Best of 2010: os melhores discos do ano na opinião de Ricardo Seelig, editor da Collector´s Room!


Por Ricardo Seelig
Publicitário e Colecionador
Collector´s Room

Como toda lista, essa também não foi fácil de ser feita! Discos entraram, outros saíram, e quando achava que ela estava pronta me lembrava de algum álbum que havia ficado de fora. Mas, enfim, depois de semanas escutando novamente cada um dos discos que pré-selecionei cheguei nos dez abaixo, que na minha opinião são o que melhor aconteceu na música - principalmente no heavy metal - em 2010.

Então leia, concorde, discorde, coloque a boca no trombone e vamos falar sobre esses álbuns nos comentários!

Rotting Christ – Aealo

Um disco magnífico! Os gregos do Rotting Christ gravaram o melhor álbum do ano, uma verdadeira obra-prima do heavy metal! Avalanches de melodia, peso em cada segundo, influências da música tradicional de seu país em composições inspiradas e repletas de personalidade. Se você ainda não ouviu, está aí a trilha sonora dos últimos dias de 2010!

Accept – Blood of the Nations

O retorno do ano! Accept sem Udo Dirkschneider, e o baixinho não faz a menor falta! Mark Tornillo assume a voz, enquanto a dupla Wolf Hoffmann e Peter Baltes dá as cartas em composições excelentes, dignas da rica história do grupo alemão. O anúncio do álbum veiculado nas revistas especializadas brasileiras diz que não é uma coletânea, mas sim o novo disco do Accept. Realmente não é uma coletânea, mas o tracklist afiadíssimo e a altíssima qualidade das faixas transmite a sensação de que estamos ouvindo uma compilação de hits e não um álbum de inéditas. Obrigatório!

Triptykon – Eparistera Daimones

A nova banda de Tom Warrior, ex-Celtic Frost, pariu um álbum complexo, inovador, único e atordoante! Heavy metal pesadíssimo, repleto de riffs que beiram o doom e faixas que trilham caminhos sempre surpreendentes. Espetacular é pouco!

Soilwork – The Panic Broadcast

O guitarrista e produtor Peter Wichers retornou ao grupo, e o Soilwork reencontrou o seu caminho! Um álbum coeso, que une inovação e heavy metal na medida certa. Um desfile de faixas grudentas que impressiona, e desde já um dos melhores trabalhos da carreira dos suecos, ao lado do clássico Natural Born Chaos, de 2002. Compre!

Avenged Sevenfold – Nightmare

Hard rock dos bons, com excelentes refrãos e melodias pra lá de inspiradas. Pra completar, Mike Portnoy na bateria, respirando fora do Dream Theater e gostando tanto da experiência que resolveu sair da banda que criou! Nightmare é um discaço, bom do início ao fim, mas que, infelizmente, vai passar batido pela maioria dos fãs de heavy metal por puro preconceito. Abra a sua cabeça, aperte o play e ouça no talo um dos melhores CDs de 2010!

Sandália de Prata – Samba Pesado

Quando recebi esse disco, não imaginava o que iria ouvir. Depois de escutá-lo pela primeira vez, tive certeza de que ele me acompanharia por um bom tempo! Samba Pesado é um excelente trabalho que lança novos ares sobre o samba, mostrando que ele pode soar atual sem perder as suas características clássicas. Malandragem, balanço e sensualidade na medida certa!

Witchery – Witchkrieg

O disco mais viciante de 2010! Metal inspirado, grudento, que puxa você para dentro de um universo paralelo repleto de peso e agressividade. Eric Legion, ex-Marduk, assumiu o comando dos vocais da banda e deu outra dimensão ao som. De quebra, participações especiais de nomes como Kerry King, Gary Holt e Hank Shermann dão a dimensão do estrago. Se você ainda não tem, tá na hora de comprar!

Orphaned Land – The Never Ending Way of ORwarriOR

Uma banda única, vivendo o ápice de sua criatividade! Esse é o Orphaned Land de The Never Ending Way of ORwarriOR. Heavy metal, elementos folclóricos, características de progressivo, jazz e folk em um disco estupendo! Ouça, impressione-se e fique de queixo caído!

Nevermore – The Obsidian Conspiracy

O Nevermore tornou a sua música mais direta e menos complexa em The Obsidian Conspiracy, sucessor do sensacional This Godless Endeavor, de 2005. O resultado é um álbum que mantém a categoria dos norte-americanos, carregado de um heavy metal potente, cristalino e reluzente. Pra ouvir no talo até os vizinhos reclamarem!

Immolation – Majesty and Decay

Um dos ícones do death metal norte-americano retorna depois de três anos de silêncio com um de seus melhores trabalhos! Majesty and Decay traz um death épico e hipnótico, traduzido em uma experiência sonora atordoante. Ouça e comprove!

Destaques positivos:


Além desses discos, tenho que mencionar também os excelentes novos trabalhos do Crazy Lixx (New Religion), David Rock Feinstein (Bitten by the Beast, incluindo a última música gravada por Ronnie James Dio, “Metal Will Never Die”), Iron Maiden (The Final Frontier), Ozzy Osbourne (com o surpreendente e moderno Scream), Skyforger (Kurbads), Slash, Blind Guardian (At the Edge of Time), Zeca Baleiro (a dupla Concerto e Trilhas) e Korzus (Discipline of Hate), além do espetacular DVD Beyond the Lighted Stage, que conta a história do Rush.

O ano foi bom, a música está viva, é só deixar ela chegar até você!

