Led Zeppelin: os 40 anos do segundo disco do grupo


Por Marcos A. M. Cruz
Colecionador
Editor do Whiplash! Rock e Heavy Metal

Indubitavelmente o mais arquetípico grupo de rock pauleira setentista, o Led Zeppelin ficou marcado por sua trajetória meteórica e ao mesmo tempo trágica, além de terem vivido todos os excessos que estão impregnados no imaginário popular sobre os rockeiros (sexo, drogas & rock and roll). Porém, graças a eles, o termo "heavy metal" incorporou-se definitivamente à nomenclatura roqueira.

Provavelmente o trabalho mais heavy da banda, Led Zeppelin II foi gerado em alguns breves intervalos entre um show e outro durante uma corrida turnê norte-americana em 1969, tendo a maioria das faixas sido compostas em quartos de hotéis e gravadas em diversos estúdios nos EUA. Após uma breve pausa em setembro do mesmo ano, reúnem-se no Olympic Studios em Londres para finalizá-lo.

O disco abre com o riff ameaçador de "Whole Lotta Love" - surrupiada de "You Need Love" do repertório do bluesman Willie Dixon - e lá pela metade se transforma numa sequência hipnótica de uivos e ruídos executados no theremim por Jimmy Page (alusão à um orgasmo?). Esta faixa tornou-se (à revelia da banda) o primeiro single lançado, à partir de uma remixagem editada em cerca de 2 minutos.

Prossegue com "What is and What Should Never Be", canção típica do Led pois alterna momentos suaves com intervenções pauleiras. Depois vem o blues lascivo de "The Lemon Song", cuja melodia foi inspirada em "Killing Floor" de Howlin' Wolf, e a letra em "Squeeze My Lemon" de Robert Johnson. Encerra-se o lado A com a primeira parceria Page/Plant - "Thank You" - pungente balada cuja letra foi escrita por Plant para sua esposa, Maureen.

O lado 2 começa novamente com um riff poderoso - "Heartbreaker" -, no qual Jones, tocando um contrabaixo matador, divide a atenção com Page. Na sequência temos "Living Loving Maid", espécie de continuação de "Heartbreaker"; logo após vem "Ramble On", cuja letra foi inspirada pela leitura de
O Senhor dos Anéis, de J.R.R. Tolkien.

Em seguida temos um solo de John Bonham - "Moby Dick" - executada em parte sem as baquetas, e como desfecho outra canção emprestada por Willie Dixon: "Bring It On Home", na qual após uma introdução "light" regada à gaita tocada por Plant a banda manda ver, demonstrando que os músicos estavam plenamente entrosados.

Antes mesmo de ir às lojas em 22 de outubro de 1969, este álbum já tinha cerca de 400 mil pedidos antecipados só nos EUA,. Consequentemente, menos de uma semana após lançado pula da 199ª para a 15ª posição nas paradas, e poucos dias após chega ao segundo lugar, perdendo somente para
Abbey Road, dos Beatles. Esta, porém, seria a última vez que o Zep perderia algo para o Fab Four, pois no decorrer da década de 70 bateriam todos os recordes de público e venda estabelecidos anteriormente.

Soma-se à isto a guitarra tonitruante de Page, os vocais soberbos de Plant, o baixo e os arranjos precisos de Jones, a pegada forte e característica de Bonham, e, principalmente, "Stairway to Heaven", que se tornou um dos principais hinos da década, e têm-se então uma idéia do motivo do Led ter se consolidado como uma das maiores e mais influentes bandas de rock que existiram neste planeta!


Faixas:
A1 Whole Lotta Love 5:33
A2 What Is and What Should Never Be 4:47
A3 The Lemon Song 6:20
A4 Thank You 3:50

B1 Heartbreaker 4:15
B2 Living Loving Maid (She's Just a Woman) 2:40
B3 Ramble On 4:35
B4 Moby Dick 4:25
B5 Bring It on Home 4:19

Comentários

  1. Na minha humilde opinião, simplesmente o melhor de disco de rock de todos os tempos (passados e futuros).
    Abraço!
    Ronaldo

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  2. Ronaldo, realmente esse é um disco pra lá de fundamental. Um dos meus preferidos também.

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  3. O melhor Led - quase ninguém concorda comigo, mas enfim - é o III.
    Mas o II é melhor que o IV e empatado com o I e o Graffiti.

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  4. E respondendo ao Rubão, o que eu mais gosto do Led é o Physical Graffiti.

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