Brasil, o país onde a música cisca pra trás


Daí você liga a TV no final do ano, ou pega um jornal para ler, e dá de cara com inúmeras retrospectivas a respeito do que, supostamente, aconteceu de melhor nas mais variadas áreas durante 2012. Com a música não é diferente. Mas, se pensarmos um pouquinho, na verdade é muito diferente.

A música brasileira sempre foi considerada uma das mais inventivas e originais do mundo. Demos ao planeta gêneros como a bossa nova (que virou o jazz do avesso), o samba, o embalo e o ritmo sensual que é único em todo o planeta. Somos a terra natal de gênios singulares do quilate de Antônio Carlos Jobim, Chico Buarque, Jorge Ben e Chico Science. Mas, nos últimos anos, a música brasileira segue, em alta velocidade, rumo ladeira abaixo.

Hoje, o país que já viu nascer Caetano, Gil e João Gilberto só quer pegar você a bordo de um Camaro amarelo. É deprimente, triste, mas qual a origem dessa realidade? Se formos analisar o cenário de maneira antropológica, podemos identificar o surgimento do Plano Real, em 1994, como o ponto zero da mudança. Ao mesmo tempo em que estabilizou a economia e deu maior poder aquisitivo a uma parcela maior da população, transformou essa mesma parcela em protagonista de um país. Vimos isso em diversos segmentos, como o boom das grandes redes de varejo como Casas Bahia (onde o que importa é poder pagar o valor da prestação no final do mês e não se essa prestação, no final das contas, faz você pagar o dobro no final), a explosão no consumo de carros (que tornou o trânsito das grandes cidades, historicamente complicado, ainda pior), o crédito fácil que faz com que qualquer pessoa hoje tenha um imóvel (o Minha Casa Minha Vida é responsável pelo inchamento da bolha imobiliária, que em algum momento vai estourar e trazer consequências muito desagradáveis para toda a economia, vide o exemplo recente da crise norte-americana), e muitas outras situações.

Uma das mais evidentes é percebida na cultura popular. Para se moldar à audiência, que hoje é dominada pelas classes C e D, os provedores de conteúdo – sejam eles emissoras de TV, rádio, jornais, revistas ou sites -, abriram espaços gigantescos para artistas de nível rasteiro nos últimos anos. Dessa maneira, a Música Popular Brasileira, berço de obra-primas como “Construção”, por exemplo, hoje agoniza em letras como “Ai, Se Eu Te Pego” e, em casos ainda mais extremos, em composições que até deixam de lado esse elemento supérfluo que é a letra, a poesia, responsável por tocar a alma e causar identificação entre o artista e o público, como a pra lá de lamentável “Eu Quero Tchu, Eu Quero Tcha”.

Esse país que idolatra duplas sertanejas (querendo ou não, o sertanejo universitário é a música pop brasileira atualmente) e artistas como Gustavo Lima e Michel Teló não é a terra em que eu nasci. Está longe disso. Esse país que não sabe diferenciar “mas” de “mais” em redes sociais, que elege Tiriricas e se endivida em carnês infinitos nas Ricardo Eletros da vida não representa o chão onde eu vim ao mundo. Não se trata de preconceito com um ou outro estilo, mas sim capacidade de percepção para identificar uma música rasteira, vazia de argumentos e totalmente sem relevância. Ela até  pode representar um povo, mas o povo que ela representa é o que, ao invés de aproveitar a ótima maré que o Brasil atravessa, ostenta orgulho de sua ignorância.

Não estamos falando de rock, de MPB, de pop ou de qualquer gênero específico. Estamos falando da decadência da cultura popular brasileira, externada tanto em artistas como os citados acima como em fenômenos de audiência como a lamentável Avenida Brasil.

Não sou um cientista social ou um antropólogo, só um cidadão, mas o que eu sei é que essa tal cultura popular brasileira, levada ao grande público por nomes como Regina Casé e Luciano Huck, em nada me representa e me traduz, não causando nenhuma identificação não só comigo, mas com milhões de pessoas em todos os cantos do Brasil.

Está na hora de substituir os carnês da Casas Bahia por mensalidades em escolas melhores, ou daqui há alguns anos estaremos literalmente pastando. Enquanto Tulipas Ruiz continuarem valendo menos que Munhoz & Marianos, o poço continuará sem fundo.

Podem me chamar de arrogante, mas não de burro ...

Comentários

  1. O texto começou bem e terminou totalmente perdido. O cara conseguiu culpar o Plano Real de uma série de coisas, sendo que sem ele o Brasil estaria ainda mais longe do desenvolvimento (e com uma inflação pior que a da época), além de insinuar que música boa deve ser cheia de "argumentos". Sem contar que soltou o lugar-comum de citar a educação e o consumismo, sem, no entanto, relacioná-los de forma lógica ao assunto em questão.

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  2. Concordo em alguns pontos, mas em outros o texto me parece um tanto preconceituoso. Conheço muitas pessoas que pertencem à alta classe média e adoram dançar em festas ao som de funk carioca e sertanejo e outras da classe c e d que apreciam Chico Buarque e Neil Young. Acho que a queda de qualidade tem a ver especialmente com o declínio da educação durante a ditadura militar que formou em todas as classes esse público e com a busca de lucro fácil pela mídia e indústria musical.

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  3. Percebo aqui um punhado de conclusões rasteiras e deslocadas. É praticamente impossível inserir somente a classe C e D como as principais responsáveis pelo crescimento da música nonsense brasileira.

    Sem contar que os grandes medalhões da música também não eram ouvidos por grande parte da massa nacional em seu tempo. Outro detalhe, mesmo não existindo aqui a comparação, muitos buscam criar paralelos entre a cultura brasileira e os países do norte, que se analisadas a fundo também estão em declínio - principalmente no segmento do POP -.

