Collector´s Revisited: Rafael Serrante


Por Ricardo Seelig
Publicitário e Colecionador
Collector´s Room

Comemorando os dois anos do site da Collector´s Room e os cinco anos da estreia da coluna no Whiplash, estamos iniciando uma nova seção. Na Collector´s Revisited iremos bater um papo com os colecionadores que mostraram os seus discos para a gente nos tempos em que a coluna existia apenas no Whiplash. Iremos ver o quanto suas coleções mudaram, cresceram, se transformaram.

Para a estreia da Collector´s Revisited ninguém melhor que Rafael Serrante, o cara que estreou a Collector´s, em setembro de 2005, lá no Whiplash. Para ler a entrevista que fiz com o Serrante naquela época, clique aqui.

Então, acomode-se na cadeira e boa leitura!

Rafael, quando tive a ideia de criar a Collector´s Room, o primeiro colecionador que me veio à cabeça foi você, pois acompanhava – e invejava - a sua coleção do Iron Maiden. A sua entrevista, publicada em setembro de 2005 no Whiplash, foi a primeira de todas e deu início efetivamente à Collector´s Room, sendo o marco zero de tudo isso. O que mudou ao mostrar a sua coleção para um grupo tão grande de pessoas – só pra você ter ideia, a sua entrevista já foi lida por mais de 60 mil pessoas?

E aí galera da
Collector’s Room! Muito legal saber desses números. Na verdade não mudou muita coisa, apenas mais pessoas querendo me conhecer, saber como consegui determinado item, essas coisas. A cada dia o numero de fãs de Iron Maiden se multiplica, até mais que nos anos oitenta. Em consequência disso, mais pessoas se interessam por qualquer coleção que esteja divulgada por aí.

Naquela época, a sua coleção contava com 1.063 CDs, sendo 524 deles do Iron Maiden. Imagina que ela tenha crescido bastante nestes últimos cinco anos. Quantos discos você tem hoje em dia?

Ricardo, parei de contar quantos CDs eu tenho. Todo item que compro eu salvo em um arquivo que tenho gravado no computador. Ou seja, tenho tudo documentado, mas depois de uns anos parei de contar.


A sua coleção ainda é focada primordialmente em itens relacionados ao Iron Maiden ou você iniciou alguma outra coleção dedicada a outro artista neste período?

Eu comecei a colecionar CDs de outras bandas também. Compro toda a discografia na versão japonesa das bandas que curto. Claro que não dá pra ter tudo sempre, até porque tem CDs que não saíram no Japão. Aí eu dou preferência para alguma edição especial, que vem com DVD junto, digipack, box, etc. Ou seja, que tenha algum diferencial a mais. Tenho quase tudo (ou tudo) em CDs japoneses das bandas Annihilator, Anthrax, Arch Enemy, Ark, Bruce Dickinson, Carcass, Death, Death Angel, Destruction, Dream Theater, Exodus, Forbidden, Halford, Helloween, Heathen, King Diamond, Megadeth, Mercyful Fate, Metallica, Nevermore, Overkill, Pantera, Queensryche, Sanctuary, Slayer, etc.

Quando te entrevistei da primeira vez, você me contou que os itens mais valiosos da sua coleção eram o box The First Ten Years japonês e o Disco de Ouro do Piece of Mind que você tinha. Hoje, eles continuam sendo os maiorais do seu acervo ou ganharam a companhia de outros itens tão ou mais desejados?

Sim, do Maiden continuam sendo esses sim, além dos CDs comemorativos.

Você guarda os seus discos da mesma maneira que no passado ou mudou a maneira de organizar a sua coleção?

Ainda guardo da mesma maneira. CDs japoneses dentro de um saquinho e em um suporte próprio para CDs que se encaixam um no outro, formando uma estante.


Imagino que, entre todos os discos que você possui, seus itens favoritos vão variando de tempos em tempos. Quais são, hoje, seus itens favoritos na coleção?

