Discografia Comentada: Slayer

Para além de sucesso, reconhecimento e popularidade, há um predicado muito mais importante no mundo da música e que poucas bandas angariaram tanto quanto o Slayer: respeito. Os motivos são vários, a começar pela identidade ímpar desenvolvida ao longo do tempo e que gerou discografia praticamente imaculada. Neste post, mergulhamos de cabeça na obra desses californianos justamente para dissecar cada um dos dez álbuns de estúdio lançados em 30 anos de carreira, bem como os registros ao vivo e o inusitado disco de releituras.

Uma análise de cada ato do cofundador do thrash metal ao lado do Metallica. De um dos pilares do que viria a ser o death e o black metal. Do elo entre metal e punk/hardcore em uma época em que os dois gêneros eram equivocadamente vistos de forma dissociada. Em suma, de uma banda que atingiu níveis de agressividade até então impensáveis na música. E que novamente desembarca no Brasil, desta vez para tocar no último dia de shows da quinta edição do Rock in Rio, neste domingo, ao lado do Iron Maiden. Confira!


Show No Mercy (1983)
Se em julho de 1983 o Metallica lançou Kill 'Em All e criou o thrash metal, cinco meses depois, em dezembro, o Slayer mostrou que o recém-nascido gênero não tinha limites. Para ultrapassar as fronteiras do inferno, Jeff Hanneman, Tom Araya, Kerry King e Dave Lombardo catapultaram a sonoridade thrash, agressiva por si só, a um outro patamar. Para tanto, fundiram a influência natural de Iron Maiden e Judas Priest ao peso e velocidade absorvidos do Venom, precursor de tudo que é thrash, death ou black metal. A aura e a estética satânica/anticristã vieram do Mercyful Fate. Logo, Show No Mercy é um disco de NWOBHM, só que potencializado pela raiva de espírito descomunal desses quatro californianos de Huntington Park, Los Angeles. O resultado é um thrash metal distinto e mais insolente do que tudo que se tinha notícia até então. Ainda que de forma tímida, já era possível notar também nuances da pegada punk/hardcore oriunda do gosto pessoal de Jeff Hanneman e que viria a ser mais explorada posteriormente. Em cerca de 35 minutos, o Slayer deixou claro que tomar de assalto o cenário subterrâneo do metal seria apenas questão de tempo. Na época, Show No Mercy foi o álbum mais vendido da Metal Blade, que acabara de ser fundada por Brian Slagel.

Destaques obrigatórios: "Black Magic", "Evil Has No Boundaries", "The Antichrist", "Die By The Sword" e "Crionics"

Nota: 9,5


Hell Awaits (1985)

Com Show No Mercy, o Slayer ajudou a criar o thrash metal. Com Hell Awaits, pavimentou o death metal. Basta ouvir as sete singelas canções que compõem o disco para entender onde praticamente todas as bandas da cena da Flórida foram buscar inspiração. De Death à Morbid Angel, passando por Deicide. Dos ícones aos expoentes mais obscuros. Difícil achar um que fuja à regra. Apenas dois anos separam os dois trabalhos, mas o curto tempo foi suficiente para que todos os integrantes agregassem novos elementos ao som do Slayer. Em especial, Jeff Hanneman e Kerry King. Os riffs são mais elaborados e intrincados. A influência da NWOBHM é bem menos latente e dá lugar a uma violência sonora um pouco diferente. Mais madura, mas ainda urgente e incisiva. E o jogo já começa ganho. Tudo porque "Hell Awaits", faixa homônima ao álbum, consegue ser, ao mesmo tempo, a introdução e o clímax do play. Simplesmente a melhor intro da história do metal, com a progressão perfeita entre guitarra, baixo e bateria. Uma espécie de "Smoke on the Water" death/thrash e sem teclado, só que logo no início da bolacha. Um convite irrecusável a uma experiência que só a música pode proporcionar: a sensação de sentir a veia fervendo por dentro.

