Minha Coleção – Marcio Sell: uma coleção de discos com mais de 400 LPs dos Rolling Stones!


Por Ricardo Seelig

Os Rolling Stones são uma das maiores bandas do mundo. Isso é um fato, e incontestável. A influência da banda é enorme, e em diversas fontes. Seus discos são clássicos atemporais. Seu vocalista, Mick Jagger, é apontado por muitos como o maior frontman no rock. Keith Richards, seu guitarrista, é um dos principais artesãos da história do rock, esculpindo riffs antológicos ano após ano em sua guitarra.

Essa edição do Minha Coleção é dedicada a todos os fãs do Stones. Batemos um papo com Marcio Sell, dono de uma fantástica coleção dedicada ao grupo de Jagger e Richards.

Acomode-se na cadeira e levante o volume, afinal, 'it's only rock and roll, but I like it!'.


Marcio, em primeiro lugar, apresente-se aos nossos leitores: quem você é e o que você faz?

Meu nome é Marcio Sell. Tenho 39 anos e sou médico, fanático por rock desde a infância, em especial pelos Rolling Stones.

Qual foi o seu primeiro disco? Como você o conseguiu, e que idade você tinha? Você ainda tem esse álbum na sua coleção?

Meu primeiro LP foi um coletânea de rock, não lembro o nome. Sei que tinha “Hold Back the Water” do BTO. Não sei onde foi parar. Sabe que já tentei várias vezes descobrir qual era e não consegui. Isto foi em 1982, eu tinha 11 anos e foi presente do meu pai. Já o segundo, o álbum de estreia da Blitz, tenho até hoje, com as faixas inutilizadas pela censura.

Você lembra o que sentiu ao adquirir o seu primeiro LP?

Lembro de correr para casa, colocar o LP no 3 em 1 da minha mãe e ouvir a tarde inteira. Aliás, um pouco da influência de ouvir rock devo aos meus pais. Os dois curtiam Beatles, e até tenho três compactos da época com o nome do meu pai ou da minha mãe assinados, além de outros discos que existiam em casa, principalmente Pink Floyd, que obviamente agora fazem parte da minha coleção. Pena que foram poucos que sobraram.

Porque você começou a colecionar discos, e com que idade você iniciou a sua coleção? Teve algum momento, algum fato na sua vida, que marcou essa mudança de ouvinte normal de música para um colecionador?

Acho que a gente não tem um motivo claro para virar colecionador. Você começa a curtir música, comprar discos e quando vê, já é um colecionador. Posso dizer que minha coleção começou com o primeiro LP. Mas acho que realmente me dei conta que era um colecionador foi quando comprei meu primeiro LP do Their Satanic Majesties Request dos Stones com capa 3D, logo seguindo do Joujouka do Brian Jones, há mais ou menos uns 15 anos.

Alguém da sua família, ou um amigo, o influenciou para que você se transformasse em um colecionador?

Sem dúvida, meu primo, alguns anos mais velho que eu, que era fanático por rock e tinha muitos discos. E eu, ainda com meus 10 anos, achava todos aqueles discos, aquela música, um sonho. Quando podia, eu ia até a casa dele e ele me mostrava alguns álbuns legais. E foi em uma destas tardes que ouvi um disco com uma capa estranha, uns caras tatuados, mas que faziam um som que me arrebatou. Pois é, ele tinha acabado de comprar o Tattoo You. Pirei, ouvi uma quatro vezes seguidas, e adorei - não, ainda adoro “Hang Fire”. Não consegui comprar o bendito álbum, pois morava no interior e só existia uma loja de discos que vendia rock. Assim, tive que esperar até o lançamento de Undercover em 1983 para ter finalmente meu primeiro álbum dos Stones.


Inicialmente, qual era o seu interesse pela música? De que gêneros você curtia? O que o atraía na música?

