Sepultura: resenha do álbum 'Kairos' (2011)!



Por João Renato Alves


Nota: 8,5


Ao contrário de muitos de vocês, seres humanos, nunca vi na fase Derrick Green esse desastre todo. Ao contrário, há alguns momentos que considero realmente interessantes, mesmo com a ausência da 'grife Cavalera'. Portanto, não me surpreende a qualidade de Kairos, novo álbum do Sepultura e o melhor em muito tempo. A banda soa concisa e entrosada, sem destaques individuais e todos dando o máximo de suas capacidades.


Os riffs de “Spectrum” já anunciam que vem porrada das boas, sensação que permanece na excelente faixa-título, som com a marca registrada do grupo. “Relentless” retoma o pique da era Chaos A.D., deixando a impressão que poderia ter sido gravada por aquela banda – que sim, é outra em comparação com a atual, sem desmerecer nem comparar. Após a vinheta “2011”, o cover para “Just One Fix”, do Ministry, que se encaixou perfeitamente na proposta musical do disco, lembrando a relevância do trabalho de Al Jourgensen, goste-se ou não. A variação de climas de “Dialog” prepara terreno para a pancadaria certeira de “Mask”, um dos pontos altos, convidando o ouvinte a bater cabeça. Vale citar o encerramento, na linha arrasa-quarteirão.


Outra vinheta (“1433”) antes de mais massacre com “Seethe”, que já vinha sendo executada ao vivo e é um thrash dos bons, garantindo a alegria dos fãs, com destaque para as variações de Jean, cada vez mais seguro no posto de baterista. “Born Strong” traz um groove muito interessante, fugindo do tradicional pula-pula de tempos recentes. A cadência de “Embrace the Storm” vem em boa hora, enquanto a última vinheta, “5772”, assim como as outras, é apenas uma passagem. Exaltando o lado hardcore, a massacrante “No One Will Stand” é outra que merece lugar de destaque. Para fechar de vez, “Structure Violence (Azzes)”, com sua influência industrial, que foi colocada no final, provavelmente para algum espertalhão dizer "ah, eu sabia!".


Aqueles que já possuem uma birra irreversível com a fase atual do Sepultura continuarão sem aprovar pelo simples fato de ser o grupo sem os irmãos responsáveis por sua criação. Quem conseguir se desprender pode conferir um grande trabalho, na medida certa para empolgar os admiradores. 


Kairos tem lugar de destaque na discografia da maior banda brasileira de todos os tempos.




Faixas:
1. Spectrum
2. Kairos
3. Relentless
4. 2011
5. Just One Fix
6. Dialog
7. Mask
8. 1433
9. Seethe
10. Born Strong
11. Embrace the Storm
12. 5772
13. No One Will Stand
14. Structure Violence (Azzes)

Comentários

  1. 8,5 ? Poxa, não consigo entender o q há de bom nesse album.É menos ruim do q os anteriores.Sepultura ,infelizmente, não nos brinda com um album digno da grandeza do nome há muitos anos.

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  2. Esse é bum dos meus álbuns favaritos do Sepultura a cada faixa ele vai evoluindo é um ótimo trabalho

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