Megadeth: crítica do álbum 'Th1rt3en' (2011)


Nota: 6

Décimo-terceiro álbum de estúdio do Megadeth, Th1rt3en será saudado pelos fãs como um dos melhores discos do grupo de Dave Mustaine. A razão para isso é simples: suas treze faixas caminham sobre terreno seguro, testado e aprovado nos trabalhos anteriores do grupo. Dave Mustaine retorna conservador e sem ousadia, o que, em um gênero como o heavy metal, não é necessariamente ruim.

Produzido por Johnny K (Machine Head, Sevendust, Disturbed), Th1rt3en marca o retorno do baixista Dave Ellefson ao grupo. Completando o line-up temos os excelentes Chris Broderick (guitarra) e Shawn Drover (bateria). Bastante inferior ao trabalho anterior – o ótimo Endgame (2009) -, o álbum se equilibra entre momentos de brilho esparso e outros onde soa apenas burocrático. A abertura, com “Sudden Death”, apesar dos riffs interessantes, não evolui para uma composição que mereça maiores atenções. O mesmo vale para faixas como “We the People”, “Guns, Drugs & Money” e “Black Swan”, que apenas preenchem espaço.

No entanto, quanto acerta a mão, Mustaine acerta mesmo. “Public Enemy No. 1” é excelente, unindo o hard rock e o heavy metal com enormes doses de melodia. “Fast Lane” é um meio termo entre a sonoridade dos álbuns Countdown to Extinction (1992) e Youthanasia (1994), enquanto a balada “Millennium of the Blind” se destaca por sair do comum e trazer um pouco de ousadia a um álbum que tem os dois pés fincados no tradicionalismo.

É interessante fazer um paralelo entre os momentos vividos pelo Megadeth e por seu eterno antagonista, o Metallica. Enquanto James Hetfield e sua turma arriscam, mais uma vez, a sua reputação em um disco ousado e controverso – Lulu, parceria com Lou Reed -, Dave Mustaine lança um de seus trabalhos mais ortodoxos. O que vai acontecer? Grande parte dos fãs de heavy metal, conservadores por natureza, vai receber Th1rt3en de braços abertos com frases feitas como “isso sim é música de verdade”, “heavy metal se faz assim” e “Mustaine mostra para o Metallica como é que se faz, mais uma vez”. No entanto, Th1rt3en é um álbum apenas mediano, com composições que, salvo raras exceções, não acrescentam nada à carreira do Megadeth, ao contrário de seu antecessor – Endgame -, que era um disco primoroso.

O Megadeth é uma banda histórica e que merece respeito por tudo o que já produziu, mas isso não faz com que, vez ou outra, o grupo cometa pequenos deslizes. Th1rt3en é um desses escorregões. Pouco inspirado, repetitivo em diversos momentos, é indicado apenas para os fãs. Se você é um deles, compre, nem que seja apenas para não deixar um espaço em branco em sua coleção.

Faixas:
  1. Sudden Death
  2. Public Enemy No. 1
  3. Whose Life (Is It Anyways?)
  4. We the People
  5. Guns, Drugs & Money
  6. Never Dead
  7. New World Order
  8. Fast Lane
  9. Black Swan
  10. Wrecker
  11. Millennium of the Blind
  12. Deadly Nightshade
  13. 13

Comentários

  1. Não ouvi o álbum, mas sempre prefiro a tradição do Megadeth ao experimetalismo do Metallica

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  2. porra ricardo se fla que o 13 é um escorregao e que o edngame é primoroso?!?! pra min o 13 dexa o endgame no chinelo facil facil,mas enfim opinioes sempre seram opinioes,e nunca, jamais seram a verdade absoluta sobre nda

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  3. Cadão, eu sou um desses fãs tradicionalistas que você descreve no texto. E admito que farei todos esses comentários assumidamente cabeça fechada. Não consigo tragar esses experimentalismos não só do Metallica, como achei a apresentação do Sepultura com aquela timbalada supervalorizada no RIR apenas mediana. Mas é justamente aí em que reside a genialidade do seu texto. Quem é mais radical, como eu, vai dar vivas a Mr. Mustaine e continuar azucriando o Metallica. Quem é mais fã de música vai aplaudir o Totó, ops, Lulu.

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  4. United Abominations, Endgame e agora o 13. Cada álbum excelente ao seu jeito.

    Também sou mais um dos que preferem um "tradicionalismo" BEM-FEITO do que um "experimentalismo" pretensioso ao extremo e totalmente SEM GRAÇA como Metallica + Lou Reed, musicalmente falando.

    Apesar que, musicalmente falando também, qualquer coisa por aí consegue ser melhor que o "Lulu" fácil. Não há Metallica nem Lou Reed que mudem isso.

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  5. Ronaldo e Rodrigo, obrigado pelos comentários. Não há problema algum em termos opiniões diferentes, desde que elas sejam respeitadas - como estão sendo. Tenho plena consciência de que, ao malhar um álbum de um gigante como o Megadeth, estou me expondo à ira de quem não concorda comigo. É sempre bom trocar ideias sobre música, desde que respeitando uns aos outros, como fazemos aqui.

    Abraço, e vamos nessa.

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  6. Não ouvi o álbum ainda. Mas é engraçado afirmar que falta ousadia nesse álbum, que Mustaine foi conservador e etc, quando no Endgame, que você considera ótimo, não tem nada de inovador e caminha no "terreno seguro e testado". Além disso, o paralelo com o Metallica não faz muito sentido, afinal, o Lulu não é o novo álbum do Metallica. Por que não comparar com os álbuns mais "experimentais" do próprio Metallica (Load/Reload e St. Anger)? Era bem mais fácil deixar mais claro que para você o fato de álbum ser apenas mediano é culpa de composições apenas razoáveis e não da falta de inovações/experimentalismos.

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  7. Achei mto bom o disco. Os minutos finais da música New World Order é algo espetacular, só pra citar um destaque.

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  9. Na minha opinião, ficou tão bom quanto o End Game, talvez até melhor, engraçado que, se a banda tenta inovar como o Metallica fez, é criticado, se continua na mesma praia, é criticado e dizem que é um trabalho repetitivo.

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  10. Ouvi o álbum e achei ele do mesmo nível do Endgame, talvez até superior (depois de ouvir mais é que terei uma posição definida).

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  11. Concordo que o Endgame é superior ao Th1rt3en, mas a faixa Sudden Death ser fraca, isso ela não é kkk

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