Elvis Presley: resenha do livro 'O Retorno do Rei: A Grande Volta de Elvis Presley'!



Por Adriano Mello Costa


Quando alguém fala em Elvis Presley, qual a primeira imagem que vem a sua mente? a) do requebrado desengonçado dos anos 50 ao som de “Hound Dog”; b) de algum filme assistido na sessão da tarde; c) dele gordo em pleno declínio cantando em Las Vegas; D) todas as anteriores. O Rei do Rock realmente teve várias facetas até falecer no dia 16 de agosto de 1977. Sua vida e obra, que já tiveram vários e vários livros com as mais diversas nuances, ganham agora mais um pra lista.


O Retorno do Rei: A Grande Volta de Elvis Presley trata mais especificamente do período entre 1968 e 1970, tendo como foco principal o especial televisivo exibido pela Rede NBC no final do ano de 1968 conhecido como Comeback Special, que serviu para alavancar novamente a carreira do Rei depois de passar por um período de gravações sofríveis e queda de popularidade. No entanto, não se prende tanto assim e faz uma breve análise do passado e o acompanha até a data do falecimento.


Escrito por Gillian G. Gaar, uma experiente jornalista que já lançou livros sobre Nirvana e Green Day, além de escrever para revistas como a Rolling Stone e a Mojo, o trabalho tem 272 páginas e lançamento pela paulista Madras Editora, com tradução de Luciana Sanchez. É mais um que visa tratar de fatos específicos nas biografias de grandes artistas, assim como Like a Rolling Stone: Bob Dylan na Encruzilhada de Greil Marcus e O Dia em que James Brown Salvou a Pátria de James Sullivan.


O livro pega Elvis em uma situação de queda em quase todos os níveis, menos o financeiro, já que recebia 1 milhão de dólares por filme, uma quantia elevada para a época. Depois da volta do exército, ele se desiludiu diversas vezes com o rumo da carreira programada por seu empresário, o Coronel Parker. Fazendo filmes ruins e não gravando mais bons discos que o instigassem ou fazendo shows, Elvis se escondia nas suas excentricidades e nas receitas de remédios que consumia verozmente.


A relação entre ele e seu empresário dá o tom de constrangimento por todo o livro. Mesmo discordando das opiniões, o astro quase nunca confrontava aquele que o elevou para o patamar de sucesso e preferia manter uma postura de subserviência. Muitas vezes pergunta-se quais as razões que levaram Elvis a se adequar a esse modo de trabalho. Nunca isso foi bem explicado. Seria medo, gratidão, inabilidade para os negócios? O que quer que fosse ainda hoje não consegue fazer algum sentido.


No entanto, vendo que tudo ia por água abaixo, Elvis se envolveu em um projeto que elevaria novamente a carreira e traria ótimos resultados, que infelizmente não foram aproveitados da devida maneira com o passar dos anos, culminando na vida insatisfatória que resultou na sua morte por parada cardíaca causada por excesso de remédios. O programa conhecido como Comeback Special foi um estrondoso sucesso e agradou público e crítica, fazendo o Rei voltar ao trono em tempos bem diferentes.


O Retorno do Rei: A Grande Volta de Elvis Presley é uma análise bem escrita dos fatos que pretende abranger e, consequentemente, da complicada personalidade de Elvis, e apesar de ser bem detalhado em depoimentos e questões técnicas, não fica enfadonho. É o tipo do livro que após ser consumido pede para que se ligue o som. É ligar e deixar passar faixas como “Heartbreak Hotel”, “Jailhouse Rock”, “Suspicious Mind” e “In the Ghetto” e lembrar de um dos maiores de todos os tempos.



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