    Não posso negar que me incomoda muito ter que ouvir musiquinhas criadas para não significar nada, mas essas músicas além de ser - em grande parte - a única que essas pessoas têm acesso, contam com investimentos massivos para que sejam onipresentes na vida de quem, ainda, só tem o rádio e a TV como parceiro cultural. Nada é simples e nada é responsabilidade de um único nicho. Afinal de contas, conhecer "coisa boa" porque os amigos podem comprar não deveria ser privilégio de ninguém.

    Por isso é sempre bom lembrar. "Cada caso é um caso" e generalizar para demonstrar um ponto de vista não é um bom exemplo para quem brada pelo país dos grandes mestres da MPB... Sejamos mais coerentes e as avaliações terão um pouco mais de profundidade.

    Um abraço.

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  4. Não sei...

    Gosto muito de Hard Rock, principalmente pela parte instrumental, riffs, refrões, coros, etc. Entretanto, é um gênero que, ao meu ver, são poucas bandas que possuem letras que sejam "poesias", e se fosse algo altamente relevante para mim, acho que nem ouviria então...

    Mas concordo em partes com o texto, sou estudante universitário e sei bem como é conviver com esses estilos de música... Estava pensando aqui e imaginando que isto podia ser apenas algo passageiro, entretanto, não consigo acreditar que essas canções vão sair cedo das "paradas", já que o troço está bastante impregnado na sociedade, seja em festas, televisão, bares e tudo que é local... Além do mais, não consigo imaginar também as mesmas pessoas que escutam esses estilos escutando e gostando de outras coisas...

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  5. Não sei...

    Gosto muito de Hard Rock, principalmente pela parte instrumental, riffs, refrões, coros, etc. Entretanto, é um gênero que, ao meu ver, são poucas bandas que possuem letras que sejam "poesias", e se fosse algo altamente relevante para mim, acho que nem ouviria então...

    Mas concordo em partes com o texto, sou estudante universitário e sei bem como é conviver com esses estilos de música... Estava pensando aqui e imaginando que isto podia ser apenas algo passageiro, entretanto, não consigo acreditar que essas canções vão sair cedo das "paradas", já que o troço está bastante impregnado na sociedade, seja em festas, televisão, bares e tudo que é local... Além do mais, não consigo imaginar também as mesmas pessoas que escutam esses estilos escutando e gostando de outras coisas...

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  6. O problema maior é que pós-mp3 e pós-pirataria, o mercado de varejo da música acabou praticamente. Ainda existem boas vendas como o mais 1 milhão da Paula Fernandes (apadrinhada pela Som Livre) e os evangélicos (que tão na Sony ou Som Livre). O resto, pode esquecer.

    E aí é que a porca torce o rabo: a classe C e D sempre vai querer música de dançar ou de entretenimento. Coisas cabeçais não vendem mais, como noa anos 60, 70 e até metade dos 80, depois que a música pop americana engendrou por aqui. E começamos também a ter o nosso Pop (Lulu Santos, Marina Lima).

    Hoje, o meu único esquema pra música nacional são 3 blogs: La Cumbuca, Gramofone Virtual e Discoteca Nacional. Fora isso, não consigo mais info de nada que não seja de balada (sertanejo, funk). O pagode e axé entraram em recessão como música, apesar do axé ainda ser forte como evento (micaretas).

    Um trabalho pra MTV "Brasil" deveria ser o da inserção de artistas tupiniquins, mas não! Eles estão lá tocando 2 músicas da Rihanna a cada 1h, intercaladas com outras 2 da Katy Perry. Estou mentindo?

    E o mercado editorial de música sempre foi podre. Nem a Bizz, Showbizz, Usina do Som, blogs já velhos (Scream Yell) dão conta. Um pessoal que tem sido muito bom nisos é o do Miojo Indie. Odeio a parte indie internacional deles. Mas o indie nacional realmente é INDEPENDENTE e não se confunde com a parte gringa que é bem HIPSTER POSER INSTAGRAN, saca?

    Valeu pelo texto. Este assunto está engasgado com todo mundo mesmo.

    Bom reveillon.

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  7. Concordo com a maioria das coisas mas é preciso lembrar q esta é apenas a fatia da música mais popular. Ainda tem muita música de qualidade sendo feita, e sempre vai ter, a questão é q ela não está mais nas FMs nem nas TVs. E não está pq a partir dos fim dos anos 80 o grande público foi adestrado e levado a consumir música mais como uma mercadoria a ser consumida do q algo q seja sentido e vivenciado. Tirando os fã-clubes, não há mais a noção de carreira, de continuidade, de ver a sua mentalidade e sua geração retratadas no q um artista é ou diz. Daí foi q a coisa tendeu ao descarte, como qualquer outra coisa q se compre no supermercado e se use a exaustão. Mas a boa música ainda existe, sim. A diferença é q tem ir em busca dela, pq se for pra depender de quem tem a mídia nas mãos pra trazer, vai complicar.

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  8. Achei esse texto um tanto que preconceituoso. Classe social e dinheiro não significam bom ou mau gosto. Conheço gente endinheirada que vive escutando sertanejo e funk. Por outro lado, também conheço pessoas pobres que gostam de Rual Seixas e Caetano Veloso. O fato de ser pobre ou rico não influi na capacidade intelectual ou no mau gosto artístico de ninguém...

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  9. Pra quem não conhece muito bem como eram as rádios e o que REALMENTE tocava em outras décadas, no Brasil, depois, olhem as listagens do Som do Rádio. O blog existe há 14 anos (1998) e compila há 13 anos as mais tocadas no ano em vários rankings: popular, internacional e nacional. O cara que gesta é um radialista. Muito bem feito os dados e site.

    http://www.somdoradio.com

    O que vc tem que ver lá de listagem é o "Baú 1970-1998" que é feito com dados da indústria e as "Paradas 1999-2011" que é trabalho suado e exclusivo do radialista e do blog.

