Os melhores discos de 2011 segundo Rodrigo “Rroio” Carvalho, editor do Progcast



2011 foi um ano fantástico para o rock e o metal. Além de toda semana termos pelo menos uma dúzia álbuns interessantes sendo lançados (com algumas belíssimas surpresas e outras nem tão agradáveis assim), os holofotes parecem estar se virando para o classic rock, para o stoner e para o progressivo, em um resgate dos anos 70 realmente incrível. São as mais variadas bandas surgindo e lançando trabalhos espetaculares, principalmente nos Estados Unidos e na Europa, que muitas vezes escapam no nosso dia-a-dia.


E, obviamente, além das novas promessas, muitas bandas já conhecidas lançaram álbuns incríveis, cravando de vez a sua marca na história da música, seja mudando completamente a sua sonoridade, retornando com formações clássicas ou simplesmente tocando o que sempre se propuseram a fazer. Sem delongas, vamos à lista!

Machine Head – Unto The Locust

Talvez nem seja necessário falar muito sobre Unto the Locust. O sétimo álbum do Machine Head não só entra fácil no topo desta lista, como pode ser considerado uma das maiores obras do heavy metal desse milênio: composições equilibradas, bem pensadas, pesadas e melódicas na medida exata, isso unido a letras fantásticas e mínimos detalhes que já pegam o ouvinte de cara. Se The Blackening é um grande trabalho, Unto The Locust consegue estar a uma considerável distância dele - para melhor.

Opeth – Heritage

Hipnótico? Belíssimo? Incompreensível? Faltam palavras para definir o que o novo trabalho do Opeth significa e os sentimentos que ele causa em quem o ouve. É um álbum completamente sem os guturais característicos, explorando um leque de influências que vai muito além de tudo o que a banda já fez até agora, que só nos resta parar, contemplar e ficar maravilhado na musicalidade que vaza pelos poros de tão forte a sua concentração nesse disco. É com muito pesar que o coloco na segunda posição.

Iced Earth – Dystopia

Uma das bandas que mais tinham “o que provar” em 2011. Com a saída de Matthew Barlow e a entrada de Stu Block, iniciava-se todo um novo capítulo na história do Iced Earth e a sua constante novela com vocalistas. Se a versão de “Dante’s Inferno” com o novo membro causou certa estranheza (principalmente pra mim), Dystopia trouxe um material novo, reenergizado e com um punch como há muito não se via saindo das composições de Jon Schaffer. E o mais importante: como Stu Block preencheu fantasticamente a lacuna deixada tanto por Barlow quanto por Tim Owens!

Graveyard – Hisingen Blues

Com certeza, a maior surpresa de 2011! Os suecos do Graveyard definitivamente conseguiram resgatar toda aquela sonoridade contemplativa e suja do rock n’ roll setentista, passeando por tantos estilos dentro de um só disco que os colocam facilmente no topo entre as bandas com proposta semelhante.

Pain Of Salvation – Road Salt Two

Road Salt One pode ter impressionado os mais desatentos, que esperavam um disco mais pesado como Scarsick, os exageros de Be ou o progressivo característico dos primeiros álbuns, já que ao afundar de cara nas suas influências mais obscuras dos anos 60 e 70 Daniel Gildenlöw trouxe para o Pain Of Salvation toda uma nova gama de possibilidades, que foram exploradas ainda mais a fundo em Road Salt Two, um álbum esquisito, confuso, e ao mesmo tempo brilhante!

Amon Amarth – Surtur Rising

É incompreensível algumas pessoas ainda baterem o pé e teimarem que o Amon Amarth não é uma banda de viking metal, mas uma de melodic death com temática viking/nórdica. Talvez Surtur Rising, um álbum com dez hinos de guerra a serem cantados com os punhos no ar, mude a opinião de alguns. O Amon Amarth lapida constantemente o seu som, criando uma identidade única, e definitivamente eles estão no ápice do estilo atualmente.

Mastodon – The Hunter

Poucos álbuns lançados esse ano conseguem ser tão sujos, psicodélicos e delirantes como The Hunter. Apesar de em Crack the Skye já termos recebido alguns sinais do que estava por vir, os caras realmente resolveram chegar com os dois pés no peito e levar o ouvinte a um nível de alucinação jamais visto.

Black Stone Cherry – Between The Devil & The Deep Blue Sea

Dizem algumas más línguas que o Black Stone Cherry passou de uma banda que misturava muito bem o post-grunge com southern rock para uma versão cretina, barata e sulista do Nickelback. Injustiças a parte, vejo o novo disco dos caras como uma versão mais melódica, simplificada e um tanto quanto moderna em relação aos discos anteriores, com as várias baladas e as letras roubando facilmente a cena, músicas perfeitas para ouvir na estrada e pensando na vida. Ok, talvez soe como uma versão sulista do Nickelback, mas quem liga?

Trivium – In Waves

O Trivium surgiu em meio ao marasmo metalcore lá pela primeira metade dos anos 2000 e vem evoluindo a passos espantosos a cada novo álbum. De thrash a death metal, podemos dizer que eles já flertaram com os mais variados estilos, e conseguiram impressionar ainda mais com o tom melancólico, desesperador e caótico de In Waves. É um trabalho que cresce a cada nova ouvida, com detalhes imperceptíveis antes e que se tornam uma forte identidade com o tempo.

Nightwish - Imaginaerum

Um dos últimos álbuns lançados em 2011, e uma grata surpresa! O disco não se resume apenas a música contida ali, mas sim de toda uma experiência que ela proporciona, criando um ambiente através da combinação impressionante das letras e do instrumental que beira a megalomania em alguns pontos. Tudo tão equilibrado e emocionante que automaticamente um filme é criado na sua mente enquanto o seu queixo cai na mesa.

Menções honrosas de 2011, que não entraram por pouco no top 10:

- Deicide – To Hell With God
- Scar Symmetry – The Unseen Empire
- Evergrey – Glorious Collision
- Beardfish – Mammoth
- Albatros – Ursus
- Mercenary – Metamorphosis
- Steven Wilson – Grace For Drowning
- Blue Mammoth – Blue Mammoth
- Anthrax – Worship Music
- Ghost Brigade – Until Fear No Longer Defines Us

E muitos álbuns fantásticos ainda ficaram de fora ...

Comentários

  1. Pelo visto é unânime o cd do Machine Head como primeiro colocado entre os analisadores. Confirmando: esse álbum tá FODA!

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  2. Não sei se será o primeiro, Hugo, mas nas primeiras listas ele despontou como favorito mesmo. E o disco é muito bom, excepcional, merece esse reconhecimento.

    Abraço, e obrigado pelo comentário.

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