Destaques obrigatórios
: "Hell Awaits", "At Dawn They Sleep" e "Kill Again"


Nota: 9,5


Reign in Blood (1986)
Simplesmente o auge. Do Slayer, do thrash metal e da música extrema. Nada se compara a Reign in Blood. O único parâmetro possível de ser estabelecido é a divisão entre o que veio antes e o que veio depois desse álbum, lançado em outubro de 1986 e que alterou por completo todas as bases do que se entende por peso, agressividade, velocidade e precisão. Jamais um disco havia sido tão intenso. Passados 27 anos, isso ainda continua valendo. Nenhum vocal gutural ou blast beat mais rápido que ejaculação precoce conseguiu chegar perto da sonoridade animalesca que sai do aparelho ao se colocar Reign in Blood para rodar. Um coquetel molotov de riffs perfeitos, distribuindo insultos e personificando a desgraça em forma de ondas sonoras. As músicas são curtas. Das dez faixas, apenas "Angel of Death", "Postmortem" e Raining Blood" ultrapassam três minutos. Além disso, vão direto ao ponto e já apresentam consolidada a influência punk/hardcore de Jeff Hanneman, que brilha com suas melhores composições. Outro destaque é Dave Lombardo. É em Reign in Blood que o baterista revoluciona a utilização do pedal duplo e se torna um ícone mundial do instrumento. Reign in Blood marca o início da parceria entre Slayer e o produtor Rick Rubin. Um casamento perfeito. A temática lírica também passa por alterações e a veia anticristã da banda começa a ser abordada de forma menos explícita, mas não menos transgressora e contundente. Tudo isso em menos de meia hora. Mais precisamente, 28:59 minutos. Que alteraram o curso natural da música e que fazem jorrar sangue até hoje. O melhor disco de heavy metal da história? Para muitos, sim. E não há exagero algum em cogitar isso. Obra-prima!

Destaques obrigatórios
: tudo, sem exceção


Nota: 10


South of Heaven (1988)

Como proceder após gravar um clássico absoluto? Gravar outro clássico, claro. E o Slayer definitivamente conseguiu. Não com a mesma intensidade e genialidade, mas muito próximo disso. Se Reign in Blood não tem limites de velocidade, South of Heaven dá uma pisada no freio. O que se vê é a banda apostando mais em partes cadenciadas e climáticas para chegar ao 'sul do paraíso', como fica claro logo na introdução da faixa-título. O groove começa a ter papel de destaque no som dos californianos. Com um leque maior de possibilidades, Tom Araya passa a explorar novas estruturas vocais, mais cantadas e melódicas - dentro dos padrões do Slayer, obviamente. Em plena evolução, Dave Lombardo se mantém com linhas de bateria cada vez mais intrincadas, provando ser o maior dentre os bateristas de thrash. O que compromete um pouco South of Heaven é que a inspiração não paira ao longo de todas as dez músicas. Há verdadeiros hinos no track list, mas, talvez, um número menor de faixas pudesse ter realçado melhor o trabalho. Um grande álbum, mas que, inevitavelmente, surge como ponto de inflexão na trajetória da banda, até então sempre ascendente.

Destaques obrigatórios
: "South of Heaven" e "Mandatory Suicide"


Nota: 9,0 


Seasons in the Abyss (1990)

Apesar de vir depois, Seasons in the Abyss situa-se exatamente no meio do caminho entre Reign in Blood e South of Heaven. Nem tão veloz e insano como o primeiro, mas também nem tão cadenciado e recheado de grooves quanto o segundo. O melhor dos dois mundos. Além de preparar o Slayer para a nova década, foi o disco responsável por alçar a banda a outro degrau em termos de popularidade graças ao clipe da faixa-título, constantemente exibido mundo afora. Musicalmente, mantém a tendência de incorporar elementos cada vez mais melódicos ao turbilhão de riffs criados por Hanneman e Kerry King. É claro que o peso extremo ainda se faz presente, mas ele passa a ter que conviver com outras variantes na escala de produção slayeriana. Um disco bem mais fácil de ser digerido em relação aos anteriores, mas, talvez por isso, sem o mesmo charme da hecatombe sonora que marcou os três primeiros trabalhos da banda. Clássico, mas alguns centímetros atrás dos líderes.

