Arch Enemy: review do álbum 'Khaos Legions'!


Por Ricardo Seelig

Nota: 5

Khaos Legions, oitavo álbum do Arch Enemy, traz a banda dos irmãos Michael e Christopher Amott em uma encruzilhada. Apesar de alguns momentos que valem a pena, no geral o disco mostra o grupo sem inspiração e refém do estilo que construiu.

Produzido pela própria banda e por Rickard Bengtsson – o mesmo de Doomsday Machine, de 2005 -, Khaos Legions é o primeiro trabalho de inéditas do Arch Enemy desde Rise of the Tyrant, de 2007. Ou seja, após quatro anos de silêncio – período no qual a banda lançou o ao vivo Tyrants of the Rising Sun: Live in Japan (2008) e o disco de regravações The Root of All Evil (2009) -, esperava-se algo matador, o que, infelizmente, não acontece.

O vocal de Angela Gossow, que ao ingressar no grupo apontou os holofotes sobre a banda – afinal, continua não sendo nada comum um grupo de metal extremo contar com vocais femininos -, deixou há muito tempo de ser uma mera característica diferente e que despertava a curiosidade, alcançando reconhecimento da crítica especializada e dos fãs. Porém, a performance de Angela é justamente um dos pontos fracos de Khaos Legions, com linhas repetitivas e apagadas que, na maioria das vezes, servem apenas para ocupar espaço entre os riffs e solos de Michal e Christopher.

Como de costume, as guitarras são o destaque principal. Os riffs trazem melodias marcantes em profusão, enquanto os solos demonstram, mais uma vez, o quanto os irmãos Amott estão alguns níveis acima da grande maioria.

Após uma pequena introdução, a já conhecida “Yesterday is Dead and Gone”, primeiro single, abre os trabalhos de maneira convincente. “Bloodstained Cross” vem na sequência e entrega boas melodias de guitarra, enquanto “Under Black Flags We March” traz a banda tentando sair de sua zona de conforto. Outros bons momentos acontecem em “Vengeance is Mine” e “Cruelty Without Beauty”, essa última com a melhor performance vocal do disco.

Do outro lado da moeda, temos faixas que vão do nada para lugar nenhum. O maior exemplo é “No Gods, No Master”, dona de uma melodia pop que soa mais pesada devido ao vocal gutural, mas na verdade é uma composição fraca e repetiviva, que coloca na roda todas as fórmulas utilizada pelo Arch Enemy em discos anteriores com um brilhantismo muito maior – até a 'paradinha climática' entra no jogo, pra vocês terem uma ideia. Só para citar mais uma, “Secrets” é outra com momentos constrangedores, com uma melodia de guitarra totalmente derivativa e digna de vergonha alheia.

Fechando o play, uma regravação para a clássica “The Zoo” do Scorpions, que apesar da bem-vinda dose extra de peso ficou totalmente deslocada na voz de Angela Gossow.

Khaos Legions transmite uma sensação de vazio para o ouvinte, e ainda que conte com alguns raros lampejos isolados, não acrescenta nada à carreira do Arch Enemy. Resumindo: um disco decepcionante, fraco e que passa batido na até então consistente discografia do grupo.


Faixas:
1 Khaos Overture (Instrumental)
2 Yesterday Is Dead and Gone
3 Bloodstained Cross
4 Under Black Flags We March
5 No Gods, No Masters
6 City of the Dead
7 Through the Eyes of a Raven
8 Cruelty Without Beauty
9 We Are a Godless Entity (Instrumental)
10 Cult of Chaos
11 Thorns in My Flesh
12 Turn to Dust (Instrumental)
13 Vengeance Is Mine
14 Secrets
15 The Zoo
16 Snow Bound (Acoustic)


Comentários

  1. Hoje foi um dia de choque, discos que eu pensava que iam ser petardos passaram com notas muito aquem do esperado por mim.