Desde que me conheço por gente eu ouço rock. Além dos Beatles, lembro de meu pai ouvir bastante Rod Stewart. Curti também muito o rock brasileiro dos anos 80. Sinceramente, não me lembro de ouvir outra coisa a não ser rock. No início das minhas compras adquiri alguns outros álbuns também, entre eles o Creatures of the Night do Kiss, o álbum quíntuplo ao vivo do Bruce Springsteen, alguns discos dos Scorpions. Depois foi basicamente Stones, 98% das vezes.

Quantos discos você tem? Quantos dos Rolling Stones?

Hoje tenho 418 LPs dos Stones, 40 outros LPs variados, sendo uns 25 dos Beatles. Tenho também alguns CDs, basicamente dos Stones, mas que são poucos, 107 para ser mais exato. Dos Stones também tenho alguns DVDs, que não chegam a 50. Minha coleção é pequena em relação ao de outros colecionadores, mas prefiro me focar nos Stones, principalmente lançamentos originais da década de 60. Ultimamente tenho adquirido alguns bootlegs, mas prefiro os originais.

Em relação aos CDs, até comprei alguns boxes japoneses tipo mini LPs, que são réplicas perfeitas das capas originais. E também tenho a coleção remasterizada de 2009 dos Beatles, mas só em estéreo.

Ainda dos Stones, também tenho vários livros, como não poderia deixar de ser, e alguns itens de memorabilia, mas definitivamente, eu gosto mesmo é de vinil.

Além de material dos Stones, você coleciona itens de outros artistas? Quais?

Para dizer que não tenho nada interessante de outros artistas, posso citar alguns LPs, como o Sgt. Peppers original americano, bem como o Magical Mistery Tour também original. Dos Beatles ainda tenho o Revolver e o White Album, mas são reedições do início dos anos 70. E, sem dúvida, não posso deixar de citar os compactos dos Beatles, mas que tem mais valor sentimental que qualquer outra coisa. Infelizmente, meus pais não curtiam Stones. Mas ninguém é perfeito (risos).


Qual gênero musical domina a sua coleção? E, atualmente, que estilo é o seu preferido? Essa preferência variou ao longo dos anos, ou sempre permaneceu a mesma?

Rock, rock, rock! Sempre gostei de rock e acho que - não, tenho certeza que vou morrer gostando do bom e velho rock and roll.

Vinil ou CD? Quais os pontos fortes de cada formato, para você?

Vinil sempre, ou como diz o Fred Cesquim, “vinyl sounds better”. Acho que o vinil, além do apelo da capa, da arte gráfica, soa melhor, com um som mais encorpado, principalmente nos graves. E isto é uma coisa que o CD ainda não conseguiu reproduzir. Até recentemente, por ocasião do relançamento do Exile On Main Street, fiz o teste, tocando “Rocks Off” no CD remasterizado e no vinil. Obviamente que o CD melhorou bastante, mas o vinil ainda é mais gostoso de ouvir, e olha lá que o meu sistema de som não é profissional. Se colocar um CD dos anos 90 para tocar, a diferença então é gritante. Falo por experiência própria, sem profundos conhecimentos de áudio, mas afinal o que importa é se você está curtindo o som.

Existe algum instrumento musical específico que o atrai quando você ouve música?

Gosto muito de prestar atenção nas nuances das guitarras, a diferença entre elas, ou seja, entre o solo e o ritmo. Com os Stones então, é muito bacana, pois as guitarras soam como uma só, principalmente na fase Brian Jones e na atual, com o Ronnie Wood. Não estou dizendo que não gosto do Mick Taylor - aliás, um guitarrista fenomenal -, mas a interação das guitarras que o Keith e o Ronnie conseguiram é fantástica. “The ancient art of weaving”, como disse certa vez Keith Richards. Pena que nunca consegui tocar guitarra, ou qualquer outro instrumento. Só somente um ouvinte.


Qual foi o lugar mais estranho onde você comprou discos?