Destaques obrigatórios
: "War Ensemble", "Dead Skin Mask" e "Seasons in the Abyss" 


Nota: 9,0


Divine Intervention (1994)

O primeiro sem o mestre Dave Lombardo, que havia deixado a banda e fora substituído por outro monstro: Paul Bostaph, ex-Forbidden. Reposição difícil de ser feita tendo em vista a identidade estabelecida, mas, se Divine Intervention é um disco menor perante os clássicos, em nada se deve à troca de baterista. Até para comprovar a capacidade de Paul Bostaph, boa parte das dez músicas faz questão de ressaltar a invejável técnica do novo integrante tendo partes voltadas exclusivamente para o desfile de pedais duplos, dentro outros atributos. Um disco não tão marcante na primeira audição, mas que cresceu com o passar do tempo e que se mostra maduro diante da primeira mudança - e única até 2013 - na formação do Slayer. Muito à frente de uma infinidade de álbuns simplesmente ridículos lançados nos anos 90 por bandas clássicas da década anterior.

Destaques obrigatórios
: "Killing Fields", "Divine Intervention" e "Fictional Reality"


Nota: 8,0


Diabolus in Musica (1998)

O pior disco do Slayer. Disparado e com todas as forças. Depois de lançar Undisputed Attitude (1996), álbum com covers de bandas punk, talvez a tendência natural fosse voltar mais veloz e agressivo ao estúdio para gravar material inédito. Definitivamente, não foi o que aconteceu. Diabolus in Musica nem de longe lembra a fase áurea da banda. Se não bastasse a inspiração quase nula das composições, há no trabalho experimentos com sonoridades eletrônicas, nuances de rap/hip hop, levadas vergonhosas, além de inúmeros outros aspectos de gosto duvidoso. "Stain of Mind", escolhida como single, é ridícula. Se em algum momento o Slayer chegou ao fundo do poço, é examente aqui. Diabolus in Musica é um disco seco e sem o menor brilho. Onde estão os riffs de Jeff Hanneman e Kerry King? Os vocais absurdos de Tom Araya? Coitado do Paul Bostaph, que, depois de uma ótima estreia, se viu em meio a uma verdadeira enrascada. Disco deprimente.

Destaques obrigatórios
: absolutamente nada


Nota: 3,5


God Hates Us All (2001)

Três anos após o fisco com Diabolus in Musica, o Slayer retorna em 2001 com God Hates us All. Não é nem de perto um primor, mas está anos luz à frente de seu antecessor. Realmente nada poderia ser pior, mas o fato é que o álbum até mostra algumas coisas interessantes, como o resgate de uma agressividade que vinha sendo deixada de lado e, claro, fez muita falta. Dois fatos marcam o disco. Primeiro, por ser o trabalho que encerra a primeira passagem de Paul Bostaph pela banda. Uma espécie de despedida um pouco mais honrosa do que se tivesse sido com Diabolus in Musica. Segundo, a coincidência de ter sido lançado no dia 11 de setembro de 2001, data dos ataques ao World Trade Center, em Nova York. Só mesmo com o Slayer para acontecer essas coisas. Ainda mais com um álbum denominado Deus odeia a todos nós. No mínimo sintomático. Claro que não é o disco que todo maníaco por Slayer gostaria que fosse, mas, de certa forma, serviu como um alívio depois do pavoroso registro anterior. E tem umas duas ou três músicas realmente bem legais.

Destaques obrigatórios
: "Disciple" e "Bloodline"


Nota: 6,5


Christ Ilussion (2006)

Novamente com Dave Lombardo nas baquetas, o Slayer voltou a dar as caras somente em 2006, cinco anos após God Hates Us All e depois do que se tornou o maior intervalo entre discos de inéditas na carreira dos californianos. Se valeu a pena esperar? Apenas em partes. Christ Ilussion acabou se mostrando um trabalho confuso. Há momentos interessantes, mas a impressão que fica é de que as músicas não chegam a lugar algum. Às vezes começam bem, mas se perdem. Às vezes têm um início derivativo, mas encontram o caminho das pedras do meio para o final. Tal oscilação é o que compromete o álbum. Além disso, por marcar o retorno de Lombardo, as expectativas na época foram nas alturas, mas apenas parte delas se confirmou. Um pena.

Destaques obrigatórios
: "Cult"


Nota: 6,5


World Painted Blood (2009)

O melhor desde Divine Intervention. World Painted Blood se mostra bem mais eficaz na tarefa de reunir a química entre banda e Dave Lombardo. Boas linhas de bateria e vocal são o forte do disco, que apresenta vários momentos interessantes. Mais regular que Christ Ilussion, conseguiu superar o antecessor e indicava um bom caminho a ser trilhado pelo Slayer. Com um pouco mais de inspiração, talvez até fosse possível sonhar com um novo clássico, digno dos primeiros registros, nos futuros trabalhos. Difícil, mas não impossível. Infelizmente, não deu tempo. Jeff Hannemam morreu antes. Se o Slayer vier a lançar algo inédito com Gary Holt assumindo definitivamente o posto de Hanneman, ficará marcado como um grande divisor de águas na trajetória banda, já que terá sido o último com seu principal compositor. E também por selar mais uma saída de Dave Lombardo, demitido por Kerry King no início de 2013 e novamente substituído por Paul Bostaph.