    E esse é um choque maior, pois essa banda estava sempre lançando ótimos discos muito elogiados pela crítica e inclusive por voce.

    vou dar uma escutada para tirar minha opinião, porém não esperava por isso.

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  2. EEE,, realmente este álbum é a minha maior decepção nos últimos anos ...

    Sou um grande fã da banda, e quando fiquei conhecendo o nome do álbum , das faixas , e ainda mais qd vi a ARTE... pensei q viria mais um disco destruidor (como de costume ) , porém qd ouvi ...

    Por essa ninguém esperava ,,, um álbum sem brilho nenhum , ainda mais se comparado ao restante da discografia do Arch Enemy ..

    TOMARA Q SEJA APENAS UM TROPEÇO , e q o próximo álbum fassa jus a carreira brilhante de Michael e sua trupe ...

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  3. Rubens, sempre elogiei o Arch Enemy realmente, mas isso não me impede de dar a minha opinião sobre esse novo disco, que é realmente muito meia boca.

    Mas, como disse, é apenas o primeiro tropeço na até então consistente discografia do grupo.

    Abraço.

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  4. ainda prefiro os albuns Anthems Of Rebellion e Doomsday Machine

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  5. O Ricardo dei uma breve escutada no novo discos ouvindo as tres primeiras faixas, e gostei muito do que ouvi.

    Evidentemente eu escutei faixas que voce elogiou, e ainda não ouvi o resto do disco.

    Mas eu fiquei curioso para ver a sua reação vendo um disco que começa bom ficar ruim.

    Mas voce acha que foi tão ruim mesmo ou voce que estava com expectativas muita altas, e portanto se decepcionou com um disco Mediano?

    agora eu quero ver as reações do povão do Whiplash quando voce publicar a resenha lá, deve ter cada perola.

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  6. Rubens, o disco tem realmente essa característica decrescente. Mas mesmo essas três primeiras faixas, apesar de legais, soam requentadas, sem a pegada e a inspiração animais que a banda sempre apresentou em seus trabalhos.

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  7. eu brincando com um colega meu disse que o Arch Enemy é que nem o Iron.

    A entrada da Angela e como a do Bruce, e leva uma boa banda definitivamente ao topo com ótimos lançamentos:

    E quando a banda chega nesse topo é dificil se superar, por exemplo na minha humilde opinião o Magnum Opus do Iron Maiden se dá no disco Powerslave, o disco é tão bom que obrigou o Iron a se renovar e buscar novas sonoridades.

    Com a volta do Bruce ao Iron, eles começaram a soar requentados, com faixas que lembravam o passado da banda, mas sem o mesmo brilho.

    Me refiro aos discos de 2000 e 2003
    sendo que o último voce deu 10 em uma resenha bem exaltada.

    As vezes nos gostamos de faixas requentadas. enfim ainda vou escutar o disco inteiro e dar o veredicto.

    Mas a sua resenha tá muito boa, mais especifica que a do Jay da qual eu já discordo, pois eu duvido muito que o disco vai me desagradar a esse ponto. falando nisso o que voce achou do disco do Hammerfall?

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  8. Rubens, gostei da sua analogia com o Iron Maiden. Ainda sobre o Iron, os dois discos que vieram depois do 'Powerslave' são excelentes, e mostraram que a banda poderia se renovar. Estou falando de 'Somewhere in Time' e 'Seventh Son of a Seventh Son', como você bem sabe.

    Só uma correção: não dei 10 para o 'The Final Frontier', mas sim 9. Achei realmente o disco excelente.

    E não ouvi o novo do Hammerfall não.

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  9. Não voce deu 10 para o Dance Of Death de 2003 numa resenha bem inusitada quando a collector room nem existia.

    http://whiplash.net/materias/cds/004094-ironmaiden.html

    Eu fiquei me perguntando se era uma resenha ou uma declaração de amor. Enfim eu concordo com tudo que voce disse do Bruce, mas no meu caso o meu fanatismo e pelo Halford.

