Dynahead: review do álbum 'Youniverse' (2011)!



Por Ricardo Seelig


Nota: 8,5


Liberdade é não ter medo da sua própria imaginação. E o Dynahead não tem receio algum de desbravar os caminhos onde a sua criatividade o pode levar. Eis aqui uma banda que se desafia, e leva o ouvinte a tiracolo nessa jornada.


O grupo, criado em Brasília em 2004 e formado por Caio Duarte (vocal), Pablo Vilela (guitarra), Diogo Mafra (guitarra), Diego Teixeira (baixo) e Rafael Dantas (bateria), lançou o seu debut em 2008, Antigen, e agora chega ao seu segundo disco, Youniverse.


O que ouvimos nas onze faixas de Youniverse é um heavy metal ousado, inovador e, devido a essas duas qualidades, em certos momentos até esquisito aos ouvidos dos fãs mais tradicionais. A única constante no som do Dynahead é o metal, o peso, já que o resto é totalmente imprevisível. Essa característica requer do ouvinte uma cumplicidade para curtir a música do grupo. Você precisa estar disposto a ser surpreendido, a ser desafiado, a ser levado a lugares onde nunca esteve. E uma coisa eu posso garantir: se você deixar isso acontecer, a viagem será fantástica!


Há elementos de nomes como Pantera, System of a Down e Alice in Chains na sonoridade do Dynahead – além de resquícios de thrash e prog - , mas essas influências são apenas algumas das múltiplas facetas da música do grupo. O apetite para desbravar caminhos sempre originais, a inquietude em não se conformar com a solução mais fácil, a variedade de opções que os caras têm na manga para sempre levar o seu som pelos mais improváveis trajetos são os fatores que tornam Youniverse um disco que aponta para o futuro do heavy metal - e, em certos momentos, para um período tão à frente que beira o ineditismo.


O ápice da convergência de todos esses múltiplos elementos ocorre em “Inception”, uma faixa excelente, que surpreende o ouvinte durante toda a sua duração. Outros bons momentos ocorrem em “Eventide”, “Confinement in Black”, “Circles” e “Way Down Memory Lane” - essa última com direito até a uma agradável passagem meio bossa nova, meio samba.


A ótima produção merece menção, assim como a bela capa, criada por Gustavo Sazes, artista brasileiro que já desenvolveu artes para bandas como Angra, Arch Enemy, Firewind, Krisiun, Legion of the Damned, Spiritual Beggars e inúmeras outras.


O Dynahead posiciona-se na vanguarda do estilo com Youniverse, assumindo para si a responsabilidade de explorar as possibilidades e iluminar os caminhos que o metal trilhará nos próximos anos. Se conseguirem manter o ótimo nível de Youniverse, o seu futuro será brilhante.




Faixas:
1. Ylem
2. Eventide
3. Inception
4. Unripe One
5. Confinement in Black
6. Circles
7. My Replicator
8. Repentance Hour
9. Way Down Memory Lane
10. Redemption
11. Onset

Comentários

  1. Banda bem promissora e ousada em uma cena onde prevalece a mesmice.

    E como os trabalhos de artistas brasileiros em capas de bandas está ficando bom!

    Agora mudando de assunto, Ricardo voce concorda com o Regis Tadeu em Relação ao Metal Melódico?

    Ele disse hoje na sua coluna coisas bem interessantes e cometeu o absurdo de comparar o The Agonist com o After Forever.

    Assim ele é legal sabe muita coisa, entretanto... chamar as cantoras do Symphonico Metal de pseudo-líricas é palhaçada.

    Eu ainda não entendi qual é a birra dele com o Manowar. As letras, as roupas, as atitudes do grupo e fãs? e o som do Manowar não me lembra em nada Power Metal, apesar das letras.

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  2. Por outro lado ele é ótimo abordando Soul,Jazz,Blues,Pop,Samba
    Rock Clássico.

    Mas quando entra no cenario Metal ai eu já ligo o alarme que vem absurdo por ai.

    Ele fala que é fã de Opera, mas eu nunca vi ele abordando o genero.

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  3. Rubens, não concordo com o Regis em várias coisas, e uma delas é a opinião dele sobre o heavy metal melódico.

    Eu acho que o estilo está estagnado há anos. O disco do Symfonia, por exemplo, que gerou uma expectativa grande, é mais do mesmo. Mas, dentro do estilo, ainda existem bandas muito interessantes e que merecem espaço. Uma delas é o Kamelot, por exemplo, que faz um trabalho muito bom. O Avantasia também é muito legal, apesar de não curtir muito o direcionamento mais hard rock dos últimos discos. O Gamma Ray segue fazendo bons discos, e o SoulSpell, aqui no Brasil, também tem gravado álbuns de alta qualidade.

    Agora, metal sinfônico não é a minha praia. Agonist, After Forever ... não ouço. Gostava de Nightwish, acho 'Once' um discão, mas desde que a Tarja saiu perdi interesse pelo estilo.

    Espero ter respondido a tua pergunta, e o Dynahead é realmente excelente.

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  4. O Regis, pelo que eu sinto, gosta de metal clássico, das bandas clássicas. Entre as mais recentes, seja pela agressividade ou pela variedade de caminhos que a coisa tomou, me parece que ele não curte muito.

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