Grave: review do álbum 'Burial Ground' (2010)!



Por Ricardo Seelig


Nota: 8,5


Na estrada desde 1986, o Grave é considerado, ao lado do Dismember, Entombed e Unleashed, um dos pais do death metal sueco. A fidelidade canina ao estilo fez com que a banda atravessasse décadas lançando álbuns sempre consistentes e fortes, e a história não é diferente com Burial Ground, seu novo registro.


Mesmo seguindo fiel às suas origens, o Grave insere alguns elementos interessantes ao seu som, características que tornam as composições mais dinâminas e palatáveis. A principal e mais evidente é a aproximação com o thrash metal, fato percebido através das variações rítmicas e climáticas nas músicas, que se alternam entre momentos de velocidade descontrolada a outros mais lentos, que beiram o doom.


Esse fator, somado a uma duração maior na duração das faixas, faz com que a banda consiga manter a brutalidade característica, mas, ao mesmo tempo, desenvolva melhor as suas boas ideias em cada composição. O resultado é que cada faixa soa como um mergulho na escuridão, uma jornada pelo lado mais escuro do ser humano, ancorada por emoções extremas e dilacerantes.


O ápice do álbum é sua faixa-título, que apesar de longa não soa cansativa justamente pela sábia alternância dos elementos citados acima. Um exemplo de como o death metal e o metal extremo como um todo soam muito mais eficazes quando priorizam o peso e nuances sombrias do que quando focam exclusivamente na velocidade pura e simples.


Burial Ground é um ótimo álbum de death metal, gravado por uma das bandas pioneiras do estilo. Se você é fã do gênero, aproveite que o disco saiu no Brasil pela Shinigami Records e tenha esse petardo na sua coleção!




Faixas:
1 Liberation 3:40
2 Semblance in Black 4:20
3 Dismembered Mind 6:05
4 Ridden With Belief 4:06
5 Conquerer 4:45
6 Outcast 3:40
7 Sexual Mutilation 4:02
8 Bloodtrail 4:05
9 Burial Ground 7:23

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