Puxa, nunca comprei discos em lugares estranhos ... Só em lojas mesmo. Apesar que fiz uma vez uma troca de um CD dos Doors que eu tinha por um LP dos Stones que um amigo havia comprado e que não queria me vender de jeito nenhum. E só me restou trocar. O estranho é que a troca foi na rua, á noite. Parecíamos dois contraventores. E o pior é que o cara, fã dos Doors, tinha escrito tudo na capa, com alguns versos que o Jim Morrison tinha escrito por ocasião da morte do Brian Jones. E tive que me contentar com o LP assim mesmo. E apesar que ser um LP nacional, Heartbreakers, penei muito para conseguir comprar. Achei com um colecionador da Hungria. E alguns meses depois, como em um passe de mágica, sempre tem algum à venda no Mercado Livre.

Qual foi a melhor loja de discos que você já conheceu?

A melhor loja virtual é o site da Audiophile USA, mas o eBay está cada vez mais imbatível. Em relação à loja física, pode não ter sido a melhor, mas a Savarin Discos, em Curitiba, teve um papel importante na minha coleção. A loja ainda existe, mas acho que não tem mais vinil. E a Galeria do Rock em
Sampa tem que ser citada.

Conte-me uma história triste na sua vida de colecionador.

Nos anos 80 eu já morava em Curitiba e minha coleção já estava se encaminhando. Pelos pôsteres da SomTrês, editados pelo Paulo Ricardo, tive conhecimento da coleção dos Stones e me propus a adquirir todos. Tempo difícil, poucos discos, poucas lojas. Já tinha vários discos, mas ainda não tinha o Let it Bleed, que, segundo o pôster, era um disco magnífico. Fiquei louco para ouvir, mas como? Não havia internet para baixar, as rádios tocavam pouco Stones. Sei que uma noite, antes de dormir, ouvi a introdução de uma música com piano e logo percebi que era Stones. Coloquei logo para gravar. Pirei na música! Era “Monkey Man”, do Let it Bleed, ainda hoje uma das minhas músicas prediletas. Ouvi esta faixa sem introdução até gastar a fita, pensando que tinha que conseguir o disco. Eis que um belo dia, passo na Savarin e lá estava um exemplar lindo do Let it Bleed, nacional, reedição de 1981. Caríssimo, pelo menos para meus padrões na época. Sei que passava lá todo dia e ficava apreciando. Estava lacrado e não podia ouvi-lo. Comecei a tentar convencer meu pai. E aí foram uns trinta dias de conversa, pelo orelhão, pois morava sozinho em Curitiba. Eis que consegui convencer meu pai. Fiquei maluco. No outro dia, logo após a aula, fui na Savarin. Dei graças a Deus que o LP ainda estava lá. Fui no caixa e falei: Vim buscar o bolo. E não é que o cara me disse que tinha acabado de vender o disco, que o cara ia vir buscar mais tarde? Meu mundo caiu. Fiquei uma meia hora olhando para o disco. O dono da loja notou minha tristeza extrema e propôs conseguir outro exemplar. Que remédio. E lá se foram mais três meses sem poder ouvir o bendito disco. Até que um dia passei na Savarin e o cara tinha conseguido uma cópia, reedição argentina. Comprei e fui correndo para casa ouvir. Maravilhoso!!! Pena que a reedição argentina é de péssima qualidade. Vinil levinho, capa ruim, sem encarte. Mas pelo menos tocava. Sei que até hoje não tenho o Let it Bleed reedição 1981. Por que? Sei lá. Algum dia ainda compro um.


Como você organiza a sua coleção? Dê uma dica útil de como guardar a coleção para os nossos leitores.

Como tenho poucos discos, organizo basicamente por nacionalidade. E dentro da nacionalidade, são organizados cronologicamente. Ou pelo menos, eu tento. Tenho o cuidado de guardá-los na vertical. E limpá-los quando vou ouvir. Para a limpeza, utilizo uma receita de uma amigo de Vinhedo, grande colecionador e que é o meu guru em assuntos vinilísticos. Uso Poliflor DustGuard diluído em água. Passo esta solução com uma algodão em movimentos circulares, e depois removo com um algodão com água. Óbvio que em pequena quantidade para não estragar o selo. Por fim, lustro com um pano de microfibra, daqueles usados para limpar óculos. Interessante que esta solução, além de limpar, é antiestática, mantendo os vinis limpos por mais tempo.