Destaques obrigatórios
: "World Painted Blood", "Hate Worldwide" e "Public Display of Dismemberment"


Nota: 7,5



Apêndices

Um ao vivo?


Live Undead (1984)


Sim,
Decade of Aggression (1991) é muito mais completo, abrangente e traz praticamente todos os clássicos do Slayer. Mas, justamente por isso, tem mais cara de coletânea. A banda já era enorme e amplamente reconhecida. 


Live Undead
, lançado quando os californianos tinham soltado apenas Show no Mercy e o EP Haunting the Chapel (1984), é muito mais charmoso. Transborda mais sentimento e registra um show pequeno, acanhado, capturando todas as adversidades, contratempos e detalhes da apresentação. Bem mais 'aconchegante'.


Nota: 8,5


Disco de covers?


Undisputed Attitude (1996)


Álbum em que o Slayer apenas comprova o óbvio, mas que muitos se negam a aceitar: a gigantesca importância do punk/hardcore para o thrash metal. Para tanto, gravou 14 versões para músicas de bandas como Minor Threat, D.R.I, Verbal Abuse, dentre outros. 


O resultado, na verdade, nem é excepcional e fica bastante atrás, por exemplo, de
Garage Inc. (1998), disco de covers do Metallica lançado dois anos depois. Mas vale muito pelo reconhecimento e pelo significado histórico musical.


Nota: 6,5


Por Guilherme Gonçalves

Comentários

  1. Gostei da matéria ! Mas você começa falando que a discografia é praticamente "imaculada", mas as notas só vão caindo após o "Seasons...". No final as contas, acho que você concorda comigo que a discografia deles é irretocável até o "Seasons...".

    Gostei dos comentários sobre os primeiros álbuns, porque apesar do rótulo "Thrash Metal" ser melhor para o Slayer nos dias de hoje, os primeiros álbuns transitaram por vários estilos que seriam melhor definidos posteriormente... por exemplo, o "Show No Mercy" pode até ser considerado um álbum de Black Metal na veia do Venom e o "Hell Awaits" um álbum de Death/Black Metal.
    E após o "Reign in Blood" o mundo nunca mais seria o mesmo, esse álbum sempre será parâmetro de música extrema.

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  2. Bela Resenha, a altura do Slayer

    sou fã de sangue desses caras, mas do mesmo jeito que vc tem um ponto critico eu queria dar o meu ponto também

    9,0 ? South of heaven e Seassons in the Abyss, pra mim foi a perfeição do Reign, tanto pelo clima que a banda trás e pela temática obscura,Jeff e King largaram o dedo, sem falar que o Dave destruiu aquilo todo, mas faze o que difícil bandas que tenham tudo 10...

    Divine nota justa por motivos óbvios, Paul Toca muito também ! detalhe muita gente eu já vi usando tatto com a capa do cd

    Diabulos deprimente ? ridicula a single ? cara imagina o Roots do sepulura, Load & Reload, foi o melhor entre várias bandas gostei muito foram no embalo da época, ao vivo esse álbum é matador, nota 8 !
    ( mesmo o King falando que ficou um lixo esse cd ! kkkk )

    God Hate Us All Comecei ouvir por esse cd, e achei que o paul foi destaque, King deixou muito rápido, e Jeff largou o dedo só tem hinos, além de que eles conquistaram um legião de fãs da geração 2000 com esse álbum, fizeram um álbum no padrão dos anos 2000 que por sinal é muito agressivo nota 10

    Christ 6,5 ? tá bom, então quer dizer que não há nenhum elemento de trash aí ?

