The Rods: review do álbum 'Vengeance' (2011)!



Por João Renato Alves


Nota: 8,5


Depois do excelente Bitten by the Beast, álbum solo de David 'Rock' Feinstein lançado ainda no ano passado, era grande a expectativa pelo disco que marcaria a volta do The Rods. Principalmente porque, mais uma vez, teríamos participação póstuma do mestre Ronnie James Dio em uma faixa. Mas não era só isso, já que a banda do primo do homem também conta com uma discografia de respeito na cena metak, com clássicos do estilo como Wild Dogs (1982) e In the Raw (1983). Portanto, não faltavam atrativos que justificassem a ansiedade. Mas valeu a pena esperar?


Os riffs de “Raise Some Hell” já respondem em grande parte à dúvida, junto com seu refrão típico dos bons tempos do rock de arena. O clima festeiro prossegue em “I Just Wanna Rock”, chegando a lembrar o AC/DC, com direito a espancamento de categoria por parte do baterista Carl Canedy. “Rebels Highway” justifica o nome com sua cara de rock estradeiro com pegada heavy, pronta para conquistar o ouvinte. Mais oitentista impossível! O início de “Ride Free or Die” é totalmente chupinhado de “Damage Case” do Motörhead, e o clima leva o ouvinte diretamente aos anos 70, com direito a citações especiais àqueles tempos.


Mas chega a hora de “The Code”. Aí é preparar os lenços e ouvir mais uma vez o magnífico Dio soltar a voz como só ele sabia. E o estilo Tony Iommi dos riffs faz a saudade apenas aumentar mais. Parece que o Sabbath da era Mob Rules, com a volta daquela pegada doom, voltou com força total. O ouvinte fica simplesmente paralisado ao escutar. Os backing vocals de Feinstein aumentam a emoção. Nessa faixa temos um verdadeiro espetáculo particular de Gary Bordonaro, fazendo o baixo praticamente ganhar vida própria na parte final.


Uma batida mais cadenciada em “Livin' Outside the Law” ajuda a manter o ritmo variado na medida certa. Pé no acelerador com “Let It Ripp”, heavy metal em sua mais pura definição, pronta para fazer o ouvinte ter um torcicolo. Em “Fight Fire With Fire” volta o clima hard setentista, com David mandando seus vocais característicos. “Madman”, a mais curta de todas, segue uma linha atual, com sonoridade buscando se alinhar ao rock pesado dos tempos modernos e se saindo bem, embora deva confessar que foi a que menos gostei.


Na reta final, temos “Runnin Wild”, com uma intro fulminante de bateria desembocando em um som que define a expressão clássica em sua concepção. Fechando de vez, a faixa-título, com David mostrando toda sua potência nas seis cordas, soando como uma versão mais pesada de Billy Gibbons, algo próximo a Ted Nugent, impressão aumentada pelo estilo do riff.


Assim termina um grande disco, mostrando que algumas coisas estão no sangue da família e merecem ser cultuadas. Obrigatória a conferida, especialmente para quem sente a falta do “maior baixinho do mundo”!




Faixas:
1 Raise Some Hell
2 I Just Wanna Rock
3 Rebels Highway
4 Ride Free or Die
5 The Code (feat. Ronnie James Dio)
6 Livin' Outside the Law
7 Let It Ripp
8 Fight Fire With Fire
9 Madman
10 Runnin Wild
11 Vengeance

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