Os 20 álbuns lançados nos anos 2000 que você precisa ter em sua coleção


Por Ricardo Seelig
Colecionador

Mais uma lista na Collector´s Room. Pra começo de conversa, um esclarecimento: o que fizemos aqui é apontar 20 álbuns lançados nos últimos dez anos que você, como apreciador dos bons sons, deve ter em sua coleção. Não procuramos, nem de longe, listar os melhores álbuns da década. O que produzimos foi uma lista despretenciosa, na medida para embalar um bom papo com os amigos.

Então, confira abaixo os 20 álbuns lançados nos anos 2000 que você precisa ter na sua coleção, em ordem cronológica de lançamento:

Iron Maiden - Brave New World (2000)

No final dos anos noventa o Iron Maiden era um arremedo do grupo que havia revolucionado o heavy metal na década anterior, transformando-se em um ícone do estilo. A entrada do vocalista Blaze Bayley e o lançamento de álbuns como o sombrio The X-Factor e o constrangedor Virtual XI estavam levando a carreira da banda pelo ralo. Tudo mudou no dia 10 de fevereiro de 1999, quando Steve Harris e companhia anunciaram ao mundo o retorno do vocalista Bruce Dickinson e do guitarrista Adrian Smith. A prova definitiva chegou às lojas em 29 de maio de 2000. Brave New World renovou o som do Iron Maiden, apresentando-o para uma nova geração de fãs ao mesmo tempo em que reconquistava os admiradores perdidos durante os últimos equivocados anos. O disco trouxe novos clássicos para o repertório da Donzela, como "Wicker Man", "Ghost of the Navigator", "Brave New World" e "Blood Brothers", reconduzindo o sexteto ao posto de maior banda de heavy metal do planeta. Quem assistiu o show do grupo no Rock in Rio em 2001 sabe bem que isso é verdade!

U2 - All That You Can´t Leave Behind (2000)

All That You Can´t Leave Behind inscreve-se com folga na lista dos melhores discos do U2. Após o estranho Zooropa e o controverso Pop, a banda liderada por Bono resolveu mostrar que ainda sabia fazer um álbum pop como poucos. Canções ensolaradas como "Beautiful Day" e "Elevation" dividem espaço com pequenas jóias do quilate de "In a Little While" e "Wild Honey", transformando All That You Can´t Leave Behind em um dos grandes momentos da música nos anos 00.

Avantasia - The Metal Opera (2001)

Se alguém lhe perguntar qual o melhor álbum de heavy metal melódico da história e você responder apontando esse disco, não estará errado. Ainda que o gênero tenha caído em clichês e grupos derivativos nos últimos anos,
The Metal Opera é a prova de que, quando músicos de talento resolvem mostrar serviço, o resultado tem tudo para ser brilhante. E, ainda por cima, o álbum concebido por Tobias Sammet, vocalista do Edguy, trouxe de volta do limbo um dos ícones do estilo, o vocalista Michael Kiske.

Ryan Adams - Gold (2001)

Ryan Adams tomou um pé na bunda de Alanis Morissette, e, para exorcizar seus demônios, gravou um dos grandes álbuns da década. "New York, New York", "Firecracker" e "Answering Bell" fazem você cantar junto, enquanto "La Cienega Just Smiled" é perfeita para ficar olhando para o vazio ao lado de quem você ama. Mas o grande som de
Gold é "Nobody Girl", épico com quase 10 minutos de duração onde Ryan coloca todos os seus demônios para fora, exorcizando o seu coração em uma das grandes canções dos últimos dez anos.

The Flaming Lips - Yoshimi Battles the Pink Robots (2002)

A saga da pequena Yoshimi contra os malvados robôs cor-de-rosa já nasceu clássica. Embalada por fartas doses de psicodelia, a história é contada através de gemas pop como "Fight Test", "Yoshimi Battles the Pink Robots Pt 1", "In the Morning of the Magicians" e "Do You Realize??", em um coquetel sonoro que desce redondo em qualquer fã de boa música. Sensacional!

Coldplay - A Rush of Blood to the Head (2002)

Segundo e melhor CD dos ingleses do Coldplay, A Rush of Blood to the Head é um álbum carregado de emoção. A sonoridade da banda, aqui ainda embalada pelo piano característico do vocalista e líder Chris Martin, conquistou corações e mentes em todo o mundo com jóias como "Clocks" e "Got Put a Smile Upon Your Face". E, como se não fosse o bastante, o álbum conta com uma das mais belas baladas dos anos 2000, "The Scientist". Uma pena que, depois desse disco, Martin tenha começado a se levar a sério demais e o Coldplay desceu ladeira abaixo, mas A Rush of Blood to the Head fica como prova do talento e da inocência desse quarteto inglês.

