Supertramp: conheça o box Breakfast in America Super Deluxe Edition!


Por Ricardo Seelig

No final dos anos 1970 o rock progressivo dava passos significativos e decididos em direção ao pop, deixando para trás os exageros megalomaníacos que caracterizaram a década em busca de uma nova geração de ouvintes.

Gigantes como o Pink Floyd lançavam álbuns como o multiplatinado The Wall, por exemplo, que, apesar de ser uma obra sensacional, era muito mais acessível que Wish You Were Here (1975), Animals (1977) e o clássico Dark Side of the Moon (1973). O Genesis, já sem Peter Gabriel e com Phil Collins no comando, ensaiava os primeiros passos da sonoridade descaradamente pop que marcaria a sua carreira na década de 1980, fazendo a banda vender milhões de álbuns em todo o mundo. O Yes atravessava uma fase de transição, não sabendo muito bem para que lado seguir em discos como Tormato (1978) e Drama (1980), enquanto outro ícone do estilo, o ELP, rastejava e arranhava o chão com o incrivelmente ruim Love Beach (1978), posando para a foto do LP como se fossem uma banda cover do Bee Gees.


No meio disso tudo, um grupo inglês colocava no mercado o disco que mudaria para sempre a sua carreira. Formado em Londres em 1970, o Supertramp não era propriamente uma banda de rock progressivo, apesar de possuir algumas características do gênero, que sempre foram adornadas por bem encaixados elementos pop. Tanto que, desde o início, a crítica especializada classificou o som dos caras como 'progressive pop', um rótulo, convenhamos, um tanto quanto esdrúxulo.

Lançado em 29 de março de 1979, Breakfast in America levou a banda de Rick Davies (vocal, piano e teclado) e Roger Hodgson (vocal, guitarra e teclado) a outro nível, transformando-a em uma das maiores do final da década de setenta e início dos anos oitenta. Com um tracklist arrebatador, onde o principal destaque são quatro de seus maiores clássicos – composições do quilate de “The Logical Song”, Goodbye Stranger”, “Breakfast in America” e “Take the Long Way Home” -, o álbum rendeu três singles – as já citadas “The Logical Song” (sexto lugar na Billboard), “Goodbye Stranger” (#15) e “Take the Long Way Home” (#10) -, ganhou dois Grammys e vendeu mais de 20 milhões de cópias.

O álbum que mudou a história do Supertramp e a vida de milhões de fãs em todo o mundo ganhou, no final de 2010, uma edição à altura de sua importância. Trata-se de Breakfast in America Super Deluxe Edition, um box com 2 CDs, DVD, LP, livro e mais alguns itens que irão tirar os fãs do sério. Lançado pela Universal lá fora em 10 de dezembro de 2010, essa edição pra lá de especial chega agora ao Brasil via Hellion Records, que importou algumas unidades do box e está disponibilizando-o para os colecionadores brasileiros.


O conteúdo dessa edição super luxuosa passa a limpo a ótima fase criativa vivida pelo Supertramp em Breakfast in America. Vamos destrincar o que há na caixa então! O CD 1 traz o álbum completo, devidamente remasterizado e em todo o seu esplendor artístico. O segundo CD brinda o ouvinte com um show inédito da tour do trabalho, com doze músicas que mesclam faixas de Breakfast in America com sucessos antigos do conjunto. O setlist é impressionante, alinhando uma sequência de ótimas composições em um show antológico.

Já o DVD conta com um documentário da TV canadense contando a história da banda, além dos vídeos promocionais de “The Logical Song”, “Breakfast in America” e “Goodbye Stranger”.

O box tem ainda um LP de 180 gramas com as músicas do disco original, um poster promocional do período, réplicas de ingressos e basckstage passes e um lindo livro de capa dura repleto de fotos que conta toda a história de Breakfast in America.


