Grand Magus: crítica de The Hunt (2012)

Se até o pesadíssimo Iron Will, de 2008, os suecos do Grand Magus foram deixando seu stoner metal com uma sonoridade cada vez mais densa e amarrada, em Hammer of the North (2010) a banda já evidenciava estar percorrendo o caminho inverso como podemos confirmar em The Hunt, recém lançado no Brasil e que marca a entrada do baterista Ludwig Witt.

Talvez a primeira audição do disco cause estranhamento em alguns fãs, principalmente aqueles mais ligados ao stoner, tendo em vista que as características do estilo, antes tão presentes e intrínsecas ao Grand Magus, aqui aparecem somente em detalhes, o que definitivamente não compromete a qualidade do trabalho. Neste – que é o sexto álbum de estúdio do trio – encontramos uma banda com pegada mais old school, bastante voltada ao heavy metal tradicional e beirando o hard rock, como já se pode perceber na faixa de abertura, “Starlight Slaughter”, empolgante e calcada no hard ‘n’ heavy dos anos 80 e com uma melodia que imediatamente nos faz lembrar os vocais dos primeiros discos do Dio ou as performances de Ian Gillan no Deep Purple dos anos 1980. 


The Hunt tem uma sonoridade bem mais livre e solta, o desenvolvimento das músicas já não dependem tanto dos riffs de guitarra – esses, que por sinal, continuam ótimos, só que menos baseados em escalas, aqui os acordes são mais presentes e rítmicos.

Essa sonoridade mais tradicional permitiu que o vocalista e guitarrista JB se aprimorasse nos vocais. Ainda que seu alcance continue o mesmo, suas vocalizações estão bem mais melodiosas. A ótima “Valhalla Rising” deixa isso bem claro, de longe a melhor do disco. Aliás, seu vocal e sua guitarra sempre combinaram de alguma forma e não foi agora que isso mudou, mas tendo em mente que um está mais melodioso e o outro, mais rítmico.
 

The Hunt já nasceu controverso. Decepcionou àqueles que esperavam mais um disco de stoner/doom metal e agradou àqueles que se surpreenderam positivamente com um Grand Magus regado a heavy metal oitentista, mas ainda assim longe de soar datado. A banda nunca repetiu um álbum, e agora, acima de tudo, mostrou-se disposta a sair de sua zona de conforto e expandir-se. Com esse novo trabalho, o Grand Magus merece o status de uma das melhores bandas de heavy metal da Suécia.

Nota: 8

Faixas:
1. Starlight Slaughter
2. Sword of the Ocean
3. Valhalla Rising
4. Storm King
5. Silver Moon
6. The Hunt
7. Son of the Last Breath
8. Iron Hand
9. Draksadd

(por Igor Luís Seemann)

Comentários

  1. Só fui conhecer a banda esse ano, com o lançamento do single "Valhalla Rising", logo busquei ouvir The Hunt e me apaixonei. Ainda que eu seja um grande fã de stoner, essa faceta da banda está me agradando muito.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Você pode, e deve, manifestar a sua opinião nos comentários. O debate com os leitores, a troca de ideias entre quem escreve e lê, é que torna o nosso trabalho gratificante e recompensador. Porém, assim como respeitamos opiniões diferentes, é vital que você respeite os pensamentos diferentes dos seus.