Textures: crítica do álbum 'Dualism' (2011)



Nota: 8,5

Vem da Holanda uma das melhores bandas do heavy metal atual. O Textures, sexteto formado por Daniël de Jongh (vocal), Bart Hennephof (guitarra), Jochem Jacobs (guitarra), Uri Dijk (teclado), Remko Tielemans (baixo) e Stef Broks (bateria) lançou no último dia 23 de setembro o seu quarto álbum, Dualism, um dos discos mais interessantes do ano.

Executando um metal que une com primasia elementos do prog, thrash, death, groove e metalcore, o Textures se destaca pela originalidade e criatividade. O álbum marca a estreia de Daniël de Jongh e Uri Dijk, substitutos de Eric Kalsbeek e Richard Rietdijk, respectivamente.

Quarto trabalho do grupo, Dualism sucede Polars (2004), Drawing Circles (2006) e Silhouettes (2008), e marca o início de uma nova fase. Essa mudança fica perceptível pela dose maior de melodia das composições, afastando a banda da onipresente influência do Meshuggah, facilmente percebida nos discos anteriores. Isso faz com que as faixas sejam mais fáceis de digerir, não soando tão intrincadas quanto antes. Porém, não espere estruturas lineares e canções diretas. O som do Textures é altamente técnico e propõe desafios constantes ao ouvinte.

As faixas de Dualism alternam diversas dinâmicas em seu interior, mas fazem isso de maneira suave e integrada, sem as atordoantes mudanças de andamento que marcam o metalcore, por exemplo. Tudo soa com um propósito, nada é gratuito.

Muitíssimo bem tocado e baseado no metal extremo, o disco proporciona ao ouvinte uma jornada complexa e inteligente através do heavy metal. Tentando colocar em palavras, sua música pode ser definida como a união das diferentes texturas – sim, eu não resisti - do som pesado, resultando em algo inovador, que consegue ir de um extremo a outro, soando como o mais esporrento death metal e a mais viajante passagem atomosférica. Porém, ao contrário do que poderia se pensar, essas variações fazem total sentido e estão muito bem construídas, proporcionando um prazer enorme ao ouvinte. O próprio título do álbum atesta essa dualidade de estilos, alcançada de maneira eficiente pelo grupo.

Dualism é um disco que agradará, principalmente, os fãs de um som mais técnico, repleto de variações. No entanto, não pode ser classificado como prog metal, já que caminha sobre diferentes gêneros, pinçando as melhores características de cada um deles. Um trabalho belíssimo, da mais alta qualidade, e que figura fácil entre os melhores lançamentos do ano.


Faixas:
  1. Arms of the Sea
  2. Black Horses Stampede
  3. Reaching Home
  4. Sanguine Draws the Oath
  5. Consonant Hemispheres
  6. Burning the Midnight Oil
  7. Singularity
  8. Minor Earth, Major Skies
  9. Stoic Resignation
  10. Foreclosure
  11. Sketches from a Motionless Statue

Comentários

  1. fato, estou escutando esse disco ha dias já, e como eu costumo dizer....quebradeira total, alternancia de tempos é vigente e me agrada muito, um otimo album, não ouvi os anteriores, mas em breve farei....mas essa banda me impressionou, a cena metal atual está cada vez mais me impresionando deixando velhos estereotipos de lado e mostrando toda a tecnica de que se pode usufruir em uma musica de qualidade....ponto pra eles......e ponto para mais uma bela critica sua Cadão!!!!!! abraços!!!!!

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  2. Em matéria de Metal, está na minha lista de melhores do ano juntamente com Anthrax e Symphony X. Esse disco é cavalar. Foram sábios ao se distanciar do Meshuggah e "facilitar" o som.

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