Do Iron Maiden eu dei uma renovada do meu guarda-roupa. Comprei mais camisetas, algumas pólos (oficiais) bem bonitas. Jaquetas também. Gosto bastante da miniatura do Ed Force One (avião), canecas, bonecos do Eddie e CDs comemorativos.

De outras bandas tem vários itens que são meus preferidos, a maioria box sets. Impossível listar tudo! Citando alguns exemplos:

Box Artillery Through the Years
Box Arch enemy: Tyrants of the Rising Sun: Live in Japan
DVD Death: Live in Eindhoven ’98 (para arrecadar fundos para tratamento de Chuck)
O primeiro e segundo CD do fan club do Dream Theater
Exodus: The Atrocity Exhibition Exhibit A (Bloodpacj Edition CD)
Box Exodus: Shovel Headed Tour Machine
Box Megadeth: Warchest
Box Megadeth: Criptic Writings promo autografado pelo Mustaine
Box Nevermore: The Year of the Voyager
Box Iced Earth: Slave to the Dark
Box Slayer : Soundtrack to the Apocalypse - Lacrado

Na época da primeira entrevista você estava atrás de alguns itens que faltavam na sua coleção, como singles japoneses e mexicanos e box promos. Você conseguiu adquirir esses itens durante esse período?

Ainda não. O problema desses itens é que são muito difíceis de encontrar à venda, e quando aparecem é aquela fortuna, e muitos colecionadores participando do leilão. Mas continuo na busca! Ebay é a melhor opção.

Uma das principais características da sua coleção eram as diferentes versões de um mesmo álbum, o que chamou a atenção dos leitores. Você ainda continua com isso? De qual disco você tem mais versões?

Não continuo. Eu vendi várias versões do mesmo disco de estúdio. Só tenho as versão japonesas, que vem com um encarte a mais e com o obi. Tenho também aquela coleção de CDs duplos do Iron Maiden que vem com single e obi preto, e os mini LPs americanos e japoneses. Mas o resto continua comigo e nem penso em vender: singles, tributos, coletâneas, bootlegs, etc.


Durante todo o tempo em que a Collector´s existe entrevistamos vários colecionadores do Iron Maiden. Na sua opinião, porque a banda atrai tantos colecionadores?

Cara, Iron Maiden é uma entidade da música pesada. Difícil explicar. Só quem é fã entende. O último DVD
Flight 666 mostra muito bem isso. A paixão dos fãs é igual a esses fanáticos por futebol. Mas o curioso é que cada vez mais a faixa etária dos fãs vem diminuindo, ou seja, a molecada mais nova está descobrindo a banda.

Na sua opinião, o que torna uma coleção diferenciada?

O próprio nome diz - diferenciado, o que não é normal. Eu acho uma coleção com chinelos, canecas, instrumentos usados pela banda, perfume, até pinball, bem diferente.

Rafael, você não pensa em mostrar a sua coleção em exposições pelo Brasil?

Não é uma má ideia, mas envolve uma série de fatores que tem que ser observados, como local, como os itens serão exposto ao público, etc. Se for aquelas exposições em que todo mundo coloca a mão, acredito que não só eu, mas todo colecionador não vai querer expor!

Concordo contigo nessa última observação. Sei que você já teve contato direto com os integrantes do Iron Maiden, seguindo a banda em suas turnês pelo Brasil. Eles sabem da existência da sua coleção?

Sempre quando tem show do Maiden aqui reúno uma galera de amigos e vamos no hotel em que a banda está hospedada, ou em algum barzinho. É chato chegar pra conversar com eles sem que você não domine o inglês, então procuro não incomodá-los. Apenas tirando uma foto e pegando uns autógrafos eu já fico plenamente satisfeito. Agora, o que tem de fãs pegajosos é brincadeira ... Tem muita gente que não se toca e até deixa alguém da banda em situação constrangedora. Mas voltando a sua pergunta, sei que o Bruce sabe que fui eu que apareço no DVD
Rock in Rio subindo no palco.


Você conhece e tem contato com diversos colecionadores ao redor do mundo. Sabe dizer quem é o maior colecionador de materiais do Iron Maiden do planeta?