    Pra quem gosta de Brasil, informação e serviço bem feito de registro da música a cada ano, esse blog é o melhor no país. O cara chega a gerar altos PDFs pra consulta dos rankings de desempenho das canções nas rádios brasileiras.

    Bem, só contribuindo aí com quem se interessar. Tem a ver com discussão.

    E pra quem tá focado em o que foi o consumo de música no Brasil antes do Pop e músicas de dançar na balada, dá olhada nos rankings dos anos 70 e dos 80.

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  10. Assunto muito espinhoso ... dificilmente dá pra resumir tudo em um post...
    no mais prepare-se pra tomar muita porrada pois cada vez mais é impossível dar uma opinião "politicamente incorreta" sem ser acusado de preconceituoso, opressor, elitista etc etc

    Pro Yo... outro site bom pra música brasileira é o Eu Ovo

    Abraços




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  11. Esse é um tema muito interessante e é importante fazer esse debate. Acredito que o quadro atual é o resultado de muitos fatores, que talvez nem mesmo incluam a ascensão das classes c e d. Cito como exemplo o ano de 1993, em que os campeões de vendas foram Roberto Carlos, Zezé di Camargo e Luciano e Chitãozinho e Chororó. O papel do jabá na busca pelo lucro fácil de gravadoras e emissoras de televisão também não pode ser desprezado. Até um Tim Maia, quando não contou com as artimanhas de grandes distribuidoras, fracassou nas vendas, como demonstra o livro "Vale Tudo". Na minha opinião, o empobrecimento da música brasileira - ao menos a que recebe a atenção da grande mídia - atende ao interesse da indústria de massa, de oferecer um produto descartável a consumidores cada vez menos dotados de senso crítico. Trata-se da criação de fórmulas cada vez mais simplórias e de fácil reprodução. A crise da indústria fonográfica embaralhou um pouco o cenário, mas no geral quem produz esse lixo continua ganhando muito dinheiro, especialmente com seus "shows".

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  12. Até concordo em alguns pontos com o autor, mas ele foi extremamente elitista em seus argumentos. Não é só gente pobre que tem mal gosto musical, muito pelo contrário. Além disso, as letras de muitas bandas gringas (inclusive exaltadas aqui na Collectors) são um lixo.
    E outra, sempre houve lixo comercial nas rádios, antes ou depois do plano real, cada um ouve o que quer e paciência, o que acho é que os espaços devem ser divididos mais justamente.
    Ah, e por falar em arrogância é o que mais se vê em blogs, parece que só assim conseguem externar seu ponto de vista, impondo verdades absolutas.

    David Oaski

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  13. Eu nem ia comentar nada, mas depois de ler o texto se é que dá para chamar isso de texto, e o autor de jornalista, crítico (aliás, coisa que qualquer pessoa está apta a fazer desde que saiba o que está falando). Pra começar um antropólogo ou um cientista social (sociólogo), jamais se expressariam desta maneira absurda, grotesca e ignorante, pois eles iriam procurar compreender os porquês que você exalta ai no seu “texto”.
    O “texto” é grosseiro e falha porque, atribui às classes “C” e “D” (termos que por si só são preconceituosos) a responsabilidade pelo malogro da cultura popular brasileira porque eles preferem ouvir “Camaro Amarelo”, “Ai, se eu te pego” ou qualquer artista do quilate de um Gilberto Gil, Tim Maia, Chico Buarque entre outros.
    Seria válido se o “texto” se referisse à indústria musical e as suas intenções ao lançar esse tipo de música. As pessoas que compram imóveis pelo programa “Minha Casa Minha Vida”, e possuem carnês de prestação nas “Casas Bahia” ou “Ricardos Electro” da vida que devido ao boom econômico que o país teve nestes últimos anos e também em alguns casos vivem do auxílio “Bolsa Família” estão mais preocupadas em ganhar a vida e historicamente foram esquecidas e marginalizadas e por isso nunca tiveram antes a oportunidade de ter acesso aos mesmos mimos que a classe média e burguesia sempre tiveram em abundancia.
    Para essa faixa da população que você discrimina aqui e nem sabe do que está falando se soubesse o que é cultura popular e cultura erudita e circularidade cultural teria pensado antes de escrever essas asneiras. Essa parcela da população que você falou também está indo para os bancos da universidade e não é só pelo “Pró uni”, pois muitos deles pagam faculdades particulares, porque tem que trabalhar duro de durante o dia e por isso não podem freqüentar uma estadual ou federal.
    O Ricardo Seelig faça um favor para você mesmo, dirija-se a livraria mais próxima e ao invés de torrar seu rico dinheirinho apenas em biografias, hq’s compre livros de antropólogos como o Clifford Gertz, historiadores como Carlo Ginzburg, sociólogos como Pierre Bourdieu esses caras estudaram cultura e podem te ajudar em alguma coisa.
    Olha já faz tempo que a Collectors Room assumiu uma posição agressiva, arrogante e ignorante frente aos leitores e isso já vem desagradando e muito, primeiramente atacando os fãs de metal e agora vem atacar as classes sociais sem conhecimento de causa ai já é demais. De burro não vou te chamar, mas de ignorante sim porque é isso que você demonstrou digna de um menininho mimado americanizado e etc.

