Def Leppard: review do álbum 'Mirrorball: Live & More' (2011)


Por João Renato Alves

Cotação: ***

Há duas maneiras de se avaliar o primeiro álbum ao vivo do Def Leppard. A primeira é se atendo à ótima performance do grupo, que ainda sabe fazer seu hard rock com melodias pop como ninguém. A segunda é centrando foco no setlist, que realmente deixa a desejar. Sim, eu sei, uma banda com tanta história e sucesso não teria como montar um repertório que agradasse a todos. Mesmo assim, basta lembrarmos a lista de músicas executadas na turnê do álbum X, quando desenterraram pérolas de seus primórdios, para notar que era possível elaborar algo mais abrangente. Mas aqui, de mais antigo, apenas o primeiro grande hit, “Bringin’ on the Heartbreak”, emendada à instrumental “Switch 625”, ambas do segundo play, High N’ Dry.

Dito isso, vamos deixar de lado essa situação e analisar o que Mirrorball oferece. De cara, é necessário ressaltar a qualidade de cada músico. Joe Elliott pode não alcançar mais alguns tons de outrora, mas compensa com categoria. O quarteto de instrumentistas ajuda, com aqueles backing vocals fantásticos, resultando em uma harmonia que poucos do gênero conseguem. Mesmo com fãs mais saudosistas lamentando até hoje a falta de Steve Clark, não dá para negar que Phil Collen e Vivian Campbell se entendem muito bem, formando um belo duo de guitarras. E a cozinha mantém sua força, com destaque para Rick Allen e sua bateria em mono, conduzindo o ritmo bravamente e dando lição de vida há 25 anos.

Independente das críticas já feitas, não dá para negar que músicas como “Rock! Rock! (Till You Drop)”, “Animal” e “Foolin’” empolgam, mesmo após tanto tempo. As baladas não poderiam faltar, é claro. “Love Bites” e “Two Steps Behind” podem ser chamadas do que for pelos detratores, mas possuem melodias excepcionais. Mesmo as músicas do último disco, Songs From the Sparkle Lounge, ganham mais força em suas versões ao vivo. E por mais resistente que seja o ouvinte, a reta final, com clássicos como “Photograph”, “Pour Some Sugar on Me”, “Rock of Ages” e “Let’s Get Rocked” é de se tirar o chapéu. De estranho, apenas encerrar com a recente “Bad Actress”, embora seja um ótimo som.

O fato de o álbum não ter sido retirado de apenas um ou dois shows oferece consistência, já que a banda teve a oportunidade de escolher as melhores performances de uma série. Para fechar, três faixas inéditas. A já conhecida “Undefeated” reúne elementos que vão agradar os mais fanáticos, embora soe como uma verdadeira colcha de retalhos. “Kings of the World” é uma balada interessante, com uma intro à capella, cheia de efeitos nas vozes. Com bela melodia e guiada por um bonito piano, é destaque entre as novas. “It's All About Believin'” poderia facilmente entrar nos álbuns mais recentes, com seu estilo mais puxado para o pop. Uma música regular, nada diferente de muitas que fizeram nos últimos tempos.

Portanto, Mirrorball consegue divertir quem não estiver com o padrão de exigência muito alto. Até porque o Def Leppard do passado ficou por lá mesmo. Mas ainda é uma boa pedida quando o negócio é tocar os hits.


Faixas:

CD 1:
1 Rock! Rock! (Till You Drop)
2 Rocket
3 Animal
4 C'Mon C'Mon
5 Make Love Like a Man
6 Too Late for Love
7 Foolin'
8 Nine Lives
9 Love Bites
10 Rock On

CD 2:
1 Two Steps Behind
2 Bringin' on the Heartbreak
3 Switch 625
4 Hysteria
5 Armageddon It
6 Photograph
7 Pour Some Sugar on Me
8 Rock of Ages
9 Let's Get Rocked
10 Action
11 Bad Actress
12 Undefeated [new studio track]
13 Kings of the World [new studio track]
14 It's All About Believin' [new studio track]


Comentários