    Outra analogia que eu gosto de fazer e com a do Bruce e Roy Khan dois vocalistas com tecnicas de interpretação fantasticas.

    Na minha opinião apenas o Bruce conseguiria substituir ele a altura. se bem que o Fabio Lione está quebrando o galho.

    de fato os discos de 1986 e 1988 são muito bons, que pena que o Arch Enemy nos decepcionou esse ano.

    Mais uma pergunta que foge totalmente ao tema; o que voce achou do novo disco da Lady Gaga, alguem me disse que voce tinha elogiado ela

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  10. Ih cara, essa resenha de 2003 é uma das minhas vergonhas alheias. Estava aprendendo e começando a escrever ainda, e coloquei a paixão em primeiríssimo plano. Se pudesse, tirava do ar.

    Hoje, acho que daria um 7,5 para o 'Dance of Death'.

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  11. Eu sabia! que nem voce gostava dessa resenha. Mas voce sempre se saiu bem em suas resenhas eram um critico que conseguia argumentar muito bem, mesmo quando escrotizava discos que eu gostava.

    A sua resenha ao Lost Horizons do Luca Turilli é uma exceção, achei que faltou muito mais explicações para dar nota 2 para aquele disco.

    Por outro lado a resenha do Karmacode é muito boa.

    E responda voce já ouvi o novo disco da Lady Gaga

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  12. Baixei mas ainda não ouvi. Acho que a gente vai acertando e errando com o passar dos anos, e aprendendo com a experiência.

    Mas o que você achou da resenha do 'Khaos Legions', e também das últimas resenhas que escrevi aqui no site?

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  13. Ok vou começar do disco do Symfonia

    Aquela resenha foi muito bem feita, diferente das pseudo-resenhas do Whiplash totalmente tr00s. voce destacou uma coisa bem interessante; o bom gosto do Andre Matos na faixa Forevermore, que não minha opinião apareceu em mais ocasiões.

    " aliás, o bom gosto do vocalista nessa faixa é digno de nota"

    ótima resenha pau a pau com a do Jay.


    bom Ricardo eu levaria um bom tempo avaliando as resenhas que voce fez então eu vou dizer que você hoje junto com o Ben Ami e o Thiago são meus resenhistas favoritos.

    As que eu li concordei e gostei: Enthroned, Deicide, Symfonia, Europe e David Rock

    as que eu discordo um pouco, mas estão boas: Unsun e Arch Enemy

    As outras eu não li ainda, mas eu já li várias resenhas suas e tem umas que eu queria ver voce escrevendo como:

    21 da Adele, o disco do Cee Lo Green e Opera, a proposito voces aqui da Collector Room não gostam de Opera não?

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  14. Sobre a Lady Gaga, o cd dela está no mínimo surpreendente, muito acima do que acontece no pop mainstream.

    Eu fiz aqui uma humilde resenha

    http://guiadometal.blogspot.com/2011/05/tribunal-da-inquisicao-born-this-way.html

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  15. E valeu pelos elogios, Rubens. Às vezes a gente acerta, outras não.

    O Thiago é o Rahal, certo?

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  16. Ópera: Flauta Mágica, Macbeth, Il Trovatore...

    é o Thiago do observatório nerd.

    Enfim voce leu a resenha que eu fiz? e perguntando novamente, voces aqui gostam de Ópera

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  17. Ah, o Thiago Cardim. Muito bom!

    Eu não gosto de ópera, não.

    Já vou ler a sua resenha, agora estou no meio de um problema aqui na agência.

    Abraço.

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  18. Oi Ricardo como eu não tenho twitter eu não posso participar dessa discussão de crítica.

    Na verdade boa parte dos resenhistas são imbecis, os que salvam eu conto nos dedos.

    Sobre o disco do Arch Enemy eu já escutei e resenhei

    estão aqui as minhas opiniões

    minhahttp://guiadometal.blogspot.com/2011/06/khaos-legions-2011.htmls

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