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  14. Muito antes de Regina Duarte, Luciano Huck, Telós e Camaros Amarelos, o Brasil já tinha Chacrinha e uma infinidade de artistas mais rasteiros. Magal, Timóteo, Beto Barbosa, Gretchen, etc. mandam lembranças. E se hoje o super-popular domina o país, o mesmo ocorre no resto do mundo, ou acha que Psy é um artista culturalmente relevante? O que dizer das paradas americanas? Complexo de vira-lata nos dias atuais não faz mais sentido. A realidade, nua e crua: estamos na crista da onda.
    Que o Brasil precisa de educação de melhor qualidade e de maior acesso à (boa) cultura é óbvio ululante, mas se não fossem o Plano Real e as políticas inclusivas de FHC e Lula, parte das pessoas que hoje escutam o tal Teló continuaria passando F-O-M-E. A evolução é nítida. Cristalina. Melhor ter uma geladeira paga em dezenas de prestações que não tê-la.
    Embora mas jovem que você (tenho 28), lembro-me de só ter visto uma livraria de expressão na cidade em que cresci (Uberaba) aos 18 anos. Hoje, são várias. Imagino que o povo não esteja lendo Joyce, Proust ou Dostoiévski, mas ao menos começou a ler. Em Brasília, onde vivo hoje, metrô e ônibus estão repletos de passageiros da classe C que andam com um livro novinho em folha embaixo do braço. Se as pessoas passaram a dar valor à leitura, o mesmo pode acontecer com a música.
    O problema com a música atual, em todo o planeta, é que hoje ela é mero pano de fundo para eventos sexuais. Ninguém é realmente fã de Teló (vá lá, talvez algumas crianças). As pessoas que vão vê-lo o fazem pensando na "pegação" que rola em seus shows. O mesmo ocorre com o Carnaval carioca. A cultura da "pegação" sobrepujou a da música e o formato está sendo incutido em diferentes gêneros. No exterior acontece algo parecido com o hip-hop e a música eletrônica, cada vez mais decadentes.
    E mesmo assim, quantos espetáculos de qualidade temos em nossas cidades dia após dia? É só pegar o jornal. O mundo vai muito além dos blogs de Classic Rock. Aliás, até nesse ponto é possível ver a diferença, quando hoje é muito maior o número de shows de grandes nomes internacionais.
    Sempre curti o blog, mas saio hoje daqui decepcionado com este texto míope e, até certo ponto, preconceituoso. Tanto esforço empreendido durante o ano no sentido de abrir a mente musical dos leitores para acabar nisso...

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  15. Muito antes de Regina Duarte, Luciano Huck, Telós e Camaros Amarelos, o Brasil já tinha Chacrinha e uma infinidade de artistas mais rasteiros. Magal, Timóteo, Beto Barbosa, Gretchen, etc. mandam lembranças. E se hoje o super-popular domina o país, o mesmo ocorre no resto do mundo, ou acha que Psy é um artista culturalmente relevante? O que dizer das paradas americanas? Complexo de vira-lata nos dias atuais não faz mais sentido. A realidade, nua e crua: estamos na crista da onda.

    Que o Brasil precisa de educação de melhor qualidade e de maior acesso à (boa) cultura é óbvio ululante, mas se não fossem o Plano Real e as políticas inclusivas de FHC e Lula, parte das pessoas que hoje escutam o tal Teló continuaria passando F-O-M-E. A evolução é nítida. Cristalina. Melhor ter uma geladeira paga em dezenas de prestações que não tê-la.

    Embora mas jovem que você (tenho 28), lembro-me de só ter visto uma livraria de expressão na cidade em que cresci (Uberaba) aos 18 anos. Hoje, são várias. Imagino que o povo não esteja lendo Joyce, Proust ou Dostoiévski, mas ao menos começou a ler. Em Brasília, onde vivo hoje, metrô e ônibus estão repletos de passageiros da classe C que andam com um livro novinho em folha embaixo do braço. Se as pessoas passaram a dar valor à leitura, o mesmo pode acontecer com a música.

    O problema com a música atual, em todo o planeta, é que hoje ela é mero pano de fundo para eventos sexuais. Ninguém é realmente fã de Teló (vá lá, talvez algumas crianças). As pessoas que vão vê-lo o fazem pensando na "pegação" que rola em seus shows. O mesmo ocorre com o Carnaval carioca. A cultura da "pegação" sobrepujou a da música e o formato está sendo incutido em diferentes gêneros. No exterior acontece algo parecido com o hip-hop e a música eletrônica, cada vez mais decadentes.

    E mesmo assim, quantos espetáculos de qualidade temos em nossas cidades dia após dia? É só pegar o jornal. O mundo vai muito além dos blogs de Classic Rock. Aliás, até nesse ponto é possível ver a diferença, quando hoje é muito maior o número de shows de grandes nomes internacionais.

    Sempre curti o blog, mas saio hoje daqui decepcionado com este texto míope e, até certo ponto, preconceituoso. Tanto esforço empreendido durante o ano no sentido de abrir a mente musical dos leitores para acabar nisso...

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  16. Gosto muito da CollectorsRoom, mas essa linha "Editorial" está se saindo um tiro pela culatra... Infelizmente.

    Em novembro saiu o texto "A Estúpida e Desnecessária Arrogância Roqueira", que se não era nenhum primor de leitura, pelo menos dizia para as pessoas terem cabeça aberta e ouvir coisas diferentes, sem ligar para os outros.

    Você escreve no texto essa passagem:

    "Para gostar de um estilo você não precisa falar mal do outro. É desnecessário. Michel Teló faz sucesso? Que bom pra ele. Tem gente que adora o Michel Teló? Deixa elas. Não existe nada mais chato do que alguém querendo impor a sua verdade como se ela fosse a única que existisse. "

    E agora, no texto de dezembro, faz tudo ao contrário!!! Crítica gratuitamente e sem experiência de causa. Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço.

    Como pode em 1 mês artigos tão diferentes assim. Tem hora que parece que isso é sensacionalismo barato para conseguir audiência. Nada tão diferente do Luciano Huck entre outros....

    Menos por favor.....
    Que isso não atrapalhe o bom trabalho do site ao apresentar bandas e sons novos.

