Top 2013 Collectors Room: os melhores do ano na opinião de Fabiano Nicaretta

O nosso Hunter Thompson. Ou seria o Charles Bukowski da Collectors Room? A resposta é uma só: os dois, mas com uma dieta um pouco mais leve. Fabiano Nicaretta sabe que a música refleta a vida, e a vida não funciona sem música. Por isso, seus textos na coluna Tímpano refletem as suas experiências sonoras dentro dos seus dias, em um testemunho fiel que cativa pela sinceridade e transparência, causando a identificação instantânea.

Na sua lista de melhores do ano, Fabiano conta quais foram os dez discos que o acompanharam nos doze meses de 2013, indo de sons mais pesados até o outro lado, com canções contemplativas, mas sempre mantendo a alta qualidade. Confira!


Scorpion Child - Scorpion Child

Já começa pela capa. O hard com pitadas de Blind Mellon, Deep Purple e Black Crowes mostra que os caras não estão pra brincadeira. Destaque para “Liquor”, um hardzão arrasa-quarteirão que fez eu gastar uma nota pra ter o vinil.


Wayne Shorter Quartet - Without a Net

Wayne Shorter é uma lenda viva do jazz que já tocou com o Herbie Hancock, Art Blakey e muitos outros grandes. Without a Net, lançado pela Blue Note, é uma coletânea de canções gravadas ao vivo durante a turnê de 2011 pela Europa. Imperdível.  


Arctic Monkeys – AM

Os caras melhoram a cada novo disco, o que mostra que AM tem tudo para não ser a obra definitiva deles. Isso não invalida o fato de que este seja o mais bem sucedido da carreira de Alex Turner e companhia, e um dos melhores do ano.


Black Sabbath - 13

Morcegos me mordam, o Ozzy está vivo, passa bem e ainda canta! O mestre Iommi está como o vinho. E Geezer vaza graves pela caixa de som! E ainda tem o batera do Rage Against espancando viradas precisas!. Álbum mito de uma banda mais mito ainda!


Kadavar - Abra Kadavar

Não é só no futebol que os alemães estão matando a pau. Abra Kadavar supera o homônimo de 2012 e prova que os caras estão a mil, produzindo e tocando demais. Disco vigoroso, desfilando uma porrada de riffs e melodias que fazem o dedão do meu pé furar o sapato.


David Bowie - The Next Day

Fuck! Que coisa mais clichê dizer que o camaleão continua em forma. O cérebro oxigenado do homem não alivia. Um setlist que não faz feio quando comparado à sua discografia primorosa. Um discaço, pensado da capa ao acorde final.


Alice in Chains - The Devil Put Dinosaurs Here

O Alice In Chains não joga no meu time só pelo nome na camisa. The Devil Put Dinosaurs Here bate um bolão! Não ouvia nada tão bom desde o Cantrell e o seu Degradation Trip - um dos meus discos favoritos. O DNA tá todo ali: soturno, pesado, arrastado.


Mudhoney - Vanishing Point

Minha cara encheu de espinhas com “I Like It Small”, a melhor canção que eu ouvi em 2013. Desde “Suck You Dry” eu não corria para o espelho desse jeito. O álbum não cai em nenhum momento. E mais: destaque para o vídeo de “I Like It Small”, que é ducaralho!


The Strokes - Comedown Machine

Um dos trabalhos mais completos da carreira do Strokes é um aprofundamento na sonoridade oitentista já prenunciada em Angles, mas que aponta uma nova sonoridade que parece ser definitiva. Uma banda acima de média em um disco idem.


Laura Marling - Once I Was an Eagle

Folk, indie, pop, tudo junto, em tom introspectivo e com primor na instrumentação. Tudo isso alçado em uma voz maravilhosa, desfilando em 16 canções sublimes, uma obra-prima sem data de vencimento. “Take the Night Off” abre um álbum que precisa ser degustado com tempo.


Comentários

  1. Que bom alguém lembrar do Mudhoney.
    Já escutei demais.

    Mas nessa linha, no ano, eu prefiro esses dois. Depois, dê uma olhada:

    Cage the Elephant - Melophobia (2013)

    Pissed Jeans - Honeys (2013)

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