Black Sabbath: análise das versões 'deluxe' de Seventh Star e The Eternal Idol!


Por Fabiano Negri

Cotação: ***

Dois dos álbuns mais controversos do Black Sabbath ganharam versões 'deluxe' em 2010! Amados por alguns e odiados por outros, Seventh Star e The Eternal Idol representam uma fase muito complicada na carreira do grande Sabbath. Troca de vocalistas, falta de apoio da gravadora para tours e uma total desorganização empresarial fizeram a banda chegar em seu ponto mais baixo em termos de popularidade.

Como bom colecionador arrematei os dois e me decepcionei um pouco. Ambos tiveram uma remasterização que pouco acrescentou aos anteriormente lançados pela Castle. Apenas um ganho de volume, resultado de uma mal-vinda compressão. Quem gosta de uma boa dinâmica deve passar longe!

O caldo realmente entorna nos bônus. Ainda no CD 1, Seventh Star vem com uma versão de "No Stranger to Love" com a mixagem presente no videoclipe. Destaque para o grau que deram nos belíssimos backing vocals do refrão – como Glenn Hughes está cantando nesse disco!

No CD 2 temos a apresentação – a segunda de duas noites - de 2 de junho de 1986 no Hammersmith Odeon de Londres, que só serve para quem não tem o bootleg Sphinx conhecer o poderio vocal de Ray Gillen. A qualidade sonora é a mesma do boot – que é bem ruizinha -, mas com menos músicas. Não sei por que não utilizaram as faixas gravadas em San Antonio, no mesmo ano, que possuem uma qualidade de som perfeita.

CD 1: Seventh Star
1 In for the Kill
2 No Stranger to Love
3 Turn to Stone
4 Sphinx (The Guardian)
5 Seventh Star
6 Danger Zone
7 Heart Like a Wheel
8 Angry Heart
9 In Memory...
Bonus Track
10 No Stranger to Love (Single Remix)

CD 2: Live at Hammersmith Odeon, London, England - June 2, 1986
1 Mob Rules
2 Danger Zone
3 War Pigs
4 Seventh Star
5 Die Young6 Black Sabbath
7 N.I.B.
8 Neon Knights
9 Paranoid


The Eternal Idol conta com o b-side "Some Kind of Woman" – bem fraquinha – e uma versão demo para a faixa "Black Moon", presente - e bastante melhorada - no Headless Cross (1989).


Minha esperança estava no CD 2. Trata-se do álbum com a voz de Ray Gillen, que gravou todas as faixas originalmente antes de sair alegando falta de perspectiva na banda – o negócio estava feio para o mestre Iommi. Pois bem, tenho duas versões diferentes dessa gravação. Uma bem tosca, sem solos e com muito chiado – presente no boot Ray Gillen Years – e uma já mais próxima da versão finalizada, mas ainda com qualidade sofrível – presente no upgrade do boot que saiu alguns anos depois com o nome The Complete Ray Gillen Years. Não via a hora de colocar a mão numa gravação descente disso.

Enfim veio a ultima pá de terra. Na hora que coloquei pra tocar percebi que se tratava da versão dois – que eu já tinha há anos – com uma masterização bem meia boca! Decepção total, ainda mais eu não sendo um grande fã do Eternal Idol, que tirando algumas boas faixas é um álbum genérico com um vocalista comum. Pois é, eu sei que tem gente que adora, mas, para mim, apesar do Tony Martin ter uma boa voz, ele não faz jus a um nome tão grande quanto o Black Sabbath, falta personalidade. Mas isso vai ser assunto para um outro texto, onde farei uma análise sobre os vocalistas que passaram pelo Sabbath!

Bom, se serve de consolo, a arte gráfica é muito bonita – como é de praxe nas edições 'deluxe' – com fotos da época e textos bem bacanas!

O pacote é lindo, mas não serve para apagar a sensação de picaretagem, ainda mais com o preço em libras!

CD 1: The Eternal Idol
1 The Shining
2 Ancient Warrior
3 Hard Life to Love
4 Glory Ride
5 Born to Lose
6 Nightmare
7 Scarlet Pimpernel
8 Lost Forever
9 Eternal Idol
Bonus Tracks
10 Black Moon (Single B-Side)
11 Some Kind of Woman (Single B-Side)

CD 2: The Eternal Idol – Ray Gillen Session
1 Glory Ride
2 Born to Lose
3 Lost Forever
4 Eternal Idol
5 The Shining
6 Hard Life to Love
7 Nightmare
8 Ancient Warrior

Comentários

  1. Ótimo, Fabiano. Temos mais é que mostrar a picaretagem que é a maioria desses relançamentos cretinos. Me decepcionei totalmente ao perceber no que consistia o disco 2 de "Seventh Star", material digno apenas de um bootleg meia boca. Ray Gillen é fantástico, e sua passagem pelo Black Sabbath é digna de ser registrada em um álbum oficial, mas não dessa maneira.

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  2. Também achei o texto do Fabiano esclarecedor. Tenho o Seventh Star e adoro o disco, mas não vou atrás desses 'deluxes' nem morto. Não achei o meu dinheiro no lixo (ainda).

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  3. Esses foram uma picaretagem.
    O Heaven and Hell também não tem muitas novidades.
    Mas os outros (Black Sabbath, Paranoid, Master of Reality e o The Mob Rules)valem muito a pena!

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  4. Outro que tem toda cara de ser picaretagem das boas é o Rising, do Rainbow, em versão 'deluxe' ...

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  5. Se forem outros takes beleza. O dura é quando colocam o mesmo take com rough mix (mixagem tosca) alegando ser coisa inédita.
    E o Rising tá com cara disso.
    Mas que disco maravilhoso, pra mim, a melhor performance vocal do imortal Ronnie Dio.
    STARGAZER!!!!

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  6. O Rising é maravilhoso, sem dúvida, um dos melhores álbuns da história do heavy metal, mas essa 'deluxe' não tá cheirando bem ...

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  7. Olha, eu baixei aqui essa edição em APE do Eternal Idol e notei uma melhora no som em relação aos bootlegs. Não tá um primor de qualidade, mas dá pra ouvir na boa. Acredito que isso foi o máximo que conseguiram melhorar, pois essas gravações ficaram muito tempo deixadas de lado e sabe lá qual foram os cuidados para com elas.Fica a decepção porque, como é um lançamento oficial, pensava-se que viria algo perfeito, mas remasterização não faz milagres...

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  8. Eu penso, que se não tem acesso direto aos Master Tapes, não deve lançar.
    Se bobear os caras baixaram os arquivos pra mexer.
    Tem muito nego por remasterizando CD a partir de CD, lançando vinil prensado a partir do som do CD. Isso é um absurdo!!! É um assalto ao fã.
    O problema é que se esses lançamentos são destinados a colecionadores - é são mesmo - não podem conter um material tosco. Colecionadores atentos dificilmente são enganados.

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