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  17. Um texto beeeem melhor falando sobre a mesma coisa. http://www.cartacapital.com.br/sociedade/a-miseria-da-cultura/

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  18. Pois é, Lucas. Também não entendi.

    Deste texto de agora, só aceitei mesmo a última frase...

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  19. Quem curtiu o "A Estúpida e Desnecessária Arrogância Roqueira" que é mais pra galera mais conservadora do metal e clássicos, depois dá uma lida na outra ponta: dos modernos e fúteis.

    O insuportável frisson indie
    http://revistamovinup.com/artigosespeciais/2010/o-insuportavel-frisson-indie

    Ou ainda esses outros aqui:

    "Por que os anos 2000 não terão revival - e por que isso é uma balela"
    http://veja.abril.com.br/noticia/celebridades/por-que-os-anos-2000-nao-terao-revival-%E2%80%93-e-por-que-isso-e-uma-balela

    Calmantes com Champagne: Coldplay, Travis, Starsailor. Porque você não gosta de Coldplay e Travis?
    http://screamyell.com.br/outros/macquatro.htm

    Música: O império dos coxinhas
    Eles formam um time competente, mas às vezes muito chato. São os rapazes bonitinhos e bem-comportados responsáveis por uma porção considerável do pop atual
    http://veja.abril.com.br/240210/imperio-coxinhas-p-106.shtml

    8 motivos provam: depois do Restart, o rock jamais será o mesmo
    http://veja.abril.com.br/noticia/celebridades/8-motivos-provam-depois-do-restart-o-rock-jamais-sera-o-mesmo

    Bem, mas só contribuindo mesmo.
    Obrigado por esse aí indicado por ausente burki.

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  20. Achei bastante preconceituoso este texto.
    Engraçado que vai contra todas as outras opinioes ja dadas neste site, como por exemplo aquele ótimo texto sobre a arrogancia roqueira.
    O que é este texto senao uma arrogancia elitista?
    A mensagem dada aqui é: "parem de dar mais condições às classes mais baixas, deixem-nas nos seus guetos e favelas para que nós classe média superiores possamos desfrutar boa musica"
    triste.
    ainda mais vindo deste ótimo site, o melhor sobre rock do Brasil, provavelmente.
    Alem do mais nao entendo essa relação entre pobreza e mal gosto. Qtos e qtos grandes compositores nao vieram das classes mais baixas? Agora de bate pronto me vem a cabeça o grande Cartola, por exemplo.

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  21. Cara, que texto preconceituoso...E depois este sujeito não quer ser chamado de arrogante e burro, coisas que ele é em doses cavalares! Então quer dizer que porque a chamada classe C emergiu tudo piorou? Têm uns indivíduos que acham que tudo que envolve os "pobres" é mal feito e de péssimo gosto e que apenas os superiores das classes A e B sabem produzir "arte" com A maísculo, este tipo de conceito está presente em toda a mídia brasileira que reproduz esta ignorância por aí...O que me espanta é um sítio supostamente diferente e comedido como o collectors reproduzir este discurso de extrema-direita...

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  22. engraçado que quem produz e poe em destaque esse tipo de conteudo rasteiro e superficial que o autor do texto reclama sao executivos, produtores e artistas endinheirados, bem longe de classe c e d né..

    sim cara, esse texto soou burro e arrogante.

    atribuir a culpa dessa atual"decandencia cultural" as classes c e d é até inocencia, no minimo.

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  23. Olha cara, eu continuo gostando do seu trabalho no blog e de colaborar por aqui, mas isso não me impede de achar esse texto extremamente fraco, cheia de críticas rasas, e que além de tudo apresenta uma visão MUITO equivocada sua sobre o assunto.

    E mais uma coisa: não comece a usar esses coisas como "falo o que penso com sinceridade e honestidade" como desculpa pra simplesmente sair falando qualquer tipo de atrocidade, algo que certas pessoas que você critica (e com razão, diga-se de passagem) vivem fazendo por aí.

    Falo isso porque, como já disse, continuo gostando do seu trabalho, e espero que ele não seja afetado pelos vários pensamentos completamente rasos expostos nesse texto.

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  24. O assunto é bom e merece um texto mais aprofundado. Não concordo que o Plano Real tenha sido o marco zero, é só lembrar do sertanejo na Era Collor e do axé no começo dos anos 90 pra ver como essa música popular de massa vem se infiltrando no mainstream, até o domínio completo de hoje. O país melhorou e muito, mas a música que domina a mídia piorou, mas é só isso. Tem muita música boa por aí, mas ao contrário do que se via até os anos 80, tem menos espaço do que antes.

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  25. "Então quer dizer que porque a chamada classe C emergiu tudo piorou?"

    Sim!
    Ou precisa de mais alguma evidência além do lixo disseminado pelas rádios, TV e internet nos últimos 20 anos pra que alguém se dê conta disso?
    O mercado quer vender, se quem emergiu na economia gosta de lixo, vamos fornecer lixo, afinal o que importa é que comprem, consumam e eu fature!

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  26. Nina, acho que você não leu nenhum dos comentários apresentados aqui anteriormente, não é mesmo? O mercado nivela a venda por baixo e força o conteúdo rasteiro goela abaixo. Sem alternativas reais para pesquisar, ou até mesmo por causa de fatores como uma educação centrada no imediatismo, grande parcela da população acaba caindo na armadilha do fácil. Não precisa enxergar muito longe para entender como o mercado musical funciona. Mas será cada um em seu tempo. Abraço.

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  27. Depois dessa, você gostaria de ser chamado do que? Inteligente, revolucionário também não dá para chamá-lo porque o temos aqui é um discurso equivocado que patina nos preconceitos de classe. E não quer ser comparado ao Rafinha Bastos, vide esse qual é o problema?

