Top 2012 Collectors Room: Ben Ami Scopinho, do Whiplash, e os seus melhores do ano

Ben Ami Scopinho – ou simplesmente Ben – é ilustrador, designer gráfico e apaixonado por heavy metal e rock´n´roll desde o início dos anos 1980. A partir de 2004 passou a dedicar algumas horas de sua semana escrevendo resenhas e preparando entrevistas com bandas brasileiras para publicação no www.whiplash.net

Gostou da empreitada e segue adiante, se aprimorando e fazendo boas amizades por aí. 

Borknagar – Urd 

O Borknagar surgiu em 1995 em meio às confusões da cena black metal norueguesa, mas sua música evoluiu para muito além da simples violência que caracteriza o estilo. Urd é seu nono álbum e segue uma linha não tão rebuscada em termos de arranjos, mas ainda assim se mantém multifacetado ao interligar componentes do black metal com arranjos acústicos, psicodelia e explorando sutis sinfonias. Uma bela referência em se tratando de música extrema da Escandinávia. 

Little Caesar – American Dream 

Oriundo da Los Angeles de 1987, o Little Caesar lançou alguns ótimos álbuns nos velhos tempos, mas simplesmente sumiu do mapa na década seguinte. American Dream é o segundo disco após seu retorno em 2001, mantendo praticamente a mesma formação original e, sem grande alarde, continua com a incrível fusão de hard rock e muito blues. Assim, sem apresentar nada de novo, esses ‘refinados’ senhores de meia-idade mantêm tal frescor que o novo repertório apresenta algumas composições que podem ser consideradas como as melhores de sua trajetória. 

Crippled Black Phoenix - (Mankind) The Crafty Ape 

Capitaneado pelo britânico Justin Greaves, o Crippled Black Phoenix acabou de lançar o álbum duplo (Mankind) The Crafty Ape, um quinto registro que continua instigando os amantes do rock progressivo. O repertório segue entre o otimista, melancólico e o macabro, mas com toda uma natureza cinematográfica que resulta em fácil assimilação. E, nesta viagem tão alinhada aos anos 70 encontraremos ecos de Pink Floyd e Jethro Tull, mas sempre se posicionando muito além dos atos genéricos que sempre rondarão qualquer cena musical mundo afora. 

Moonspell - Alpha Noir / Omega White 

O Moonspell apresenta nestes dois discos as principais características que construíram sua reputação. Alpha Noir é pesadíssimo e elaborado com o death, thrash e doom metal, enquanto Omega White destila toda a melancolia e opressão típicas do gótico. De qualquer forma, independente do estilo em que se enverede, é fato que estes portugueses sabem como fazer música com uma classe que somente foi sendo refinada ao longo de 20 anos de trajetória. E, fechando com chave de ouro, um projeto gráfico simplesmente impressionante o torna item obrigatório aos colecionadores. 

Richie Sambora - Aftermath Of The Lowdown 

Muito do sucesso da açucarada discografia do Bon Jovi está atrelado às inspiradas guitarras de Richie Sambora. Mas é do conhecimento de todos que a vida deste norte-americano andou bastante tumultuada nos últimos tempos e, pelo jeito, esses eventos conspiraram para que Aftermath Of The Lowdown fosse considerado por muitos como o melhor disco solo de Richie. Mesclando o antigo ao contemporâneo, aqui encontramos rockaços, canções acessíveis e grandes baladas, mas seguindo um padrão mais introspectivo e provando a diversidade e talento deste guitarrista, cantor, compositor e, naturalmente, ‘hitmaker’. 

Headhunter D.C. - ...In Unholy Mourning... 

O Headhunter D.C. é uma das maiores referências da música extrema brasileira e fez deste luxuoso ...In Unholy Mourning... seu melhor álbum, naturalmente atacando tudo o que possa ser considerado ‘sagrado’. Os baianos, mesmo sendo fundamentalmente death metal, sempre exibiram preocupação em não se estagnar, sabendo como enriquecer sua música com agressão e atmosfera obscura ímpares, mas em nenhuma hipótese conspurcando uma ideologia que se mantém sólida desde os anos 80. 

Silent Cell - The Absence Of Hope 

Vindo de Bragança Paulista (SP) e na ativa desde 2010, o novato Silent Cell mostra como a nova geração está interpretando o heavy metal. A estreia com The Absence Of Hope mostra a intrigante capacidade que os brasileiros possuem em fazer as coisas de um jeito bastante especial, absorvendo e remodelando o metal alternativo norte-americano. As referências estão lá, evidentes, mas em linhas gerais este pessoal possui uma capacidade intuitiva e analítica consideravelmente amadurecidas, cujo efeito é um repertório seguro e impactante, repleto de distorção, melodias e elementos eletrônicos, além de um desempenho vocal cujas linhas limpas e berros acrescentam muito às canções. 