A caixa vem em formato 12 polegadas, com uma grossa e dura capa protetora. Os CDs são acondicionados em compartimentos dentro do gatefold do vinil, o que demanda um certo cuidado ao manusear a embalagem para que os CDs não saiam voando pela sala.

Enfim, um item espetacular, com acabamento gráfico lindo e impressionante, de fazer babar qualquer colecionador e capaz de causar ataques cardíacos nos fãs do Supertramp!

Breakfast in America faz parte daquela categoria de discos que transcendem o estilo e a época em que foram lançados. Suas faixas fazem parte da história de milhões de pessoas ao redor do mundo, e estão vivas na memória afetiva de fãs de todos os continentes.

Apenas seis letrinhas: compre!


Faixas:

CD1:

1. Gone Hollywood
2. The Logical Song
3. Goodbye Stranger
4. Breakfast in America
5. Oh Darling
6. Take the Long Way Home
7. Lord is It Mine
8. Just Another Nervous Wreck
9. Casual Conversations
10. Child of Vision

CD2 - 1979 Live Breakfast World Tour:

1. The Logical Song
2. Goodbye Stranger
3. Breakfast in America
4. Oh Darling
5. Take the Long Way Home
6. Another Man's Woman
7. Even in the Quietest Moments
8. Rudy
9. Downstream
10. Give a Little Bit
11. From Now On
12. Child of Vision

DVD:

- The Old Grey Whistle Test:
* Interview
* The Logical Song

- 1979 Promotional Videos:
* The Logical Song
* Breakfast in America
* Goodbye Stranger

- W5 Canadian TV Supertramp

LP:

Side A:
1. Gone Hollywood
2. The Logical Song
3. Goodbye Stranger
4. Breakfast in America
5. Oh Darling

Side B:
1. Take the Long Way Home
2. Lord is It Mine
3. Just Another Nervous Wreck
4. Casual Conversations
5. Child of Vision

Comentários

  1. Esta é a nova tendência das edições especiais: pacotes exagerados. Tenho a do "Station to Station" do David Bowie e "Tubular Bells" do Mike Oldfield. Só não concordo com duas coisas. Uma: colocar vinil e CD no mesmo pacote. Geralmente, quem prefere um não faz questão do outro. Então lancem duas edições para que cada um escolha o formato de sua preferência. Outra coisa que não acho legal é essa forma improvisada de acondicionar os CDs. A edição especial do "Band on The Run" do Paul McCartney também está assim. É uma forma de poupar espaço, economizar plástico, etc, mas os CDs deveriam ser o principal, pô! Assim eles parecem que ficam "de qualquer jeito", quando deveriam ter um lugar de honra na embalagem. Além de arranharem, é claro.

    Lembro da época em que saiu esse álbum. Foi o ápice comercial do Supertramp. "The Logical Song" tocava direto no rádio e eu adorava. Musicalmente, há quem prefira "Crime of The Century", com as clássicas "Dreamer" e "Bloody Well Right".

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  2. Emílio, não acho que esse seja um box exagerado. Se a edição especial for de um álbum específico, acho extramamente válido colocar o disco nos formatos LP e CD no mesmo pacote. Só não concordo com isso quando se tratam de boxes com a discografia de um artista, que daí devem ser ou em um formato ou em outro. Concordo com você em relação ao modo como os CDs são acondicionados nesse box do Supertramp, o que faz com que você tenha que ter um grande cuidado toda vez que for tirar o vinil de dentro da caixa para que os CDs e o DVD não saiam picando pelo chão.

    Abraço.

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  3. Pois é, essa forma de acondicionar CDs virou padrão nesses "pacotaços". Os CDs também estão assim no "Station to Station" do David Bowie, "Tubular Bells" do Mike Oldfield e "Band on The Run" do Paul McCartney. E se não me engano também estão assim no "Live at Leeds" do The Who. No caso dos dois primeiros que citei, tem vinil no pacote, mas nem ouvi ainda.

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