Discos Fundamentais: Scorpions - Tokyo Tapes (1978)


Por Ben Ami Scopinho
Colecionador
Whiplash! Rock e Heavy Metal

O Scorpions tomou forma na Alemanha em 1966, e começou a colocar a partir de 1972 seus sempre bons álbuns no mercado. E, graças à garra de suas composições e performances ensandecidas ao vivo, era um conjunto consagrado em vários países europeus na segunda metade dos anos 70, mesmo com a ascensão do punk derrubando vários gêneros musicais – entre eles o próprio rock pesado.

Em seus cinco primeiros álbuns de estúdio, muito do reconhecimento que o conjunto havia conseguido até então era creditado em grande parte ao criativo guitarrista Ulrich Roth, que não negava suas influências de Jimi Hendrix e aquela sua faceta mística típica do final dos anos 60. Porém, na verdade, o time todo era excelente, contando ainda com o vocalista baixinho Klaus Meine, o outro guitarrista Rudolf Schenker, Francis Buchholz no contrabaixo e Herman Rarebell nas baquetas.

Chegam 1978 e o Scorpions se prepara para sua primeira excursão ao Japão, que era uma nação onde a banda tinha legiões de fãs. Rodaram o país por uma semana divulgando o álbum
Taken by Force, e nos dias 24 e 27 de abril se apresentaram no Sun Plaza Hall, na cidade de Tóquio, registrando as canções que viriam fazer parte de seu primeiro disco ao vivo, chamado Tokyo Tapes, produzido por Dieter Dierks.

Aqui o ritmo das canções é bem mais veloz que as versões de estúdio, mostrando claramente que o habitat natural do Scorpions realmente era o palco, fato comprovado pela admiração dos amantes de discos ao vivo, que consideram
Tokyo Tapes outro dos grandes registros deste período. Muitos de seus clássicos estão presentes, em especial faixas do álbum Virgin Killer, além de uma boa seleção de músicas de seus outros trabalhos. O hino “Steamrock Fever” é um dos grandes destaques, além de um bom solo de bateria em “Top of the Bill”. "He's a Woman, She's a Man", "Polar Nights" (cantada por Ulrich Roth) e "In Trance” mostram as melhores guitarras da banda nos anos 70.

Tokyo Tapes veio consolidar ainda mais a grande fase que o Scorpions estava vivendo, porém, internamente, nem tudo ia bem. Já no álbum Virgin Killer Ulrich Roth vinha mostrando sinais de descontentamento com o direcionamento musical que seus companheiros queriam seguir, soando mais melódico e refinado. Na verdade, o conjunto alemão estava modificando sua música visando o distante e forte mercado norte-americano. E, confirmada esta decisão, Ulrich resolveu por fim deixar o Scorpions e montar o Electric Sun que, mesmo com o grande talento deste guitarrista, teve uma trajetória despercebida das grandes massas.

Com seu próximo álbum,
Lovedrive, o Scorpions começou a reorientar sua música e atingiu seu objetivo, tornando-se uma das maiores bandas de hard rock dos anos oitenta, mas isso já é outra história. O importante aqui é que Tokyo Tapes é o último disco do Scorpions que contou com a presença de Ulrich Roth, considerado um dos maiores nomes em se tratando de guitarristas alemães, marcando também um fim de uma bem sucedida primeira fase da longa carreira da banda.


Faixas:
A1 All Night Long 2:55
A2 Pictured Life 3:04
A3 Backstage Queen 3:30
A4 Polar Nights 6:43
A5 In Trance 5:22

B1 We'll Burn the Sky 8:16
B2 Suspender Love 3:28
B3 In Search of the Peace of Mind 3:00
B4 Fly to the Rainbow 9:23

C1 He's a Woman, She's a Man 5:22
C2 Speedy's Coming 3:21
C3 Top of the Bill 6:39
C4 Hound Dog 1:16
C5 Long Tall Sally 2:09

D1 Steamrock Fever 3:35
D2 Dark Lady 3:34
D3 Kojo No Tsuki 3:09
D4 Robot Man 5:33


Comentários

  1. É desse ábum do 'Scorpions' que estou atrás...E vai ser lá de fora que vou adquirí-lo. Boa matéria...

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