    A imprensa brasileira é um equivoco, pois são donos de uma terrível incompetência e querem se meter a especialistas em todas as áreas e os resultados são artigos e textos mal intencionados como este aqui. Esta discussão é espinhosa sim, porque esbarra em preconceito social (classe) e como já disseram aqui tem de ser combatido, mas não apenas na música e é por isso que não dá para ficar calado e muito menos querer colocar panos quentes e arrumar qualquer outro tipo de colocação para amenizar isto.

    Esse site está se tornando especialista em criar e protagonizar baixarias atacando as pessoas de forma impensada generalizando. Engraçado é que você critica a Roadie Crew sistematicamente e eu nunca vi a aquela revista publicar algo deste tipo e também nunca vi nenhum membro da equipe se manifestar assim por ai. Os outros blogs feitos por colegas teus que inclusive estamparam os posts referentes aos melhores de 2012 provavelmente não se manifestariam dessa maneira hedionda.

    Pelo visto você deve ser um especialista em cultura, então faça-nos um favor explique-nos o que é boa e má cultura. Meu caro, você já tem 40 anos e ainda mantém uma visão muito estreita. Se você acha que está fazendo um grande negócio publicando este tipo de texto, não está não e já faz tempo, e quem cisca para trás aqui é você.

    Este assunto poderia ser discutido de outra maneira se tivesse sido pensado e estudado com prudência porque pelo que eu me lembre quem escuta estes sucessos são as classes: A, B, C e D. Esse assunto deveria ser discutido de dentro para fora e não de fora para dentro. Aliás, essa expressão “politicamente incorreto” para este caso é uma asneira gigantesca porque esconde o “imbecil politicamente incorreto” (que ataca as classes sociais menos abastadas e põe nelas a culpa da própria incompetência) usa disso reivindicando para si o a liberdade de expressão para ofender as pessoas e quem concorda com isso só pode ser o que?

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  28. Me desculpe, Nina, mas o mercado desde sempre igualou tudo por baixo, isto não é culpa da internet ou do nível social de quem consome o produto. Esta cultura dita "pobre" não é feita por pobres, pesquise a classe social da Hebe, do Ratinho, dos autores de novelas da Globo, dos diretores cinematográficos das "Globochanchadas", dos sertanejos universitários, do Luan Santana, do Michel Teló, da Xuxa, da Ivete Sangalo, etc, etc, etc...Veja que o que faz sucesso nos EUA, um país de 1º mundo que muitos seguem como exemplo, é só porcaria também, ou você acha que lá quem arrebenta nas paradas é o Bob Dylan? Estes filmecos de super-heróis, a saga Crepúsculo ou a ridícula trilogia 50 Tons de Cinza não vêm destes supostos centros produtores de "alta cultura"?

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  29. “Nossa! Nossa! Assim você me mata!”. Apesar de continuar assíduo leitor do site vinha me abstendo de comentar por inúmeras razões, mas este texto quase criminoso me impede ficar calado, sendo um verdadeiro destilado de asneiras, preconceitos e ignorância que realmente me ofendem. Sempre pensei que você fosse conservador, mas, na verdade, é reacionário.

    Chega a ser absurdamente visível que você não tem qualquer preparo para fazer uma mínima analise antropológica ou mesmo econômica acerca do tema trazido e o editorial somente serve para expor toda sua arrogância lastreada em um ridículo discurso elitista vazio.

    Pelo seu comentário sobre a bolha imobiliária é evidente que você não faz a menor ideia do que diz e se acusa como o pior tipo de néscio, aquele que ACHA que sabe. O modelo de crédito brasileiro é muito diferente do então modelo americano, onde uma família fazia 3, até 4, hipotecas da mesma casa, sem contar que a parte “imobiliária” da “bolha” foi a última a “estourar”, foi a ponta do iceberg, porém é muito mais fácil em um jornal noticiar a “bolha imobiliária”, sem contar que ela já era muito esperada desde 2004, e muitos acreditam que a crise ainda está longe de ser solucionada, enfim, não sou economista este não costuma ser um site de economia/política.

    Reduzir a poesia de uma música a sua letra também é um erro crasso e incompatível com alguém que diz gostar de Miles Davis, grande poeta da música instrumental.

    Criticar letras como a de Michel Teló é total perda de tempo quando se gosta de bandas como AC/DC e Kiss.

    “Deixe-me pôr meu amor em você, baby. Deixe-me pôr meu amor na linha. Deixe-me pôr meu amor em você, baby. Deixe-me cortar seu bolo com minha faca” – AC/DC - Let me Put my Love Into You, minha nossa, que sutileza.

    “Você nos mostra tudo o que você tem. Você continua a dançar e o quarto fica quente. Você nos deixa malucos, nós te deixamos louca. Você diz que quer dar uma volta. A festa apenas começou, nós te deixaremos entrar. Você nos deixa malucos, nós te deixamos louca. (2x) Você continua a berrar, você continua a berrar. (2x) Eu quero Rock and Roll a noite toda e festa todos os dias” – Kiss -Rock And Roll All Nite, qualquer Gustavo Lima podia cantar isso em uma festa de pegação.

    Nossa atual música popular nada deve ao que mais é consumido mundo afora, seja para o bem, seja para o mal. Backstreet Boys, Lady Gaga, Menudos, Christina Aguillera, Dr. Dre, MIA, 50C e etc, em nada perdem, em nada ganham de Restart, Ivete, Magal, Michel Teló, Gustavo Lima, Sandy, MC Leozinho e etc.

    Todos os países vem sofrendo uma crise cultural capitaneada pelos EUA e seu modelo de exportação imaterial, gerando grave perda de relevância e identidade em todas as áreas artísticas na contemporaneidade.

    É desonesto, vil acusar determinada classe ou grupo social por tão grande e generalizada mazela, e isto se considerar todos os aspectos apontados no texto como problemas reais, e não incapacidade de percepção da realidade e intolerância com aquilo que não lhe agrada.

