Top 2012 Collectors Room: as escolhas de Adriano Mello Costa, do Coisa Pop

Adriano Mello Costa, tem 33 anos e é viciado em cultura pop. Música, livros, filmes, quadrinhos: são esses os combustíveis que o abastecem diariamente. Entre algumas outras coisas, edita o blog Coisa Pop desde 2005 e escreve textos para outros sites como o Scream & Yell e o Cine Zen Cultural

Abaixo, o Adriano com para os leitores da Collectors quem são os seus melhores do ano! 

Jay Farrar, Will Johnson, Anders Parker & Yim Yames - New Multitudes 

Um tributo ao grande Woody Guthrie, falecido em 1967. Quatro músicos de bandas como Son Volt, My Morning Jacket e Gob Iron reviraram baús velhos para gerar a inspiração transpirada em um disco duplo. O resultado é elegante e classudo, mas sem esquecer de ressaltar os lados mais escuros daquele que carregava no violão os dizeres “máquina de matar fascistas”. 

Jack White - Blunderbuss 

Sempre inquieto, Jack White encabeçou diversos projetos nos seus 37 anos de vida (White Stripes, Racounters, The Dead Weather, etc). Porém, é na estreia solo que chega ao ápice unindo, em 13 faixas paixões como o blues, o country, o rock setentista, o folk e o garage rock. Blunderbuss lhe carrega para o apogeu até agora, mas é bom não duvidar que ele ultrapasse isso no futuro. 

Neil Young & Crazy Horse - Psychedelic Pill 

Neil Young ainda consegue surpreender. Depois de lançar Americana com versões bem particulares para músicas tradicionais dos EUA, se junta novamente aos amigos da Crazy Horse para outro álbum no mesmo ano, dessa vez um trabalho sem forma definida, com canções longas, muitas guitarras, mas com a assinatura melódica e vocal desse canadense de 67 anos. 

Spiritualized - Sweet Heart Sweet Light 

Jason Pierce é um dos músicos mais capazes da sua geração. Primeiro, nos anos 80 com o Spacemen 3, e a partir dos anos 90 com o Spiritualized, já deve ter deixado uns três ou quatro pequenos clássicos pelo caminho. No novo álbum, toda essa capacidade se coloca a prova. E não falha. As letras falam de fé, problemas, dores, pesos nos ombros e produzem pérolas e mais pérolas. 

Lee Ranaldo - Between The Times And The Tides 

No Sonic Youth os holofotes ficavam em cima do (agora ex) casal Thurston Moore e Kim Gordon. Com o fim da banda em 2011, o guitarrista Lee Ranaldo viu a chance de se aventurar por outros mares. O produto dessa aventura é um álbum onde o apelo pop é disfarçado com post-rock, powerpop, lisergia e algumas microfonias espalhadas para não perder o costume da ex-banda. 

Bruce Springsteen - Wrecking Ball 

Em The Rising, de 2002, Bruce Springsteen versava sobre as angústias dos EUA após o fatídico atentado de 11 de setembro de 2001. Mesmo sem parar de falar sobre seu país e governo, ele havia diminuído a intensidade nos últimos (bons) trabalhos. Wrecking Ball retoma essa faceta com toda força e faz um manifesto poderoso sobre os dias atuais do seu país. 

Paul Weller - Sonik Kicks 

O inglês Paul Weller (ex-The Jam e Style Council) continua em 2012 a sua frutífera carreira solo. Sonik Kicks fecha um poderoso trio com 22 Dreams de 2008 e Wake Up Nation de 2010. Entre diversos barulhos, baladas e uma leve psicodelia, ainda sobra espaço para uma aula de rock inglês, partilhada em algumas faixas com os súditos Graham Coxon do Blur e Noel Gallagher do Oasis. 

Bob Mould - Silver Age 

Bob Mould tem uma lista de serviços primorosos no rock (via Husker Dü e Sugar). No entanto, fazia tempo que não produzia algo realmente com qualidade alta como um todo. Talvez, desde The Last Dog and Pony Show, de 1998. Isso fica para trás com Silver Age. São dez enérgicas faixas que trazem um pop envolto em camadas barulhentas de punk, rock e powerpop. 

Rival Sons - Head Down 

Em Before the Fire de 2009 e Pressure and Time de 2011, os californianos do Rival Sons ficaram no quase para conseguir fazer um grande disco. Mas o “ensaio” valeu a pena e em Head Down eles amarram com mérito suas heranças setentistas com a energia do hard rock em um disco instrumentalmente vigoroso e viciante. Disco para ouvir por horas no volume máximo. 

Alabama Shakes - Boys & Girls 

Muito hype foi forjado em cima do Alabama Shakes, banda estadunidense formada em 2009. O que poderia ser uma coisa negativa acabou por não influenciar muito a estreia lançada nesse ano, devido primordialmente a qualidade inegável do registro. Unindo com fulgor soul, blues e southern rock com a voz possante de Brittany Howard no comando, fica difícil de se passar impune.

  
Clipe do Ano  
Bloc Party - Kettling 

Quase Ficou Entre os 10 
The Beach Boys - That's Why God Made the Radio 

Melhor Estreia 
Alabama Shakes - Boys & Girls 

Retorno do Ano  
The Beach Boys com o álbum That's Why God Made the Radio 

Disco Decepção 
The Killers - Battle Born 

Melhor Álbum Ao Vivo 
The Decemberists - We All Raise Our Voices To The Air 

10 Melhores Músicas  
Spiritualized - So Long You Pretty Thing 
Blues Traveler - You Don't Have To Love Me 
Neil Young & Crazy Horse - Walk Like a Giant 
Hans Theessink and Terry Evans - Delta Time 
Jay Farrar, Will Johnson, Anders Parker & Yim Yames - Careless Reckless Love 
Ben Folds Five - Sky High 
Jack White - Love Interruption 
The Beach Boys - Spring Vacation 
Paul McCartney - My Valantine 
Lee Ranaldo - Off the Wall 

DVD do Ano  
Led Zeppelin - Celebration Day



Melhor Documentário  
A Música Segundo Tom Jobim, do diretor Nelson Pereira Dos Santos 

Melhor Livro  
Kind Of Blue: Miles Davis e o álbum que reinventou a música moderna, de Richard Williams 

Melhor Show  
Morrissey



Melhor Capa  
Led Zeppelin - Celebration Day



Mico do Ano  
O Metal Open Air em São Luís

Filme do Ano 
Drive, do diretor Nicolas Winding Refn 

Melhor Rádio / Web Rádio 

Melhores Sites / Blogs Sobre Música 

Comentários

  1. Engraçado, sou fan do Sonic Youth, mas achei o LR fraco. O ano passado, o do Thurston eu achei melhor. Mas enfim ... legal ter citado e algum interessado testar se rola ou não.

    Lee Ranaldo eu não gostei, mas não chegou a ser decepção tb.

    Mas acho legal acompanhar o que caras de bandas consagradas fazem em projetos solos.

    Só trocando info e se te interessar, solos de ex-integrantes ou ainda membros de bandas famosas, eu gostei muito em 2012 do James Iha (Smashing Pumpkins), Gaz Coombes (Supergrass), Herbert Viana (Paralamas), Ian McCulloch (Echo & the Bunnymen), o póstumo do Joey Ramone (Ramones), Marty Friedman (Megadeth), Otto (Mundo Livre SA), Tracey Thorn (Everythng but the girl) e Graham Coxon (Blur)

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  2. Sem falar no Mark Lanegan (Screaming Threes), Steve Harris (Iron Maiden) e o badalado Jack White (White Stripes).

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