Grandaddy - Sumday (2003)

Psicodelia pop. Pra lá de pop.
Sumday, quinto álbum do grupo norte-americano Grandaddy, soa como se alguém tivesse tomado um ácido e, ao invés de uma bad trip, tivesse uma good trip. Não tem como explicar, só ouvindo pra entender. Aventure-se, que a satisfação será garantida.

Josh Rouse - 1972 (2003)

O melhor disco desconhecido da década! Quarto trabalho do bardo norte-americano Josh Rouse, 1972 é uma espécie de álbum conceitual sobre o ano em que o seu autor veio ao mundo. Rouse transita com absoluto talento por atmosferas e gêneros musicais que nos levam de volta ao início dos anos setenta, tudo embalado em uma sonoridade vintage deliciosa. Fantástico!

Joss Stone - The Soul Sessions (2003)

Do alto de seus 16 anos, esse inglesinha surpreendeu o mundo em 2003. The Soul Sessions, seu álbum de estreia, além de contar com um repertório pra lá de consistente, mostrou uma cantora cheia de personalidade e muito acima da média. O hit "Super Duper Love" estourou em todo o mundo, enquanto surpresas como a releitura da clássica "Some Kind of Wonderful" e, principalmente, a desconstrução de "Fell in Love With a Boy", do White Stripes, deixaram claro todo o talento de Joss Stone, dando o passo inicial em uma das mais promissoras carreiras da música atual.

System of a Down - Mesmerize (2005)

Um dos álbuns mais originais da década,
Mesmerize foi o responsável por colocar o System of a Down em outro nível, estourando a banda em todo o mundo. Unindo heavy metal às raízes armênicas de seus integrantes, e acrescentando à mistura toda e qualquer outra influência que desse na telha, o quarteto gravou a sua obra definitiva. Pena que depois do lançamento de seu irmão gêmeo Hypnotize a mega exposição tenha levado o quarteto a dar um tempo na carreira. Clássico!

Exodus - Shovel Headed Kill Machine (2005)

Você pode até não concordar comigo, mas para mim este é o melhor álbum de thrash metal lançado nos anos 00. O Exodus, veterano da cena da Bay Area, onde o estilo surgiu nos anos oitenta, gravou outros ótimos discos na década, como
Tempo of the Damned (2004) e The Atrocity Exhibition (2007), mas Shovel Headed Kill Machine, com seus riffs repletos de groove e os vocais animalescos de Rob Dukes, continua imbatível e merece um lugar de destaque em qualquer coleção que se preze.

Wolfmother - Wolfmother (2005)

Pegue a santíssima trindade do hard setentista - Led Zeppelin, Black Sabbath e Deep Purple -, jogue em um caldeirão, misture bem, embale em uma capa antológica e você terá o primeiro álbum desse trio australiano. Riffs cavalares, vocais que transitam entre Ozzy Osbourne e Robert Plant e climas que fazem qualquer roqueiro ortodoxo ter a certeza de que está ouvindo um trabalho gravado na primeira metade dos anos 70. Duvida? Então ouça.

David Gilmour - On an Island (2006)

Na época do lançamento desse disco, um crítico brasileiro escreveu que On an Island valia mais pelos belos solos de David Gilmour do que pelas suas faixas. Basta ouvir o CD para perceber que trata-se de um grande equívoco. Dono de um estilo único, o guitarrista fez em On an Island o seu melhor trabalho solo, agradando em cheio tanto os órfãos fãs do Pink Floyd quanto toda e qualquer pessoa que gosta de música.

Bruce Springsteen - We Shall Overcome: The Seeger Sessions (2006)

Bruce Springsteen reuniu um timaço de feras, presenteou-lhes com instrumentos tradicionais e revisitou a obra de Pete Seeger, um dos grandes compositores e um dos maiores ícones da música folclórica norte-americana. O resultado é um álbum belíssimo, que mostra que uma boa canção tem o poder de não envelhecer jamais.