    Para mim o sertanejo universitário realmente não tem valor cultural qualquer, mas tem tanto valor no mercado de entretenimento quanto qualquer Britney Spears da vida, ou seja, há quem goste e nada de mal há em gostar, ou ir ao show/ouvir em festa só para se distrair.

    Muito da música coberta pelo site não passa de entretenimento e só pode ser defendido com “eu gosto”, e não há nada de errado nisso, errado é apontar na cara dos outros e dizer “não goste”.
    (...)

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  30. (...)

    Também é interessante notar que um texto tão elitista que tenta destacar a profunda proficiência cultural do autor venha de uma pessoa que escreveu voluntariamente uma crítica para Transformers e elegeu Batman – O Cavaleiro das Trevas como o MELHOR filme do ano, sendo também Os Vingadores muito bem votados no site, salientando profunda carência em outras artes que não a música. Somente para traçar um paralelo o filme do Batman é aquele ótimo disco que fica longe de ser o melhor do ano, já Os Vingadores tem tanto conteúdo nutricional quanto algodão doce, e quer saber, a priori, não há nada errado nisso.

    Alias em termos de música só figuram por aqui nomes do rock, metal e pop, vez ou outra algo por fora, muito pouco para se qualificar como tudo de relevante sendo feito na música atualmente.

    Conheço pessoas “classe” A e B que escutam funk carioca e arrocha, conheço pessoas “classe” D e E que ouvem Venom e Judas Priest e Chico Buarque, e nisso nenhuma delas está certa ou é superior. Inclusive conheço gente “classe” C que faz mestrado em filosofia e lê Kafka e conheço gente que é “classe” B a vida toda, faz especialização em medicina e nunca leu um livro de ficção.

    O tema ainda merece um debate, isso aqui foi somente um desabafo de quem pegou fila grande no supermercado e ao invés de exigir mais caixas reclama que tem muita gente comprando.

    Faltam dados de como antes era melhor que agora por exemplo, observação por observação fico com a minha que me diz que antes já era quase igual.

    O que incomoda as “classes” mais abastadas é que agora os então absolutamente excluídos TAMBÉM podem dizer ASNEIRAS. A arte deve mostrar o belo, mas não somente isso, uma das funções da arte é incomodar, é justamente dar voz aos excluídos, é mostrar o que fechamos os olhos para não ver. Discutir a arte e sua função na sociedade é muito prolifico, porém é necessário expandir as percepções, ampliar os paradigmas, é indispensável trazer mais bagagem e melhores argumentos para fazê-lo.

    Felizmente fica claro que o redator não é antropólogo nem sociólogo (e digo felizmente porque somente assim é possível acreditar que há algo de ingênuo no texto, ao invés de crer que ele foi todo engendrado com pura má-fé), mas sim publicitário, e vem usando muito da ferramenta “polêmica”, muitas vezes sem discernimento, critério e argumento válidos, uma pena, só espero não ter que ler aqui como os judeus foram responsáveis pelo holocausto ou os negros pela escravidão.

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  31. O que mais me surpreendeu é que a gente sempre vê aqui aqueles textos dizendo que as pessoas devem ser menos superficiais e pesquisar as coisas a fundo antes de emitir uma opinião, e de repente o autor faz a mesma coisa! E o pior é querer dar um verniz "antropológico" para opiniões rasas dignas de um papo de boteco. Hoje existe essa tendência no Brasil, de caras que se sentem injustiçados porque não podem emitir opiniões preconceituosas, e aí se queixam de que não podem pensar livremente, mas esse tipo de pensamento de livre não tem nada, pois é fortemente condicionado por um visão elitista da realidade brasileira. O que mais se vê na imprensa são essa manifestações contra os mais pobres, que são considerados os culpados por todas as mazelas do país. A propósito, o Minha Casa Minha Vida é um programa em que as garantias são incomparavelmente mais sólidas do que as praticadas no mercado imobiliário americano.
    Outra coisa: ao falar desse modo das classes c e d você pode afastar muitas pessoas que pertencem a essas classes e acompanham o teu blog. Afinal, a maior parte desse texto é puro achismo e desconsidera fatores cruciais para o entendimento do tema abordado. Gosto do blog, mas se a coisa enveredar por esse caminho confesso que não vou ter paciência pra continuar acompanhando.

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  32. Depois deste texto, toda a admiração que eu tinha por este blog e pelo autor desapareceram e pelos valores que eu tenho, eu publico uma comentário ou acompanho pela última vez qualquer matéria aqui e acho que os demais deveriam fazer e o mesmo.

    Essa matéria é mal intencionada devido as mensagens publicadas na página do blog no Facebook, que seguem abaixo.

    Collector's Room O texto é assumidamente preconceituoso.
    30 de dezembro de 2012 às 15:31

    Collector's Room Sim, e elitista também, assumidamente. E honesto e sem medo de dizer o que penso, como todos que escrevo. A arte de emitir opiniões, perder leitores e fazer inimigos: estou ficando craque nisso.
    Segunda às 11:00

    Para terminar de vez, o autor assim como diz que as pessoas pertencentes a classe econômica "C" e "D" deveriam trocar os carnês das Casas Bahia por escolas melhores deveria fazer o seguinte: Matricular-se num curso de Ciências Sociais (Antropologia ou Sociologia)e de Economia também, ao invés de torrar o seu suado dinheirinho em biografias e hq's, pois existem coisas mais salutares para a mente.

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  33. Não acompanho o facebook do blog, e se ele realmente escreveu isso, confirma minha tese acima. Ele quer gerar polêmica gratuita para conseguir audiência. Ele parece falar com orgulho que "emite opiniões" e "faz inimigos".

