Castiga!: Andromeda, uma legítima pérola perdida setentista


Por Marco Antonio Gonçalves
Colecionador
Sinister Salad Musikal

Dentro da linha de bandas obscuras e malditas, vale a pena conhecer este power trio britânico, que lançou este único disco homônimo em 1969 mesclando elementos do rock psicodélico, do progressivo e do hard rock na sua estrutura musical. Constituído em meados de 1967 e liderado pelo vocalista e guitarrista John Du Cann (Attack, Atomic Rooster e Hard Stuff), o Andromeda nessa época contava ainda com os préstimos do baixista Mick Hawksworth (Fuzzy Duck, Ten Years Later) e do baterista Jack Collins. Em 1969, Collins saiu da banda e as baquetas passaram a ser pilotadas por Ian McLane.


Du Cann já havia desenvolvido trabalhos na linha de frente dos não menos desconhecidos e ignorados grupos Attack e Five Day Week Straw People – projeto que gerou um disco conceitual composto pela dupla David Montague e Guy Mascolo
, com tendências psycho-sarcásticas. Aliás, o Five Day era constituído pelo line-up original do Andromeda, o trio Du Cann, Hawkswoth e Collins. Foi aí que o embrião do Andromeda começou a tomar forma. O resultado é esta pequena, e rara, obra-prima.

Mesmo tendo o vinil, lembro que fiquei maluco quando saiu o CD duplo em 2000, contendo todas as músicas do disco original e mais uma porrada de versões alternativas, sobras de estúdio, singles e material ao vivo – inclusive takes raros, resgatados do programa
BBC´s Top Gear, do lendário DJ inglês John Peel.


O CD 1 engloba o período 1969/70 (época da gravação do álbum), e traz a presença de Ian McLane nas baquetas, com exceção de duas faixas. Já o CD 2 traz material raro com gravações de 1967/68, tendo o batera original Jack Collins nos bumbos, menos em três faixas. No total, 34 músicas para satisfazer qualquer bolha garimpeiro que parte em busca do bootleg perdido.

Capa linda, embalando um som da pesada. Ecos daquilo que o Deep Purple fazia na época são audíveis em “Too Old”, “Keep Out Cos I´m Dying” ou nas suítes “Turns to Dust”, “Return to Sanity” e “When to Stop” (o trecho “Journey´s End” é de um tremendo bom gosto). Uma quebradeira de batera, solos precisos de Du Cann e um acompanhamento feroz no baixo.

Mas nem tudo desbanca para a pancadaria. Há espaço para sutilezas como “The Day of the Change” e “I Can Stop the Song”. Escute “Now the Sun Shines” e tente segurar as lágrimas. Como se não bastasse, ainda tem várias inéditas (destaque para “Ode to the Sea”, “Lonely Streets”, “The Lodger” e “Dreamland”).

Quer um conselho bolha? Compre correndo esta belezinha ou baixe o mais rápido possível. Los tímpanos embolorados agradecem.


Comentários

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Não Conhecia o Andromeda, mas fiquei muito curioso. A arte do vinil é linda, e pela empolgação do Marco Antônio, deve ser um discão. Vou tentar encontrar.

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  3. Rigotto,

    Baixe ou compre este disco o quanto antes!!!

    É maravilhoso!!!

    Hard-psicodélico de primeira.

    Parabéns pela descrição do Marco Antonio e pelo post!

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  4. Outra banda de um disco só muito boa é o Bakerloo - o disco, homônimo, data de 69. Hard Blues nos moldes do Cream e Ten Years After, com Dave "Clem" Clempson na guitarra. Na reunião de 1994 do Colosseum ele toca um pequeno trecho deste disco - Luciano

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  5. Falar dessas bandas obscuras, pesquisar sobre esses grupos, é um dos meus mais prazerosos hobbys. Logo logo vem mais coisa boa aqui no site, aguardem.

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  6. Falar dessas bandas obscuras, pesquisar sobre esses grupos, é um dos meus mais prazerosos hobbys. Logo logo vem mais coisa boa aqui no site, aguardem.

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  7. Gosto bastante também, altamente recomendável.

    Saudações,

    Izaias.

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