Arcade Fire - Neon Bible (2007)

Grande parte de crítica prefere o primeiro álbum desse grupo canadense, Funeral, de 2004. Eu já gosto mais do segundo, Neon Bible, com seus órgãos de igreja e canções que se alternam entre a doçura pop e grande doses de melancolia. O fato é que o Arcade Fire gravou dois discos sensacionais, que fizeram cair o queixo de quem ainda acredita que um simples CD tem o poder de tornar o céu mais azul, o dia mais bonito e a vida mais interessante.

Wilco - Sky Blue Sky (2007)

O Wilco foi uma das melhores bandas da década, e Sky Blue Sky é o seu melhor disco. Com ele, o grupo liderado pelo vocalista e guitarrista Jeff Tweedy mostrou que ainda é possível fazer um álbum que fale de sentimentos sem ser piegas e cafona. Perfeito para ouvir quando se está apaixonado, e melhor ainda se você tiver levado um pé na bunda.

Robert Plant & Alison Krauss - Raising Sand (2007)

Raising Sand foi uma grande surpresa. Quando todos esperavam um possível retorno de Robert Plant ao Led Zeppelin, o eterno deus viking surpreendeu com um belíssimo álbum ao lado da não menos bela Alison Krauss. Passeando pelo blues, country e por toda a rica tradição musical norte-americana, Raising Sand é o melhor trabalho de Plant desde Physical Graffiti, de 1975.

Metallica - Death Magnetic (2008)

Após o lançamento do famigerado St Anger (2003), poucos acreditavam que o quarteto liderado por James Hetfield poderia dar a volta por cima e voltar a gravar bons discos. Mas foi justamente isso que aconteceu! Renovados pela entrada do excepcional baixista Robert Trujillo, o Metallica alcançou a redenção em Death Magnetic, provando que ainda tem muita lenha para queimar!

AC/DC - Black Ice (2008)

Black Ice foi apenas o segundo álbum lançado pelo AC/DC nos anos 2000 - o anterior havia sido Stiff Upper Lip, de 2000 -, e matou a sede, a fome e o desejo da imensa legião de fãs que aguardou longos oito anos por um novo álbum do conjunto. Um dos melhores discos de toda a carreira do AC/DC, simples assim.

Comentários

  1. Eu sabia, Daniel ... hehe ...

    Então, pra você, quais seriam os 20?

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  2. Hu,Ricardo, esse U2 é fraco demais. Tirando as três primeiras canções do disco - o U2 sempre faz 3 canção de abertura matadoras - o resto do é de dar sono.

    Está longe de ser memorável. E Zooropa é excelente e é o úktimo grande disco do U2. POP é bom, mas produzido demais o que fez com que soassem meio cru por causa disso. Algumas músicas tiveram até 40 takes e umas 10 mixagens possíveis. Um monstrengo que ficou deformado.

    Os dois últimos de estúdios que vieram depois são lamentáveis, especialmente o novo.

    Mas listas são sempre listas, não?

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  3. Rubão, fraco demais!?!?!?! Então não ouvimos o mesmo disco, porque pra mim é um dos melhores dos caras.

    E os outros, o que você achou?

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  4. Como eu disse tirando as três primeiras canções, é um disco fraco. Algumas como "Kite" e "New York" são absolutamente dispensáveis.

    E 3 em 10 ou 11 canções é muito pouco para quem fez discos primorosos no passado. Fora que a voz do Bono simplesmente é uma vaga lembrança de antes.

    Eu fico à vontade de falar do U2 pq ouço a banda desde 1984 e fiz uma serie de colunas sobre eles.

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  5. Claro Rubão, todo mundo pode ficar à vontade para comentar, afinal ninguém é dono da verdade, apenas temos opiniões diferentes.

    Abraço.

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  6. Bom Ricardo, não sou de ficar detonando gosto e listas de ninguem, eu mesmo gosto de coisas que a maioria abomina. Mas essa lista poderia ser algo como os 2000 discos essenciais dos anos 2000...rs...
    E não to falando por causa de coisas que não conheço como Wilco, Josh House, Ryan Adams, etc...mas justamente dos que conheço e ouvi, caso do Brave New World, Avantasia, Wolfmother e principalmente Death magnetic!!

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  7. Este comentário foi removido pelo autor.

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  8. Bela lista Cadão. Eu teria ainda colocado Twilight of the Thunder God do Amon Amarth.
    Agora vamos aguardar a lista para as decadas de 60, 70, 80 e 90... hehehehehe...

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