Top 2013 Collectors Room: os melhores do ano na opinião de Ricardo Seelig

Final de ano é hora de escolher os melhores dos últimos doze meses, e essa é uma atividade sempre divertida. Coloca um disco, tira outro, quebra a cabeça e pronto: a lista está pronta - só para ser refeita novamente inúmeras vezes até chegar naquilo que queremos.

2013 foi um ano bastante produtivo, com retornos marcantes, afirmações artísticas e revelações que chegaram para ficar. A lista abaixo não está focada em apenas um gênero. Como a própria linha editorial da Collectors Room deixa claro, meu gosto pessoal tem uma tendência maior para o heavy metal, mas sempre com a antena ligada em outros estilos. Por essa razão, há álbuns de gêneros variados em meu top 10, porque é assim que eu consumo a música: de mente aberta e sem preconceitos (ok, tenho alguns, mas eles só diminuem com o tempo).

Preparei também uma playlist com as músicas que mais me marcaram durante todo o ano. Você pode escutá-la neste link.

Abaixo, está a lista com os melhores discos do ano na minha opinião. Comentem, concordem, discordem: os comentários estão aí para isso.


Daft Punk - Random Access Memories

O Thriller desta geração, associação já evidenciada na tipologia usada na capa, idêntica ao clássico lançado por Michael Jackson em 1982. Um disco estupendo, com uma produção irretocável e jóias pop que bebem diretamente nos anos 1970 e 1980. E, como cereja do bolo, um trio de faixas espetaculares: “Giorgio by Moroder” (a melhor do ano), “Get Lucky” (o single de 2013) e “Lose Yourself to Dance” (com um groove matador).


Anciients - Heart of Oak

Surpreendente álbum de estreia desta banda canadense formada em 2009. Influenciado por nomes como Mastodon e Baroness, o Anciients entrega uma música complexa e bela, feita na medida para quem curte um metal agressivo, pesado e com uma inegável influência prog.


David Bowie - The Next Day

Bowie estava em silêncio desde 2003, quando lançou Reality. Dez anos depois, resolveu sair do exílio auto-imposto, e em grande estilo. Olhando para o passado, o ícone inglês pinçou o melhor de sua extensa discografia em cada uma das quatorze faixas. The Next Day é um de seus melhores discos e faz juz ao legado de um dos maiores nomes da história do rock e do pop.


Paul McCartney - New

Aos 71 anos, Paul surpreendeu em New. Refrescante e atual, o novo álbum do Beatle flerta com o indie e até mesmo com o rap, comprovando o que todo mundo já sabe: McCartney jamais soará acomodado ou desatualizado. Gênio, e ponto final.


Black Sabbath - 13

Talvez o disco mais aguardado do ano, certamente um dos mais comentados, 13 deixou todo mundo de queixo caído ao ir além das expectativas - que eram altíssimas, vale ressaltar. Heavy metal de alto quilate, feito pelos pais do estilo, com inspiração e precisão certeiras. O testamento definitivo da banda mais importante do gênero.


Audrey Horne - Youngblood

Este grupo norueguês radicado na Bélgica se sobressaiu somente agora, em seu quarto álbum. Ao contrário dos anteriores, que flertavam com o grunge, o que temos em Youngblood é uma mistura de hard rock e heavy metal cunhada através de grandes canções, uso farto de guitarras gêmeas e refrões para cantar junto. Altamente viciante!


Orchid - The Mouths of Madness

Outra banda recente que fez bonito em 2013. O Orchid soa como uma espécie de Black Sabbath com integrantes adolescentes. A sonoridade empoeirada e calcada nos riffs agradará aos fãs de Ozzy e companhia, mas o grupo mostra personalidade suficiente e merece atenção nos próximos anos.


Arcade Fire - Reflektor

Mais uma vez, surpreendente. O Arcade Fire jamais se repete, e outra vez trilhou um caminho inédito. O pop dos anos 1980 de nomes como The Cure e New Order é o principal norte de Reflektor, turbinado pela sensibilidade criativa privilegiada do grupo. Para ouvir até dizer chega, sentindo novas sensações a cada audição.


Ghost - Infestissumam

A banda mais polêmica surgida no metal nos últimos anos mostrou em seu segundo disco que é muito mais do que cinco caras escondidos atrás de máscaras misteriosas. Inserindo elementos psicodélicos em sua música, o Ghost deu um passo além, soando menos pesado e ainda mais apaixonante. Chegaram para ficar, não há dúvida!

Scorpion Child - Scorpion Child

O grande disco de hard rock de 2013. Riffs inspirados e um vocalista alucinado em canções que parecem sair dos álbuns clássicos do Deep Purple, Led Zeppelin, Grand Funk e outros gigantes. Pra pegar a estrada sem rumo e no volume máximo.


