espaço para considerações finais.

Muito obrigado pela oportunidade, e... STAY METAL!!!

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