As I Lay Dying: crítica de Awakened (2012)

Por mais que muitos ainda torçam o nariz, é fato que o tão amado/odiado metalcore revelou algumas das principais bandas de heavy metal da última década, e ainda hoje vem angariando uma legião de fãs cada vez maior ao redor do mundo, inclusive no Brasil. E um dos melhores grupos surgidos dentro desse estilo é, sem sombra de dúvidas, o As I Lay Dying.

Discos como Frail Words Collapse (2003), Shadows Are Security (2005) e An Ocean Between Us (2007) chamaram a atenção tanto do público quanto da crítica e colocaram o quinteto norte-americano como um dos maiores expoentes da música pesada moderna. E depois do ótimo The Powersless Rise (2010), eis que a banda coloca no mercado seu mais novo lançamento, o aguardado Awakened.

Quando se ouve as primeiras faixas, as boas “Cauterize” e “A Greater Foundation”, rapidamente se pode notar que este se trata do álbum mais melódico da carreira da banda até aqui. O peso continua intacto, é claro, mas os vocais limpos fornecidos pelo baixista Josh Gilbert estão mais presentes do que nunca, junto com cada vez mais harmoniosas guitarras, que não produzem apenas mero “barulho” direto das caixas de som.

O grande problema é que essa fórmula adotada pelo grupo, consistindo basicamente na alternância entre vocais mais agressivos e outros mais melodiosos (que apesar de quase sempre eficaz, já está extremamente manjada ultimamente), está presente em praticamente todas as canções do disco (a exceção é a agradável, porém curta, instrumental “Washed Away”), o que acaba prejudicando o repertório, que em alguns momentos acaba soando um tanto repetitivo.

Positivamente, vale destacar músicas como as ótimas “Resilence” e “Overcome”, a pesada “Defender” (que em suas partes mais pesadas chega a lembrar vagamente o Lamb of God), e as grudentas “No Lungs to Breathe”, que funcionam muito bem dentro da proposta apresentada pela banda nesse disco, além da faixa de encerramento “Tear Out My Eyes”. Já “Wasted Words”, “Whispering Silence” e “My Only Home” são de certo ponto dispensáveis, sendo apenas medianas e não apresentando nada que mereça maiores atenções por parte do ouvinte.

No fim das contas, Awakened é obviamente um bom disco, com boas composições, muito bem produzido, e que mostra que o As I Lay Dying continua como um dos principais nomes do metalcore norte-americano. Mas alguns deslizes no repertório e repetições por vezes desnecessárias acabam por prejudicá-lo vertiginosamente, deixando-o em um nível abaixo dos quatro (e melhores) trabalhos anteriores.

Nota 7



Faixas:
Cauterize
A Greater Foundation
Resilence
Wasted Words
Whispering Silence
Overcome
No Lungs to Breathe
Defender
Washed Away
My Only Home
Tear Out My Eyes

(por Matheus Henrique Pires)

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