Comentários

  1. A lista do Cadão não me trouxe surpresas! Para quem acompanhou as resenhas feitas por ele no blog, ficou totalmente coerente com o que foi escrito ao longo do ano. E como estas listas são totalmente baseadas em gosto pessoal de quem escolhe, não se pode nem dizer que este ou aquele deveria estar ou não na lista... por isso cada um fez a sua, e tantos discos diferentes foram citados...
    Particularmente, gostei bastante do Soilwork, mas o Avenged Sevenfold (que, confesso, escutei só por causa do Portnoy) definitivamente não faz o tipo de som que eu gosto de ouvir... Rotting Christ, Witchery, Immolation e o Triptykon são um pouco mais pesados do que eu gostaria (mas de vez em quando caem bem!), e o Nevermore normalmente já entra em campo com o jogo ganho...

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  2. Quanda a primeira lista foi publicada eu disse: ''na do cadão vai ter sandália de prata''. Dito e feito. Também pensei que teria o Avenged Sevenfold, mas nao tinha muita certeza.

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  3. Ninguém falou nada do Le Noise de Neil Young, alguem gostou ?

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  4. Rocky, eu não ouvi esse disco do Neil Young. Quem ouviu e gosto muito do Le Noise foi o Maurício Rigotto.

    Aqui no site tem uma resenha sobre ele, você já leu?

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  5. Cadão, muito legal a lista. Não conheço todos, mas vou conferir.
    Achei o Aealo do disco de heavy metal que eu tanto buscava. Original, pesado tanto no som quanto no clima, criativo e o melhor: eles conseguiram reproduzir na música o clima da temática do disco. O ouvinte entra dentro da história como se fosse parte dela. Isso só os grandes clássicos são capazes. O disco ainda não é clássico, mas tem requisitos para isso.

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  6. Leandro, realmente o Aealo é um disco sensacional, original e pra lá de cativante. Se eu pudesse dar um conselho para todo mundo, recomendaria que ouvissem esse álbum ao menos uma vez para conferirem toda a sua magnitude.

    Abraço, e valeu pelo comentário!

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  7. Mica, o Avenged Sevenfold é um hard rock legal, com músicas mais complexas do que aparentam ser. Gostei bastante do disco!

    O Rotting Christ é fenomenal, o Witchery é viciante. O Triptykon é bem avant-garde, e por isso mesmo muito bom. E o Immolation é um senhor álbum de death metal.

    O do Nevermore estranhei no início, mas depois vi que é um baita disco, tanto que deveria ter dado uma nota maior para ele na resenha que escrevi.

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  8. Cadão, é que essas coisas mais ligadas ao death ou ao black (mais "extremas" enfim) eu não consigo ouvir com muita frequência... é o tipo de som que tenho que ter "hora e lugar" para ouvir... se não não desce nos ouvidos...

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  9. Este disco do Triptykon é o tipo de som que mais tem me atraido ultimamente. Só não entrou na lista que eu fiz na comunidade pq eu não tenho o original, apenas o MP3. E é muito bom, assim como o novo do Orphaned Land.

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  10. Cadão, ser eclético tudo bem. Mas "samba pesado" vc forçou um pouquinho, não acha? rsrsrs...
    Tem um disco que acabou de sair e ninguem citou, sendo que pra mim é o disco do ano: DIO - At Donington UK live 83 & 87. É simplesmente fantástico, quem ainda não ouvi, corra!!! Dio era o cara. Pra mim o Dio está para o Heavy Metal assim como o Senna está para a F1, se é que entenderam a comparação. Abraços.

    Marcelo Bernardes

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  11. Marcelo, o pessoal não citou esse pq eles decidiram q não valia colocar disco ao vivo ou coletânea.

    Dois que eu descobri a pouco tempo:

    Black Angel - Phosphene Dream.
    Essa banda é fodona, inspira-se em bandas como Velvet Underground (o nome veio da música Black Angel Death Song) e 13 Floor Elevators. É cheio de variações no andamento, ácido e rústico. Vale a pena dar uma ouvida.

    Tame Impala - Innerspeaker
    Esse ainda não ouvi direito, só duas vezes, mas é muito bom também, e eu vi agora, o kid vinil escreveu sobre ele em seu blog. A capa é linda, coisa de louco.

    Ah, cadão, o Mathias prefere sandália de prata ou Rooting Christ ? rs

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  12. Gostava muito do Accept lá por volta de 1985. Como todos estão mencionando bem esse cd, vou procurar nas lojas.

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  13. Marcelo, o disco do Dio não entrou porque decidimos não incluir álbuns ao vivo nem coletâneas nessa retrospectiva.

    Estou com um review desse disco do Dio praticamente pronto, e ele deve ir ao ar semana que vem aqui no site, então não deixe de conferir.

    E André, esse último CD do Accept está realmente matador, você não irá se decepcionar.

    Abraço!

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  14. Relançamentos não contam não ??????
    Bitches Brew foi um dos melhores desse ano
    Abraços

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  15. Não Fábio. Relançamentos, coletâneas e ao vivo não contam, porque não trazem material inédito.

    Abraço.

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  16. Gostei da lista, Cadão. Alguns, inclusive, estão na minha. Não ouvi o disco do Accept, talvez o faça por curiosidade, pra saber como a banda está soando com o novo vocalista. Outro disco que tenho aqui mas não dei muita bola foi o do Soilwork, que ouvirei de novo após ler as tuas palavras.

    Abraço

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  17. Valeu Daniel. Ouça o Accept e o Soilwork, são dois grandes discos.

    Acabei de publicar a sua lista.

    Abraço!

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