Além da música, que outros fatores o atraem em um disco?

Sem dúvida, a arte da capa. Existem algumas capas de vinil que podem ser consideradas obras de arte. O que dizer por exemplo, da capa em 3D do Satanic? Ou da capa do compacto americano “Jumpin' Jack Flash”? Encartes também são interessantes. E aqui é legal citar o cuidado dos japoneses com as capas e os encartes. Sempre de ótima qualidade, igual aos vinis, que se não são os melhores, estão no top 3.

Quais são os itens mais raros da sua coleção?

Aqui posso citar alguns: os compactos americanos com capa “Satisfaction”, “Heart of Stone” e “We Love You”, este último promocional; um exemplar do Satanic, americano, capa 3D, ainda com o plástico, supostamente estéreo, mas com o lado dois impresso em mono; os primeiros compactos lançados no Brasil, com capa sanduíche, “Route 66 / Carol” e “Satisfaction / Mercy Mercy”; Exile on Main Street Blues, um flexidisc encartado na NME na época do lançamento do Exile; a série completa L’Age D’Or francesa com 19 LPs; Still Life Picture Disc Special Edition; o primeiro álbum dos Stones lançado no Brasil, promocional; o primeiro álbum americano em mono com foto; Rolling Stones Bravo alemão HorZu original; Golden Album japonês original; Con Le Mie Lacrime compacto em italiano; tem mais coisas interessantes, mas menos raras.


Você tem ciúmes da sua coleção?

Acho que sim, afinal foi um grande trabalho chegar até aqui.

Quando você está em uma loja procurando discos, você tem algum método específico de pesquisa, alguma mania, na hora de comprar novos itens para a sua coleção?

Não que eu me lembre. Geralmente, como estou sempre procurando Stones, vou direto na sessão e vejo se existe alguma novidade.

O que significa ser um colecionador de discos?

Acho que pode ser resumido em uma única frase: 'a way of life'.

O que mudou da época em que você começou a comprar discos para os dias de hoje, onde as lojas de discos estão em extinção? Do que você sente saudade?

Antigamente era mais difícil conseguir os discos. Apareciam somente alguns nas lojas, e se fosse não fosse rápido, já era. Este aspecto da caça aos LPs era muito interessante, mas ainda existe, mesmo com a facilidade da internet. Se antes você procurava um disco, mas se algum, qualquer um, aparecesse, já era uma vitória. Hoje, a caça continua, mas por itens mais raros, que às vezes demoram meses, até anos, para aparecerem para compra.

Mas, sem dúvida, a sensação de entrar em uma loja e achar uma bolacha que você estava procurando há tempos é insubstituível. Claro que isto ainda existe, mas em menor escala.


Marcio, porque você decidiu colecionar apenas itens dos Stones? Não tem interesse em iniciar coleções de outros artistas?

Acho que o fato de eu ter me tornado um colecionador de Stones está ligado ao fato de realmente eu gostar muito de ouvir Stones, principalmente. Até pensei várias vezes em iniciar uma coleção dos Beatles, que curto muito também (não deixe o André Ribeiro do Stones Planet ler isto, senão ele vai me excomungar – risos!), mas aí eu vejo que existe tanta coisa que ainda não tenho dos Stones que não vejo outra solução na minha cabeça stonemaníaca que não seja continuar com a minha coleção.

Já que você coleciona apenas itens dos Stones, imagino que, para um novo item entrar na sua coleção, ele tem que ter algum diferencial, correto? Então, o que o leva a adquirir um novo item para a sua coleção?

Certíssimo! Como a minha coleção é quase 100% Stones e já coleciono há algum tempo, a aquisição de novo itens é cada vez mais difícil e custosa, pois apesar de vários itens estarem disponíveis muitas vezes estão supervalorizados, então, além de achar os itens procurados, os mesmos têm que estar com valores justos, por assim dizer. Não posso dizer que sempre é assim, pois às vezes cometem-se loucuras, mas hoje em dia acho que a compra de itens colecionáveis deve ser mais ou menos como no mercado de ações: sempre o racional agindo.

