Muse: crítica de The 2nd Law (2012)

Após abrir as apresentações do U2 no Brasil, em 2011, a popularidade do Muse por aqui só aumentou. A banda, que já tinha sua base de fãs, principalmente devido a lançamentos como Origin of Symmetry (2001) e Black Holes and Revelations (2006), chega agora com The 2nd Law, o aguardado novo disco, onde seus velhos e novos fãs poderão encontrar o trio em pleno auge criativo e instrumental.

"Supremacy", por exemplo, a faixa de abertura, tem um riff lento e tenso, alternando vocais agudos do vocalista e guitarrista Matthew Bellamy com climas melancólicos e uma atmosfera grandiosa com um tema orquestral lembrando "Kashmir", do Led Zeppelin, e termina com um final em crescendo muito bom. "Madness" parece ser a "canção bonita" do álbum, talvez o hit radiofônico. Tem uma melodia muito interessante e um solo de guitarra bem maroto.
 

A terceira, "Panic Station" tem um clima à lá INXS (uma mistura de "Need you Tonight" com "What ou Need", uma pegada meio funkeada). Então vem um prelúdio, muito bonito, de menos de um minuto. "Survival" começa com uma levada que nos remete à Supertramp e Queen, e acaba caindo em um prog metal com uma grande performance do baterista Dominic Howard. 

"Follow Me" e "Big Freeze" seguem uma roupagem mais pop rock (sem deixar a técnica de lado), enquanto "Animals" e "Explorers" demonstram a beleza da influência do rock progressivo em dois temas mais calmos e trabalhados. "Save Me" segue a mesma linha das duas citadas acima, com a diferença de ter um crescimento instrumental até o fim da canção, com mais um ótimo trabalho de Howard - o grande destaque individual do disco.
 

"Liquid State", com vocais do baixista Christopher Wolstenholme, que também canta em "Save Me", se aproxima mais de um rock alternativo com uma roupagem moderna.
 

O encerramento é com a dobradinha "The 2nd Law: Unsustainable" e "The 2nd Law: Isolated System", ambas sendo as mais experimentais do álbum. A primeira misturando um pouco da influência do prog metal com passagens eletrônicas, e a segunda tendo um clima mais atmosférico e apocalíptico. Assemelham-se, ambas, com a trilha sonora de algum filme que trate sobre um mundo devastado ou algo do tipo.
 

The 2nd Law é um grande disco e um candidato forte a ficar entre os mais citados nas listas de melhores do ano de 2012.

Nota: 8



Faixas:
1. Supremacy
2. Madness
3. Panic Station
4. Prelude
5. Survival
6. Follow Me
7. Animals
8. Explorers
9. Big Freeze
10. Save Me
11. Liquid State
12. The 2nd Law: Unsustainable
13. The 2nd Law: Isolated System


(por Carlos H. Silva)

Comentários

  1. E quanto ao experimentalismo exagerado do álbum? Várias músicas ficaram meio "deslocadas" devido a isso, o que me causou um certo desconforto durante a audição. Essa mistura de estilos passou um pouco dos limites em "The 2nd Law", de forma que fica quase impossível distinguir se certas músicas são Rock, Pop ou Dubstep/Eletro. Não que eu seja contra as inovações, longe disso, mas a forma que elas foram realizadas deixou a desejar e fez com que perdesse a identidade.

    O que realmente salva é a qualidade inegável dos músicos, bem como certas canções que realmente merecem todo o destaque como "Panic Station". Mas o CD não chega nem perto de "Origin of Symmetry", "Absolution" ou até mesmo "Black Holes and Revelations", bem como também fica um tanto longe de ser um dos melhores do ano. Uma nota 7 ou 6,5 me parece muito mais apropriada para ele.

    ResponderExcluir
  2. Eu gostei desse álbum e tanto que comprei e achei legal os experimentos, mas cabe uma ressalva ficaram um pouco exagerados em alguns momentos, mas nada que tire o mérito da rapaziada do Muse, pois os caras mandaram muito bem neste trabalho.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Você pode, e deve, manifestar a sua opinião nos comentários. O debate com os leitores, a troca de ideias entre quem escreve e lê, é que torna o nosso trabalho gratificante e recompensador. Porém, assim como respeitamos opiniões diferentes, é vital que você respeite os pensamentos diferentes dos seus.