Dave Evans: crítica de Sinner (2006) e Judgement Day (2008)

O australiano Dave Evans é o vocalista original do AC/DC. Ele permaneceu na banda por aproximadamente um ano, sendo substituído por Bon Scott em outubro de 1974, período no qual participou da gravação do primeiro single do grupo. O resto é história, e o quinteto criado pelos irmãos Angus e Malcolm Young se transformou em um dos maiores nomes e em uma das mais perfeitas traduções do rock and roll. Já Evans não trilhou o mesmo caminho. Ainda na década de 1970 fez parte do Rabbit, com quem gravou dois discos apenas medianos - o debut batizado apenas com o nome da banda e Too Much Rock N Roll, ambos lançados em 1976. Depois foi para o Thunder Down Under na década de 1980, onde também não decolou, e mais recentemente lançou três discos solo. O segundo e o terceiro acabam de ser lançados no Brasil pela Hellion Records.

Sinner e Judgement Day são dois itens apenas curiosos, e muito provavelmente atrativos apenas para os fãs mais dedicados do AC/DC. Como era de se esperar, ambos trazem um hard xerocado da banda de Angus e Malcolm, soando como uma espécie de cover esforçado e nada além disso. As canções trazem as principais características do AC/DC e, em alguns momentos, chegam até a quase roubar passagens inteiras compostas pelos Young. 


Pessoalmente, não vejo motivo algum para discos como esses serem lançados no Brasil. São álbuns fracos, para dizer o mínimo, e que não sobrevivem à primeira audição. Entendo a curiosidade de quem quer conhecer a carreira de Dave Evans, mas, para esses, recomendo os LPs do Rabbit.

O chamado classic rock está sedimentado e possui um mercado próprio que já é alimentado pelas bandas que fizeram história na música, o que não é o caso do cidadão chamado Dave Evans. Enquanto gravadoras preferirem investir em coisas genéricas e de gosto duvidoso como esses dois discos em detrimento a dar espaço para novas bandas, mais limitado e saudosista ficará o mercado e a mente de quem acha que nada de bom é produzido atualmente.

Em suma, passe longe, vá ouvir os seus discos do AC/DC e não perca tempo com figuras como Dave Evans.

Nota 3

Por Ricardo Seelig

Comentários

  1. São estas coisas que são tristes em nosso limitado mercado de lançamentos...discos absolutamente espetaculares na seara do rock e heavy são lançados e relançados a rodo e nunca serão lançados aqui no Brasil...enquanto isso temos alguns relançamentos bem estranhos...como este resenhado e os discos do Alcatraz (estes pela ST2) rs rs rs ...tudo bem...gosto é gosto...mas pra quem não gosta muito de melódico e sinfônico.., estilos que a Hellion trabalha muito bem...
    fica difícil ... a gente acaba se sentindo meio órfão rs rs rs

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  2. Achei estranho ler aqui uma crítica como essa à Hellion Records... Talvez eu não esteja lendo o blog como deveria.

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  3. Francisco, tenho uma ótima relação com a Hellion há anos, porém isso jamais me impediu de dizer o que penso sobre um lançamento deles. É só dar uma fuçada no site para perceber isso.

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