Tony MacAlpine: resenha do álbum 'Tony MacAlpine' (2011)



Por Marcelo Vieira


Nota: 8


Tony MacAlpine começou cedo, aos 5 anos, fazendo aulas de piano. O primeiro contato com a guitarra foi aos 12. Aos 24 foi descoberto por Mick Varney da revista Guitar Player e assinou com a Shrapnel, pela qual lançou seu primeiro álbum, o cultuado Edge of Insanity, em 1985, marco zero de uma das folhas corridas mais extensas do rock. Em pouco mais de 25 anos de carreira foram mais de dez álbuns solo, além de incontáveis projetos e colaborações com gente de peso como Steve Vai nos álbuns Live at the Astoria London, G3 Live in Denver e G3 Live in Tokyo.


No último dia 21, Tony MacAlpine lançou seu mais novo álbum, homônimo, 100% instrumental e todo gravado com guitarras de 7 e 8 cordas. Philip Bynoe (Ring of Fire, Steve Vai) dá as caras com seu contrabaixo do mal em “Ölüdeniz”. A bateria é eletrônica em cinco faixas. Nas sete restantes, Marco Minnemann (Silver) e Virgil Donati (Ring of Fire) dividem o banquinho.




O fio condutor de Tony MacAlpine é a versatilidade. O caráter prog perdura durante o disco todo, devido às incontáveis passagens e intervalos presentes, com bateria quebrada e tudo mais. Mas as composições em si são uma mistureba só, para o deleite de quem preza pela experimentação em álbuns instrumentais. Bases meio metal, meio industriais predominam na primeira metade (“Serpens Cauda”, “Fire Mountain”, “Ten Seconds to Mercury”). O clima frenético tem fim com a belíssima “Flowers for Monday”. É aproveitar para respirar um pouco!


“Angel of Twilight” começa lenta, mas desencadeia na guitarra solo mais furiosa do disco. Parece coisa de videogame, recomendada para direção em alta velocidade. “Summer Palace” soa como “Fire Garden Suite”, de Steve Vai - várias músicas em uma só. Com “Salar de Uyuni” na sequência, fica estabelecido o momento 'viajandão' do trabalho. “The Dedication” é encerramento em clima de glória, para quem cruzou a linha de chegada em primeiro.


Chupações de Vai à parte (resultado dos anos trabalhando juntos), este é um dos melhores álbuns da carreira de Tony MacAlpine. Fora que é muitíssimo melhor que qualquer um de Steve pós The Ultra Zone. Merece lugar na lista dos melhores do ano – até agora, pelo menos.




Faixas:
1. Serpens Cauda (4:22)
2. Oludeniz (5:15)
3. Fire Mountain (4:23)
4. Dream Mechanism (4:18)
5. Ten Seconds to Mercury (4:35)
6. Flowers for Monday (3:04)
7. Angel of Twilight (5:02)
8. Pyrokinesis (3:56)
9. Blue Maserati (4:41)
10. Summer Palace (4:35)
11. Salar de Uyuni (5:39)
12. The Dedication (4:22)

Comentários

  1. Legal. Não acompanhei a carreira de Tony nos últimos anos, mas curto demais os álbuns que ele fez nos anos 80. Inclusive estou há algumas semanas com a ideia de escrever a respeito de "Maximum Security", que considero um dos melhores discos de guitarrista solo que já ouvi. Acredito que o farei na próxima semana. O cara vai muito além de ser apenas um emulador de fórmulas anteriores, e consegue aplicar o estilo neoclássico levado a extremos por Yngwie Malmsteen com personalidade suficiente para se destacar. "Tears of Sahara", com participação de George Lynch, é coisa de louco.

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