É difícil saber quem é o maior, ainda mais em se tratando de uma banda tão grande como é o Iron Maiden. No Brasil, conheço o André Dellamanha. No mundo, tem esse maluco chamado Rasmus, da Dinamarca. Nem vou falar nada,
apenas olhem esse link.

Para quem tem tudo do Maiden como você, o que a banda deveria lançar para atrair a sua atenção, atiçando aquela vontade absurda de comprar um item?

Qualquer disco que eles lançarem eu compro. Mas uma ideia legal é fazer o que o Dream Theater fez em seu último álbum: uma edição especial contendo um ticket, em que o fã poderia achar um ingresso para conhecer a banda antes de algum show. Isso seria ótimo! Imagino que muitos fãs iriam comprar várias unidades disso, apenas pra terem mais chances de achar esse tesouro. Afinal, qual fã não gostaria de conhecer os caras?

Ao longo dos anos foram lançadas diversas versões da discografia do Iron Maiden. Qual é a sua preferida entre todas elas? E em que formato você gostaria de ver os discos da banda relançados?

Minha versão favorita são as réplicas de LP japoneses. São réplicas perfeitas dos antigos LPs, com o mesmo encarte, obis, e tudo. São lindos! O que não acho legal é esse lance de “álbum digitial”, iTunes, etc.

Você ainda conserva a mesma paixão pelo Iron Maiden de quando começou a sua coleção?

Em relação aos discos de estúdio, na minha opinião, eles mudaram bastante – e para pior. Discos como
Dance of Death, A Matter of Life and Death e The Final Frontier nem chegam aos pés de The Number of the Beast, Piece of Mind, Powerslave e Seventh Son of a Seventh Son. Sim, eu sei que a banda não vive do passado, que eles querem renovar e bla bla bla, mas discos como esses que citei são insuperáveis, e hoje eles estão em outro caminho bem diferente.


Que coleção você conheceu, aqui na Collector´s ou em suas andanças, que te fez ficar babando de inveja?

Gosto das entrevistas que são focadas em apenas uma banda. Nela podemos ver diferentes formatos do mesmo artista. Destaco a do
Kiss, Scorpions, Def Leppard, Ozzy, Motley Crue, Bon Jovi e Nazareth.

Qual a importância dos colecionadores para as bandas e para a indústria da música?

Somos nós que mantemos essa indústria viva, não somos? Nem vou entrar na discussão de MP3 x CD original, pois isso não leva a nada. Mas pra mim nada substitui o CD original.

Rafael, obrigado mais uma vez por essa nova entrevista, deixe um recado para os leitores da Collector´s Room.

Eu que agradeço. Parabéns pela Collector’s Room.

Comentários

  1. Eu sempre gosto de ver essas coisas porque acabo vendo que sou erfeitamente normal...
    O tal do Rasmus tem coisas incríveis. Mas ~gostaria de ver a arte que o Derek Riggs fez para o Fear of the Dark e a banda não usou...

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  2. Fernando, não conheço essa arte que o Derek Riggs fez para o Fear of the Dark e foi reprovada. Conheço a arte do Scream for Me Brazil, do Bruce, que ele fez, e que é muito melhor que a capa da piranha que acabou sendo a escolhida.

    Abraço.

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  3. Muito legal essa sessão revisitando os primeiros a serem entrevistados...o Rafael não merece destaque apenas pelo acervo de Maiden, mas pela coleção de outras bandas tb! Parabens pela coleção Rafael!!
    Abraços
    Thiago

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Legal ver q a ideia vingou. Que venham mais entrevistas.

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  6. Gostei da ideia de "revisitar" as coleções da época do whiplash... afinal, 5 anos na vida de um colecionador é muito tempo para "coletar" itens e histórias. Fico no aguardo das próximas...

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  7. Cara, acho demais ser fã do Maiden, não conheço banda que tenha tanto material colecionável. Adoram lançar produtos diferentes. Demais! abraço

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