Diante de tantos itens disponíveis dos Stones no mercado, geralmente eu estabeleço metas. Completar alguma série, compactos dos anos 60, compactos britânicos, etc. Se não houverem limites, em dois tempos você está endividado, quebrado. Hoje estou em stand by, ou seja, sem nenhum objetivo firme em vista, mas sempre observando o mercado.

O grande problema é que de repente as gravadoras resolveram capitalizar em cima dos fãs e estão lançando um quantidade absurda de itens muito caros, como os boxes de vinil remasterizados lançados no ano passado. Lindos, mas muito caros. Ainda não me atrevi a comprá-los e acho que não comprarei tão cedo. Ainda prefiro os velhinhos, por assim dizer.

Você tem muitas versões diferentes dos mesmos álbuns em sua coleção. Quais são as suas preferidas? A original, um relançamento, as famigeradas 'deluxe editions'?

As versões preferidas, sem dúvida, são as originais. E dentre estas originais, as versões do Satanic tem um lugar de destaque na minha coleção. Hoje possuo cerca de 20 versões do Satanic em vinil. Mas acho que todas as versões tem seu valor, sejam as originais, pelo simples fato de serem originais, sejam as deluxe, que no fim das contas acabam trazendo alguma novidade, como no caso da versão deluxe do Exile, que trouxe várias músicas inéditas. Apesar que não podemos deixar de salientar o caráter caça-níqueis nesta reedições, como já citei acima. Sempre procuro por originais, mas algumas vezes são difíceis e caros, principalmente os que estão em boas condições.

Por exemplo, os álbuns originais dos Stones no Brasil, ainda em capa sanduíche, são relativamente fáceis de conseguir, pelo menos alguns. Já os americanos e britânicos são mais difíceis e caros. Isto sem mencionar os japoneses e alemães. Teve uma época que consegui vários discos originais por preços relativamente acessíveis, mas hoje está mais difícil, parece que o mercado de vinil se aqueceu.

Aliás, aqui cabe um parêntese: na minha opinião, os discos que valem a pena, seja pela qualidade e pela apresentação, são os japoneses, alemães, americanos e britânicos. São os que apresentam melhor qualidade de áudio na minha opinião. Óbvio que o colecionador não liga só para isto, mas eu, quando quero algum disco, dou preferência a uma destas nacionalidades. Tenho até alguns discos russos, mas a qualidade do vinil e do papel são sofríveis. Não tenho nem coragem de colocar um LP deste no meu toca-discos. Tenho um Get Yer argentino que tem um defeito na última faixa, “Midnight Rambler”, em que a agulha não passa. E fiquei ouvindo esta música defeituosa até o lançamento em CD, o que demorou cerca de 3 anos. Acredita? A melhor faixa do disco veio com defeito.


O que os Stones siginificam para você?

Não sou tanto “Você tem o Sol, você tem a Lua e você tem os Rolling Stones”, mas acho que eles são 'the greatest fucking rock and roll band in the world'!

Marcio, você só ouve Stones ou rolam outros sons por aí?

Ouço Stones a maior parte do tempo, mas curto muito o rock dos anos 60 e 70, citando Beatles (minha esposa gosta muito dos Beatles), Faces, adoro Lynyrd Skynyrd, Led Zeppelin, Kiss, Black Sabbath, Doors, The Who, Iron Maiden. E não posso deixar de citar T.Rex. Discos fantásticos!

Qual o seu Stone preferido?

Keith Richards. Ele personifica os espírito 'sex, drugs and rock and roll', além de ser a alma dos Stones. Era o que eu queria ser quando adolescente, um guitarrista de rock, mas acabei virando médico. Mas acho que Keith tem que estar com seu 'partner in crime' Mick Jagger. Aí, a mágica acontece!

Qual é o melhor álbum dos Stones? E o pior?

