Meu encontro com Ozzy Osbourne!


Por Fabiano Negri

Meu amor pela música começou em 1984, com 8 anos, quando, através da divulgação do primeiro Rock in Rio, eu conheci Ozzy Osbourne. Eu já ouvia bastante Michael Jackson nessa época, mas foi com o Ozzy que a coisa realmente me pegou de jeito. Eu era louco por qualquer coisa que desse medo, e a mística criada para o personagem de Ozzy era perfeita pra mim.

Pois é, 27 anos se passaram e o Madman continua sendo meu artista predileto. Em 2008, após a terceira passagem de Ozzy pelo Brasil, resolvi montar um site tributo com meu amigo Luis Fernando Zeferino. Sabia que, se trabalhássemos da maneira correta, poderíamos colher bons frutos na próxima tour que passasse por aqui. Foram 3 anos de muito esforço escrevendo textos, traduzindo notícias e tentando contato com o pessoal que cuida da carreira do mestre nos EUA – já que tratar com a gravadora no Brasil é dar cabeçada em ponta de faca.

Quando foi anunciada a tour brasileira de Ozzy sabíamos que seria a nossa chance. A negociação durou uns cinco meses, mas no final tudo deu certo. Conseguimos credenciais para todos os shows, e o melhor de tudo: nosso encontro com o mestre estava marcado para acontecer em São Paulo, antes do show!

No dia da apresentação eu estava uma pilha. Acordei às 6 da manhã, pulei da cama e não conseguia pensar em outra coisa. Eu sei que parece ridículo um cara de 35 anos, pai de dois filhos, ficar assim por causa de um ídolo, mas fazer o quê? Eu fiquei mesmo!


Quando cheguei lá, já corri para me posicionar em frente ao portão 27, onde aconteceria o credenciamento da imprensa, e também onde seria a entrada para o encontro. Encontrei o Luis Fernando e tive o prazer de conhecer o Almir Figueiredo do Fanzmosis – gente finíssima!

Assim que entramos no lugar caiu uma chuva torrencial, e a área de credenciamento para a imprensa estava pipocando de gente. Logo os responsáveis pelo encontro chegaram e organizaram a bagunça, colocando pra dentro quem iria para o 'meet & greet'. Ficamos em fila esperando - todo o pessoal que cuida do Ozzy é muito atencioso.

Quando fomos entrando já comecei a tremer na base. Achei legal por parte do staff colocar as pessoas do site no final da fila, para que pudéssemos ficar mais tempo na sala até sermos atendidos. Um fato interessante é que antes de entrarmos na sala saíram um médico e duas enfermeiras - que deviam estar fazendo um check-up no velho Ozzy para saber se estava tudo bem. É, o cara deve viajar com uma equipe de médicos …

Entramos na sala e logo ele apareceu, já trajando a roupa do show – 3 horas antes! – e com um baita sorriso no rosto. Não conseguia acreditar que estava na frente de uma lenda com quarenta anos de carreira, que havia gravado meus discos favoritos de todos os tempos. Incrível!!!

Quando chegou a minha vez, não pensei duas vezes: ajoelhei na frente do mestre e fiz minha reverência! Quando levantei ele me disse: "Oh boy, I’m not a God!”. Aí eu soltei na orelha dele um milhão de frases que não devem ter feito o menor sentido, enquanto ele autografava uma das minhas diversas edições do Scream. Tiramos a foto e eu saí feliz da vida, meio ainda sem entender o que havia acontecido. Aproveitamos ainda para entregar uma homenagem feita pelo site em nome de todos os fãs brasileiros!

Dali peguei minha credencial e fui encontrar minha esposa para assistirmos ao show. A chuva não parava de cair. O Sepultura fez um bom show – bem melhor do que na abertura para o Deep Purple em 2003, no Pacaembu –, com muitos clássicos e uma boa performance da banda. Não é o tipo de som que gosto, mas os caras estavam afiados e levantaram a plateia durante todo o set.


Não demorou muito para Ozzy entrar depois do término do Sepultura. O palco simplório chegou até a dar raiva, vista a excelente produção em outros lugares do mundo. Não teve nem os tradicionais vídeos de entrada, rolou só um pequeno trecho de “Carmina Burana” e o homem já estava no palco.

O show foi o mesmo em todo o território nacional, repleto de clássicos mas com apenas uma música do excelente Scream. Devido à chuva e ao vento, Ozzy teve problemas com a voz – coisa que não aconteceu nos outros shows pelo Brasil, onde ele mostrou que sua voz está muito melhor do que em 2008 –, mas em contrapartida sua nova banda mostrou-se muito competente. Adam Wakeman (teclado) e Blasko (baixo) já são conhecidos do público, então todos estavam de olho nas performances de Tommy Clufetos (bateria) e o novo guitarrista – mas não desconhecido – Gus G. E eles não decepcionaram. Clufetos é um baterista bastante espirituoso, com uma pegada forte e sem firulas, ótima escolha. Gus G interpretou os clássicos com maestria e respeito, e é dono de uma excelente técnica. Realmente espero que ele tenha a possibilidade de compor um álbum com Ozzy para ouvirmos o que ele tem para acrescentar ao já estabelecido som do Madman.

As 35 mil pessoas presentes trataram Ozzy como um deus! Não pararam de gritar seu nome e cantaram todas as músicas. Aliás, é aí que você vê que o artista tem bala na agulha. O show de 1h 40min teve só clássicos, e ao final percebemos que ainda dava pra fazer mais dois shows com essa duração só com os clássicos que ficaram de fora. Isso é pra poucos!

Na volta para casa, a sensação de missão cumprida. Saí do encontro mais fã ainda. Ozzy tratou a todos com muita simpatia e humildade. Ele não parecia uma estrela do rock, mas sim um bom amigo que eu não via há muito tempo.

Ele é o cara!

Comentários

  1. Fabiano é meu professor, viciadissimo em Ozzy.
    Parabens pela iniciativa do blog Fabiano (y)

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