    World, nota 10

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    Respostas
    1. Achei exagerado mesmo falar isso do Diabolus in Musica. Esses caras querem se pagar de Tr00zão é nem sabem o que falam . Só pq ouvir dizer que em 98 teve influência do new metal . O disco é uma paulada na mente. Disco foda

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  3. merecia um post só para as capas. heheheh

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  4. Foda, Guilherme! Antes de ler os comentários já previ polêmica, mas é pra isso mesmo que uma tarefa destemida como a sua serve.
    Também discordo em alguns pontos. Acho o Undisputted Attitude genial. Levou clássicos do hardcore americano a níveis explosivos, urgentes, muito mais intensos que as versões de origem. Não sei se o encanto por esse disco vem por ter sido minha introdução ao Slayer, mas arrepio com ele, anos luz mais que com o Garage Inc.
    E sobre o Christ Illusion, achei a crítica tímida. Tirando uma ou outra música, praticamente tudo nele me soa sombrio, a começar pela capa. Trouxe de volta o respeito perdido com os dois passados. Não é um clássico, mas re-coloca a banda no patamar merecido.
    No mais, continue com esse lance das discografias! Facilita o entendimento e é bom pra quem, como eu, é curios@ mas não tem muita orientação sobre com o que ou por onde começar.

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  5. O disco do Slayer que mais gosto é o "God Hates Us All". Talvez eu seja o único do mundo com essa preferência, mas realmente gosto da agressividade presente no disco e da afinação das guitarras. Paul Bostaph fez um trabalho incrível do início ao fim. É por tudo isso que fico sem entender quando alguém diz que esse disco não é lá essas coisas...

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  6. Em respeito a essa monumental discografia, Kerry King e Tom Araya deveriam encerrar as atividades do Slayer. Não faz sentido, do ponto de vista musical, continuar sem o Jeff e o Dave. O auge, na minha modesta opinião, começa com Reign in Blood e vai até Seasons in The Abyss. Depois a banda lançou bons discos, mas nada que faça jus a trajetória anterior.

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  7. Reign in Blood é o melhor disco de thrash da história!!

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  8. Thiago M., a discografia é praticamente imaculada porque apenas Diabolus in Musica (1998) a macula. Há outros discos não tão bons, mas nenhum abaixo da nota 6. Péssimo mesmo, só o Diabolus... Por isso 'praticamente imaculada'.

    Certo?

    E sim, concordo que até o Seasons in the Abyss (1990) é irretocável. Só que com preferência pelos três primeiros...

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  9. Jairo, acho que Christ Ilussion (2006) é o Reign in Blood (1986) no quesito capas...

    Hehe!

    A mais foda!

    Ao lado da do próprio Reign in Blood e a do South of Heaven (1988)...

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  10. Valeu, Júlio!

    Poxa, bacana esse seu ponto de vista sobre o Undisputted Attitude (1996)... Realmente não acho que todas as versões contidas nele ficaram tão boas, mas, de fato, é um disco muito importante.

    Sobre o Christ, entedo o que diz e concordo demais sobre esse lance mais sombrio. A capa é simplesmente genial. Talvez a melhor da carreira da banda. Só as músicas que não acho tão inspiradas. Mas retomou mesmo aquele lado 'malvado' que tanto amamos no Slayer!

    Valeu!

    Abs!

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  11. Acho que é consenso entre os fãs da banda que os cinco primeiros álbuns são clássicos absolutos. Vou discordar da resenha da discografia em alguns pontos.

    1) Não citar o EP Haunting the Chapel é estranho, pois é nele que a banda começa a diluir as influências do Maiden e do Judas no Show No Mercy e abre caminho para uma influência forte do Mercyful Fate na parte instrumental que é bem clara no Hell Awaits.
    2) Acho que o Divine sofre do mesmo mal do Hell Awaits: são álbuns com um produção deficiente que não dá destaque as guitarras e aos riffs. O Divine tem duas músicas fantásticas que pouco são lembradas pelos fãs, Circle of Beliefs e Dittohead.
    3) O Diabolus não é um álbum sofrível. Discordo sobre a Stain of Mind ser ridícula. Considero-a uma ótima música, com um peso e um groove absurdos. Além dela, o álbum ainda tem três ótimas músicas: Bitter Peace, Pervesions of Pain e Scrum. É o álbum mais fraco do Slayer, sem dúvidas, mas não é horrível. É apenas mediano.
    4) O God Hates Us All é um álbum muito bom. É absurdamente pesado, com um clima de fim do mundo e urgência que os outros álbuns do Slayer não possuem. O que complica é a produção que deixou o som muito saturado e a abordagem vocal sem variação do Tom. E eu colocaria Payback como destaque ao invés de Bloodline.
    5) Discordo também sobre o Christ Illusion. Considero o álbum uma mistura do South of Heaven com o Divine. É um puta álbum, Flesh Storm, Skeleton of Christ, Jihad, Consfearacy, Black Serenade, Cult são músicas que fazem jus ao que o Slayer produziu no passado. Não é um álbum brilhante como os clássicos, mas é um ótimo retorno do Dave.
    6) Considero o World Painted Blood quase um clássico. O álbum acrescenta novos elementos ao som do Slayer (o riff sincopado da Americon, os blast beats da Public Display of Dismemberment que encaixam melhor aqui do que na Supremist do Christ Illusion, a abertura da Snuff com uma sequência de solos e por aí vai. Acho que é o melhor álbum lançado pelas bandas clássicas de Thrash Metal, junto com o Shovel Headed Kill Machine do Exodus e o Enemy of God do Kreator.

