David 'Rock' Feinstein: review do álbum 'Bitten by the Beast'!


Por Ricardo Seelig

Cotação: ****

Você precisa ouvir esse disco, e a razão é simples: ele traz uma das últimas gravações de Ronnie James Dio, em uma música que soa como um legado de toda a sua carreira.

Mas antes, deixa eu contar um pouco de história. O guitarrista e vocalista David 'Rock' Feinstein é primo de Dio e foi seu companheiro no Elf. Os dois seguiram caminhos distintos quando Ronnie ingressou no Rainbow de Ritchie Blackmore, em 1975. Enquanto o vocalista gravava álbuns que serviriam de base para o heavy metal das décadas seguintes, David montou o trio The Rods em 1980, cujo terceiro disco, Wild Dogs, é sem dúvida um clássico do metal obscuro oitentista.

Após vagar por várias bandas, David Feinstein lançou em 2010 Bitten by the Beast, sua estreia como artista solo. Compositor de mão cheia, Feinstein concebeu um álbum que é um deleite para quem curte o lado mais tradicional do heavy metal. Bitten by the Beast traz nove faixas que tem como elemento principal os riffs da guitarra de Feinstein e uma sonoridade que nos leva de volta ao tempo em que o metal e o hard rock eram muito próximos. As composições são cruas e diretas, sem espaços para arranjos grandiosos e épicos. Ouvir o álbum é uma experiência empolgante e extremamente gratificante!

“Smoke on the Horizon” abre o disco com o pé direito, despejando um ótimo riff e um grande refrão sobre o ouvinte. “Evil in Me” poderia estar em um álbum lançado pelo Judas Priest nos anos 80, e suas linhas vocais trazem à mente a mais do que clássica “Electric Eye”. “Rocks Boogie” soa como um ZZ Top mais pesado, enquanto “Gambler Gambler”, regravação da faixa que fecha o primeiro álbum do Elf, de 1972, é outro grande momento.


Mas o principal destaque de Bitten by the Beast, como não poderia deixar de ser, é “Metal Will Never Die”. Uma das últimas gravações de Ronnie James Dio, “Metal Will Never Die” é uma composição excelente, que fica ainda mais emocionante por deixar transparecer as pequenas falhas da já debilitada voz de Dio. O trecho da letra que diz “I am metal, and I never die” levará os fãs mais apaixonados às lágrimas. Um clássico instantâneo!

Outro ponto alto é a capa do álbum, que fica ainda mais bonita na embalagem digipak lançada no Brasil pela Hellion Records.

Bitten by the Beast é um disco excelente, e com duas grandes qualidades: a primeira, é claro, vem carregada de emoção e atende pelo nome de “Metal Will Never Die”, uma faixa já é uma gravação histórica. E a segunda é o fato de a participação de Dio servir de chamariz para o trabalho de David Feinstein, um grande compositor e músico com diversos serviços prestados ao metal, que prova aqui mais uma vez o seu talento.

Como já disse lá em cima: você tem que ter esse disco!


Faixas:
1 Smoke on the Horizon 4:49
2 Evil in Me 6:44
3 Break Down the Walls 4:27
4 Metal Will Never Die (feat. Ronnie James Dio) 5:20
5 Kill the Demon 5:42
6 Rocks Boogie 4:04
7 Give Me Mercy 4:04
8 Run for Your Life 5:13
9 Gambler Gambler 4:05


Comentários

  1. Gambler Gambler é uma regravação do Elf, do álbum de mesmo nome, de 1972.

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  2. Valeu pelo toque, cara, já corrigi no texto.

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  3. Boa noite, Ricardo!

    Você poderia me passar um endereço de e-mail para entrar em contato com você?

    Obrigada! (em caso afirmativo ou negativo)!!! rs

    Mari

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  4. Roseta, posso sim.

    Anota aí:

    ricardoseelig@gmail.com

    Abraço.

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  5. Esse albúm é extraordinário! Baixei após ler o review e estou ouvindo sem parar, todas as músicas são excelentes e conquistam na primeira adição. Estou realmente impressionado! Abraços

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  6. O disco é ótimo mesmo, Ives. E recomendo a edição nacional, que saiu em um lindo digipak pela Hellion Records.

    Obrigado pelo comentário.

    Abraço.

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  7. Cara, estou sem palavras para descrever o que sinto. Quando li seu texto falando do álbum, me emocionei só de ler o trecho em que você diz que a frase "I am metal, and I never die" levaria os fãs mais apaixonados às lágrimas. Foi dito e feito. Quando ouvi a canção, então, parecia uma criança no enterro da mãe, chorei mesmo. Falando em morte, o Dio se foi sem que eu tivesse a oportunidade de assisti-lo ao vivo, mas algumas de suas músicas, quando as ouço de olhos fechados, me provocam a sensação de que ele está cantando ao meu lado, e esta com certeza é uma dessas músicas. Vou ouvi-la de novo, e de novo, assim como todas as outras, e desse modo continuarei acreditando que o Dio está, e sempre estará, vivo e cantando em algum lugar, e que um dia o conhecerei. Obrigado por ter trazido este álbum à tona.

    Long Live Rock 'N' Roll ! ! !

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  8. João Paulo, obrigado pelo comentário. Esse disco do DRF é realmente muito bom.

    Abraço.

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