Ozzy Osbourne: batemos um papo exclusivo com o Madman!


Por Luís Fernando Zeferino e Fabiano Negri

Prestes a realizar uma sequência de cinco shows pelo Brasil, Ozzy Osbourne concedeu uma entrevista no dia 28 de fevereiro para o site tributo Ozzy Brasil, que nos foi cedida com exclusividade para publicação também aqui na Collector´s Room.

Aos 62 anos de idade, o Madman revela que ainda quer continuar fazendo música, diz estar contente com sua nova banda, formada por Adam Wakeman nos teclados, Rob “Blasko” Nicholson no baixo, Tommy Clufetos na bateria e Gus G. na guitarra.

Esta é sua quarta passagem pelo Brasil. Ele já esteve no Rock in Rio em 1985, no Philips Monsters of Rock de 1995 e também em 2008, em turnê de seu penúltimo disco, Black Rain. No ano passado, Ozzy começou uma gigantesca turnê mundial para promover seu mais novo disco, Scream, que passa novamente pelo Brasil.


Ozzy, vamos imaginar que o Black Sabbath não existisse. Assim, em que outra banda você teria sido cantor, e por quê?

Eu não sei tocar nenhum instrumento musical, exceto gaita de boca. Só posso dizer que teria sido cantor em alguma banda qualquer. Isso é o que eu faço.

Para você, o que significa ser um bom cantor? Muitas pessoas pensam primeiro na técnica. Qual é o seu vocalista favorito, e qual a influência que você teve para ter um estilo tão diferente?

Há alguns vocalistas que têm uma ótima técnica, e também existem aqueles que têm uma certa qualidade ou estilo em sua voz. Alguns cantores possuem as duas qualidades, como Freddie Mercury. Mas, para mim, prefiro mais o estilo do que a técnica.


Como tem sido a receptividade do álbum Scream (que é muito bom, por sinal)? Como você vê a diferença entre o mercado de música atual e os anos 1980 e 1990, onde artistas de hard rock e heavy metal vendiam mais discos? O que você busca para manter a sua relevância na era dos downloads?

Obrigado! Estou muito orgulhoso de Scream e de minha incrível banda nova. Pra falar a verdade, eu não estou pensando em me tornar relevante quando estou escrevendo novas músicas ou gravando. Eu estou apenas tentando fazer algo que eu gosto, e sinto-me orgulhoso disso.

Sim, o download gratuito está prejudicando a indústria da música. Eu, principalmente, sinto pena de qualquer banda nova tentando ganhar a vida. Tem sido difícil.

Você tem 62 anos. Como é estar na estrada com essa idade? De onde você tira essa vitalidade de sempre, levando o público à loucura?

Eu estou nessa há mais de 40 anos, mas eu nunca me descuidei de meus fãs. Eu considero um privilégio tocar para eles, e se eles vão pagar o seu dinheiro suado para vir aos meus shows, então eu sempre vou dar-lhes tudo o que eu tenho!

Você é um ícone, considerado uma lenda do rock, vendeu milhões de discos em todo o mundo e muitos músicos sonham chegar onde você chegou. Eu lhe pergunto: existe ainda um sonho que Ozzy Osbourne quer realizar?

Nada em especial. Eu apenas quero continuar fazendo uma boa música para as pessoas que ainda estão interessadas em ouvir.

No seu livro Eu Sou Ozzy são narradas belas passagens de sua vida, algumas tristes, outras engraçadas. Se você pudesse voltar no tempo, mudaria algo ou faria algo diferente?

Claro, existem algumas coisas que eu lamento, mas eu não voltaria atrás para mudar nada. Minha vida tem sido uma jornada incrível!


Nós sabemos que o Black Sabbath nasceu da amizade de quatro rapazes que se conheceram na escola, com uma vida difícil e que buscaram na música uma forma de retratar a vida cotidiana e da sociedade em que viviam, sem intenção de atingir o sucesso que possuem hoje. Muito diferente das bandas atuais, que nascem pensando no êxito e no sucesso. Como você analisa essas mudanças ao longo das décadas?

Eu não posso imaginar perseguir uma fórmula musical como uma forma de alcançar o sucesso. Isso nunca entrou em nossas mentes durante os meus anos com o Sabbath, ou mesmo depois, em minha carreira solo.

Quais são as suas principais memórias das três vezes que esteve no Brasil? E o que você espera para os próximos cinco concertos em 2011?

Me lembro que o público no Brasil tem sido sempre surpreendente. Estou pensando em dar-lhes os melhores shows possíveis. Mal posso esperar para que eles vejam minha nova banda. Eles vão amar o Gus G.!

Você tem alguma mensagem para todos os os seus fãs brasileiros?

Eu mal posso esperar para ver todos vocês. God bless!


Comentários

  1. Muito legal a entrevista, gostei bastante da parte do Sabbath, que eles criaram a banda para se expressarem e não pensando no sucesso!!!


    Abç...

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