    Não conheço o autor, apenas pelas suas postagens no blog. Não tenho nada contra a pessoa, e até admiro seu trabalho. Mas é preciso entender que emitir opiniões não tem nada de "arte" e ninguém é privilegiado por emiti-las. Opiniões não são nada mais que opiniões, e algumas rasas e vazias como essas só servem para mostrar o despreparo e a prepotência de alguns. Esse texto não vai mudar nada na situação da música no país ou no mundo, o máximo que conseguiu é levantar críticas dos próprios leitores que pareciam admirar e consultar o site. O texto não está indo para as ruas, para o debate.... ou está?

    Continuo achando que o autor ou realmente quer atenção ou possui dupla personalidade. Insisto que o texto "Editorial" anterior parece ser a antítese desta matéria de agora.

    Destaco outra parte:
    "Você não gosta de funk carioca? Ok, deixe o estilo para quem gosta. E falo isso totalmente, em todos os sentidos. Não perca o seu tempo, não gaste a sua energia, falando mal do que não lhe agrada. Em que esse tipo de atitude irá acrescentar algo na sua vida? A resposta é clara: em nada. Respeite a opinião alheia. Você não precisa concordar com o que os outros ouvem ou pensam, mas use argumentos para discutir sobre isso. Se for partir para xingamentos simplesmente, estará se comportando como um troglodita sem cérebro. E, acredito eu, você não é assim."

    é o mesmo autor? mesmo?


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  34. Ver comentários como os da maioria aqui em cima dão até certa esperança.

    Não sei, vai ver que, apesar de sempre ter conduzido o site de maneira contraditória e arrogante, o blogueiro, com alguns admiráveis textos no passado, atraiu uma galera mais mente aberta e crítica ao que lê - e, ao menos nos COMENTÁRIOS, atraiu um pessoal mais consciente que os de outros redutos que este mesmo costuma(va) criticar (whiplash, rc, etc).

    Claro que não vale para todos, já vi leitor vir defender aqui até o "direito em ser racista"... mas é bom ver que, quando o blogueiro finalmente chutou o pau da barraca de vez, eles eram minoria perto dos que finalmente se indignaram...

    O triste é que até as (justas) críticas geram pageviews... para o blog se "orgulhar" depois... faz parte do marketing, infelizmente.

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  35. Então, Lucas segue o link abaixo do Facebook, da Collector's Room e para o resto do pessoal que se tiver alguma dúvida confira também.

    http://www.facebook.com/collectorsroom?fref=ts

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  36. Acho que com este tipo de texto o autor quer ser uma espécie de Reinaldo Azevedo dos pobres...

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  37. Viajou na maionese. Primeiro, se os pobres tem renda e acesso a produtos e serviços que não tinham é ótimo. Eles não tem culpa se o governo ao invés de investir em transporte coletivo, prefere incentivar a venda de carroças e doar dinheiro para a FIFA. Em segundo, a música popular sempre existiu. Amado Batista sempre foi campeão de vendas. Odair José tocava nas AM's o dia inteiro. Música sertaneja sempre foi forte com Milionário e José Rico, Trio Parada Dura, depois Chitaozinho, Leandro e Leonardo. A existência destes não impediu o surgimento de Chico Buarque, Caetano, Gil, Secos e Molhados, Raul, Titãs, Barão, Skank, etc. Tem espaço para todos. problema está na própria cena. Hoje estão mais preoculpados em arrumar patrocínio estatal e fazer conteúno para a internet, do que realmente fazer música, tocar. Falta sim é criatividade e enfiar o pé na jaca como antigamente.

    Geraldo

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  38. texto comecou lars grael e terminou gerson brenner pqp

    quer dizer q os mais pobres não podem ter a geladeira made casas bahia ou apertamento made minha casa minha vida ?

    o brasil ja sofre das modinhas ha um bom tempo, dos anos 90 pra ca, teve o axe de banda eva, o pagrude de soh pra contrariar e katinguele, sertanojo de zeze de camargo, leandro e leoanrdo e outros

    a modinha do camaro amarelo e telos logo logo vai passar;

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  39. Seelig.... se liga!!! Esse seu desabafo estilinho "sou um fudido e o mundo é o culpado" é tão rasteiro quanto aquilo que vc quer criticar. Achar que o único "mundo ideal" é o mundo rock ou o mundo metal ou o mundo intelectual, é ser arrogante elevado a potência, é o idiotice de uma elite que conquista um diplominha e começa a desprezar pessoas de menor poder aquisitivo, ou de outras regiões. Amigo faz uma coisa!!! fala só das musiquinhas que vc curte (aliás até nisso vc se perde) e deixa a conjuntura pra quem conhece... tenho outra sugestão: apaga este seu post que é melhor pra vc...

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  40. Ahh mais uma coisa. Você Seelig não representa em nada o pensamento rockeiro, metaleiro, punk, indie etc... Esse seu texto e o rasgo da minha calça tem o mesmo valor!! Você não representa o chão de onde eu vim e nem o pensamento do meu povo.

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  41. Eu financiei meu apartamento pelo programa "minha casa minha vida". E entrei na faculdade graças ao Prouni.
    Eu não tenho culpa nenhuma se o Gustavo Lima ou o Camaro Amarelo estão no topo das paradas. Quando eu fui assinar o meu contrato na Caixa Econômica, eles já tocavam nas rádios.

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  42. "A música brasileira sempre foi considerada uma das mais inventivas e originais do mundo."

    De onde voce tirou isso onde esta a fonte dessa preciosa informacao?
    até onde sei a musica mundial nao seria nada sem Inglaterra e EUA, Brasil nunca apitou nada nesse mundo, nossos DJs nao servem pra amarrar sapato do Guetta, nao tem um grupo no Brasil que seja la essas coisas em rock.
    Isso é ufanismo barato Brasil sempre foi zero a esquerda na musica, bossa nova é musica de elevador.

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