Infinity: resenha do álbum 'Infinity' (2011)



Por Marcelo Vieira


Nota: 9,5


Em matéria de AOR, Mitch Malloy está entre as figuras mais representativas de todos os tempos. Vocalista dos mais extraordinários, compositor de mão cheia e produtor dos mais competentes, o cara é unanimidade dentro do gênero. Em aproximadamente duas décadas de carreira lançou discos que se tornaram referência, gravou músicas de sucesso e colaborou com gente de peso – cantando ou produzindo –, enfim, elevou seu nome ao status que ostenta hoje em dia.


No último dia 11, a Melodic Rock Records lançou Infinity, CD homônimo ao finado projeto formado por Malloy e o tecladista David Rosenthal, conhecido principalmente por seu trabalho com o Rainbow – Rosenthal co-escreveu algumas canções dos álbuns Straight Between the Eyes (1982) e Bent Out of Shape (1983) – e Billy Joel. As nove canções aqui presentes foram registradas entre 1986 e 1987 – não tendo sido lançadas até então –, mas a remasterização foi tão bem feita que o material soa mais atual do que nunca.


A voz de Malloy (na época, um iniciante que tentava a sorte grande cantando na noite em Nova Jersey) somada às teclas mágicas de Rosenthal (também moleque e desempregado graças ao fim do Rainbow) são o fio condutor do Infinity. Segundo o próprio vocalista no press release de lançamento: “O Infinity era, basicamente, David e eu com diferentes músicos completando a formação.” Entre esses músicos, ninguém menos que o estreante e já brilhante Reb Beach.


“I’m on the Edge” é o que Gregg Giuffria chamaria de cinema rock: música despretensiosa, com cara de Sessão da Tarde. Já “She’s on Fire” é a típica balada de rock de arena, grandiloqüente, com letra certeira e interpretação de arrepiar. A farofa com tempero oitentista é servida na irresistível “Christine”. Inacabada em 1987, “Liar” conta com novos vocais de Malloy gravados em 2011, e nova bateria. O alcance, obviamente, não é mais o mesmo. Mas o feeling do cara permanece intacto: coisa de quem sabe (e ama) o que faz.


“Promise” começa devagar-quase-parando, com voz em tom baixo e cravo dedilhado apenas, até explodir no refrão, com um show a parte de Malloy. Balada dilacerante, com solo digno de centro de palco (Beach?). “Over You” foi feita nos moldes setentistas de grupos como Boston e Styx – fontes nas quais a grande maioria das bandas do melodic rock dos anos 80 até os dias de hoje se embebedaram assumidamente. E já que falamos em Sessão da Tarde, “Running” é perfeita pra rolar enquanto sobem os créditos do filme - mas só pra isso também.


Ah, se desse para incluir Infinity na lista dos melhores do ano, não teria pra nenhum outro – ao menos em se tratando de AOR.


1. I’m On The Edge
2. Secrets
3. She’s On Fire
4. Christine
5. Let It Go
6. Liar
7. Promise
8. Over You
9. Running

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