Pergunta difícil, mas acho que é o Let it Bleed. Pois é. Aquele que eu esperei tanto para ouvir e até hoje ouço muito. E a melhor faixa do disco é “Monkey Man”. Já o pior não tem. Papo de fã hardcore, não é? Mas acho que o mais fraco foi o Emotional Rescue. Acho que tem algumas músicas legais, como “Summer Romance”, mas no geral é um disco sem muita energia. Discordo quando falam do Dirty Work. Acho que o disco tem uma energia absurda - negativa é claro, pois foi feito em um clima muito ruim -, mas é um disco que gosto e ouço muito. Lembro muito bem do dia em que comprei e fui para casa para ouvir. Um expectativa muito grande, e em grande parte retribuída.

Entre os integrantes das banda, qual tem a melhor carreira solo, na sua opinião?

Ronnie Wood. Gosto muito dos seus discos. Acho que ele tem mais jeito que os Glimmer Twins, talvez por ter menos pressão, não precisar fazer um disco que seja igual ou melhor que os Stones. Acho que ele toca sem compromisso, quase como se fosse um jam session. Chama alguns amigos e grava um disco, simples assim. Mas tenho que confessar que demorei a considerá-lo um verdadeiro Rolling Stone.


O que você acha desse papo de que música boa só existiu nos anos 1960 e 1970, e de que hoje não se faz música de qualidade?

Tenho que admitir que sou meio radical em relação a isto. Hoje em dia ouço quase que só anos 60 e 70. Talvez um parêntese para do rock brazuca dos anos 80, alguma coisa internacional dos anos 80 como Peter Frampton ou os primeiros discos do U2, mas praticamente não saio disto. Abro também uma exceção para alguns artistas brasileiros, como a Maria Rita. Mas de rock mesmo, após o fim dos anos 80, não ouço quase nada dos artistas mais novos.

Mas acho exagero falar que não existe música boa após os anos 70. A diferença é que não faz a minha cabeça, afinal de contas gosto é gosto. Mas posso dizer que estou muito mais flexível hoje em dia, mais cabeça aberta em relação a novos sons. Acho que radicalismo demais é prejudicial à saúde. O velho papo de Beatles x Rolling Stones não leva a lugar nenhum.

Qual é o melhor disco de 2011 até o momento?

Puxa vida!! Pergunta difícil (risos). Mas vamos citar um da velha guarda: Mean Old Man, do grande Jerry Lee Lewis. Um disco de regravações de blues com participações mais que especiais.

Marcio, muito obrigado pelo papo. Pra fechar, o que você está ouvindo e recomenda aos nossos leitores?

Eu que agradeço pela oportunidade de falar um pouco sobre minha coleção. Atualmente estou ouvindo o disco ao vivo do Ronnie Wood chamado I Feel Like Playing, gravado em Londres em 2010. Rock de primeira!

Comentários

  1. Que foda. O cara pode ficar mais de um ano, ouvindo um disco por dia, sem repetir. Bela coleção.

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  2. Bacana mesmo. Keith Richards ficaria de cara ao ver essa coleção. Parabéns!

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  3. É muito legal uma coleção assim(pena que é dos Stones).

    Eu também acho que Let It bleed é o melhor disco deles (o problema que é o único que eu gosto, e olhe que eu já ouvi todos)

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  4. Caralho, que foda! Essa foto com os vários Their Satanic me causou tanta inveja que só pode ser exigência das majestades satânicas, realmente! Parabéns pela coleção!

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  5. Lucas, enviei o link com a matéria para os perfis oficiais do Mick Jagger e do Keith Richards no Twitter. É claro que eles não irão olhar, mas vai que ...

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  6. Márcio, vou mandar te degolar, seu bitoumaníaco....... hahahaha.

    Legal, cara. Bela entrevista. parabéns a ti e ao Ricardo pela iniciativa..

    saludos!

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  7. André, obrigado pelo comentário. A entrevista ficou muito legal mesmo.

    Abraço.

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  8. Pois é André.... Fazer o que?
    Curto um pouco os FabFour, mas não espalha.... rsrsrrs

    Mas semana passada estava ouvindo toda a discografia do Led Zeppelin... Tinha acabado de ler a biografia deles....

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  9. Do caralho! Parabéns pela coleção! Abs!

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