HeptaH – Master Of Delusion 

Passaram-se apenas dois anos para que o HeptaH, oriundo de Campinas (SP), tomasse forma e já marcasse sua estreia com Master Of Delusion. O cerne de sua proposta é o heavy metal tradicional, mas com tantas melodias e arranjos intrincados que avança fundo em terreno progressivo. Esqueça toda a pompa decorativa dos teclados, aqui a prioridade são as guitarras, baixo e bateria, que envolvem com muita precisão as variadas linhas de dois vocalistas, o que proporciona uma dinâmica bastante especial à audição. 

Rygel – Imminent 

Fundado em 2004 na cidade de Santos (SP), o Rygel já mostrava o que queria em termos musicais na estreia Realities... Life As It Is (09). Mas é com o pesadíssimo Imminent que a banda mostra real amadurecimento ao incorporar vários estilos – mas sem se apegar necessariamente a nenhum deles – em seu heavy metal melódico. Nada de inovação, mas é inegável que os arranjos, tensos e com muito feeling, se esquivam naturalmente para fora do lugar comum. 

Torqverem - Vber Crvciatvs 

Tendo seu embrião surgido na cidade paulista de Araraquara, e com algumas composições remetendo ao distante 1998, as idéias / sons / canções somente foram se acumulando para, em 2002, o Torqverem tomar real forma. A filosofia de vida espelhada na interpretação que o mentor V. A. Necrovisceral possui do universo é o que orienta Vber Crvciatvs, exalando um black metal na linha dos precursores que mostraram sua rebelião no início da década de 1990. Uivado na língua portuguesa e com arranjos frios e diretos, intercalando agressividade com passagens etéreas, dissonantes e introspectivas, resultam em um repertório que está longe de ser entendido como convencional.


 
Clipe do Ano  
Project46 - Se Quiser 

 

Quase Ficou Entre os 10 
Command6 – Black Flag 

Melhor Estreia 
Superstitious – Superstitious 

Retorno do Ano 
ZZ Top – La Futura  

Disco Decepção 
Van Halen - A Different Kind Of Truth 

Melhor Álbum Ao Vivo 
Gary Moore -  Live At Montreux 2010 

10 Melhores Músicas

Blackberry Smike – Pretty Little Lie 
Tchandala – One Billion Lights 
Little Caesar – Hard Rock Hell 
Headhunter D.C – Hail The Metal Of Death!

H.E.A.T. – Breaking The Silence 
Kamala – Heart 
Pastore – Envy 
Andralls – Enemy 
Within Encéfalo – All The Hate In My Soul 
Exhortation – Degradation Of Spirit 

DVD do Ano 
Saxon - Heavy Metal Thunder Live - Eagles Over Wacken 

Melhor Livro 
Neil Young - A Autobiografia 

Melhor Show 
Crucified Barbara 

Melhor Capa 
Ensiferum – Unsung Heroes 

Mico do Ano 
Aquele ‘cara-queimado-do-MOA’ montando outra empresa para trazer bandas gringas para tocar no Brasil e sendo rechaçado por tudo e todos. Ê Brasil... 

Filme do Ano 
Santa Paciência 

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Comentários

  1. Achei a lsita mais fraca até agora, so bandas e discos de segunda escalão, lista fraca.

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  2. Primeiro escalão? Segundo escalão??? Ehehe, entendo seu ponto de vista, mas sou conhecido por buscar sons mais obscuros, companheiro...

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  3. Várias bandas da região de Campinas... pena que aqui tem muita banda e quase zero de espaço, o único lugar com estrutura mais profissional só toca cover.

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  4. A pior de todas mesmo, só salva o Crippled Black Phoenix

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  5. Poxa, essa aqui eu não conheço praticamente nada. Vou ter que me agendar pra escutar depois. Valeu pelas adições aí no repertório.
    Valeu

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  6. haha por isso to cagando pras essas listas... pessoal ouçam e apreciem artistas e bandas por voces mesmos, sem precisar ficar indo na onda dos outros

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  7. Não é questão de "ir na onda dos outros"... é questão de estar antenado ao que aconteceu no ano, e, por isso mesmo, encarar as listas com olhos críticos, mas também abertos a captar novas dicas e abrir a mente.

    Digo sempre que listas são incontestáveis. Posso colocar minha banda de garagem como disco do ano, e ninguém poderá dizer que estou "certo" ou "errado" se for uma lista, essencialmente, subjetiva (ao contrário de outros tipos de matéria, em que se exige objetividade).

    Porém, respeitar é diferente de não criticar. Estão abertas a críticas. Por ex, sobre ESTA lista em particular: num ano tão produtivo em diversos estilos, vc citar uma pá de bandas do interior paulista... considero sim se tratar de uma lista tendenciosa e de fraca, ao menos para mim. O que não quer dizer que não tenha seu valor.

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