    No mais, parabéns pela análise e que venham mais resenhas de discografias de bandas aqui no blog. \m/

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  12. Concordo com tudo que o amigo Arthur disse, acho que houve um pouco de excesso nas críticas em relação ao Diabolous (que tem uma música absurdamente boa e nunca lembrada chamada In the Name of God), ao God Hate Us All e ao Christ Illusion (que aliás eu considero MELHOR que o World Painted Blood. No Christ Illusion gosto de todas as músicas, e no WPB não gosto de umas 3).

    Acho que os discos criticados devem ser olhados de uma outra ótica, porque muitas vezes os músicos simplesmente sentem vontade de fazer algo diferente, não estar sempre tocando a 260 BPM.


    P.S. - E se é pra falar de bizarrice em relação ao 11 de setembro de 2001, o Dream Theater tem uma maior: no mesmo dia foi lançado o disco Scenes Live From NY, e a capa trazia Nova York com as torres gêmeas em chamas. Os discos foram recolhidos e a capa trocada, mas as poucas que foram compradas antes do recall são clássicas e raras.

    Abraço!

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  13. A verdade é que gosto é gosto, e dificilmente as pessoas chegam num acordo.

    Show No Mercy - Concordo com você, mas Black Magic e a faixa-título, na minha opinião, são as que eu mais gosto.
    Hell Awaits - Concordo.
    Reign In Blood - Concordo. Melhor disco de Thrash da história.
    South Of Heaven e Seasons In The Abyss - Discordo, para mim eles são nota 10.
    Divine - O que me incomoda nesse disco é que a produção dele, na minha opinião, ficou ruim. Até li uma entrevista do Kerry que ele disse que eles gravaram esse disco em vários estúdios diferentes e por isso eles acabaram com uma produção meio podre. Mas eu gosto das músicas dele.
    Diablus - Discordo. Realmente, não é nem de longe um disco ótimo (o próprio Kerry admite isso). Mas não acho tão horrível. EU ADORO Stain Of Mind haha. Henry Rollins disse que esse é disco favorito dele. Eu gosto de algumas músicas.
    God Hates Us All - Discordo. Como falaram ai em cima, esse disco abriu o Slayer para a galera da minha geração (sou de 93). Descobri esses caras com esse disco e acho ele muito foda. A banda ainda toca muitas faixas desse disco. Para mim esse é 10.
    Christ - Não dou 10, mas eu gosto muito dele. Além de ser a grande volta do Lombardo. Jihad é uma das minhas músicas favoritas.
    World - 10. Esse disco é foda do início ao fim. Me lembra muito o Seasons. E ao vivo as músicas funcionam muito bem.

    Sobre as diferenças entre o Dave e o Paul. Acho os dois muito fodas, mas Dave é Dave.

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  14. As notas foram totalmente o que o "senso comum do Metal" pensa sobre o Slayer. Ouço a banda desde 1987 e meus favoritos são God Hates Us All, Seasons In The Abyss e Divine Intervention. Para gostar de um álbum brutal, inspirado e intenso, mas moderno, como o God Hates Us All basta ter uma mente mais aberta e não ter pensamentos formuláticos de como uma banda clássica de Metal deve soar.

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  15. Caras! Bons comentários! Só faltou o EP Haunting the Chapel . É desse EP que tem a música que mais gosto do Slayer, Chemical Warfare! Porrada de 6 minutos.

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