Além destes discos, outro ponto muito legal de 2013 foi a ótima safra de álbuns lançados por bandas nacionais. Trabalhos com uma sonoridade atual, moderna e contemporânea, que demonstram toda a efervescência de uma geração de novos grupos que está chegando com tudo para mudar, de vez, o marasmo do rock brasileiro, aliada à inquietude de nomes veteranos que jamais repousam em berço esplêndido. Destaque para os novos discos do Anjo Gabriel (Lucifer Rising), Far From Alaska (Stereochrome), Scalene (Real/Surreal), The Baggios (Sina), Apanhador Só (Antes Que Tu Conte Outra), Bixiga 70 (Bixiga 70), Blues Etílicos (Puro Malte), Boogarins (As Plantas Que Curam), Ed Motta (AOR) e Vitor Ramil (Foi no Mês que Vem).


Retorno: Black Sabbath
 

Quem teve a sua formação musical calcada no heavy metal sentiu um arrepio na espinha ao ver Ozzy, Tony e Geezer juntos outra vez.

CD/DVD Ao Vivo: Black Sabbath - Live ...  Gathered in Their Masses

O documento eterno da reunião histórica dos pais do heavy metal. Um show inspirado, passando por novas composições e clássicos que fazem parte do DNA metálico. Para assistir hoje, amanhã e sempre.



Melhor Livro: Rod: A Autobiografia

Rod Stewart contou a sua vida de forma divertidíssima em sua autobiografia, repleta de histórias sensacionais narradas com muito bom humor. Leitura obrigatória para quem gosta de música.


5 Melhores Sites Sobre Música:

Selo 180
Rifferama
Van do Halen
Tenho Mais Discos Que Amigos!
Scream & Yell


Comentários

  1. Eu quero agradecer e parabenizar o pessoal da Collectors Room! As listas que vocês tem postado aqui são uma excelente fonte para descobrir novos artistas e grandes trabalhos. Na minha opinião tem sido os artigos mais relevantes que tenho lido na internet sobre musica. Um grande abraço a todos.

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  2. O ep do Far From Alaska é do ano passado

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  3. Ok, só um desabafo mesmo. TODO mundo colocou o Bowie na lista de 10 mais...
    É um grande disco? Sim, é um disco muito bom, à altura da volta do Bowie, mas melhor do ano... ai já é um pulo BEM grande.

    Comparações com os clássicos do Bowie então.... pô, pelamordedeus hein!!

    Nem vale a pena mencionar a arte da capa... foi essa mesma a intenção do Bowie, fazer a arte como se não importasse ou se auto-deletar, sei lá, pra mim foi uma oportunidade perdida de criar algo realmente interessante visualmente falando.

    Sem mencionar o baterista do disco , Zachary Alford, que parece o batera do AC/DC, todas as músicas são exatamente iguais.

    Uma coisa é você ser simples de propósito, o outro é você simplesmente não fazer as músicas interessantes em prol dessa simplicidade.

    Tendo dito isso, como eu mencionei, o disco é muito bom, mas me parece um 50/50 metade das músicas realmente interessantes e com várias grandes ideias e a outra metade.. fillers.

    Em quesito David Bowie eu esperaca algo mais ousado.

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  4. Diego, isso tem a ver com a forma como cada pessoa entende e consome a música. Tem gente que prefere algo mais técnico, enquanto outros vão na linha do feeling e do mais básico. Eu, por exemplo, tenho interesse praticamente nulo pelo progressivo, mas entendo perfeitamente que é apaixonado pelo estilo.

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  5. Onde vcs conseguem tanto dinheiro pra comprar esses livros? Ou ganham de graça das editoras por causa dos blogs?

    Pow, eu estou todo endividado com o meu ProUni e o meu Fies. Daqui a pouco, tô fazendo programa ou traficando pra poder comprar um livro desses.

    Vcs são caras muito sortudo$$$$

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  6. @Ricardo:

    Não cara, nem tava falando de técnica, não nesse caso. Entendo perfeitamente que não é esse o lance com o Bowie, nunca foi. O lance dele sempre foi ser ousado, por isso mesmo minha queixa. Ouvi tudo dele ate 79 mais ou menos, e sei que ele sempre ousou, especialmente depois, nos 90. Quando eu me referi ao baterista não é técnica, é exatamente o feeling, não tá lá, parece um robozinho rs

    Foi mais um desabafo mesmo, pq acabei nao entendendo o porque de top 10 pro Bowie em todo canto :D

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  7. Ouvi os discos do Bowie e Paul, mas não me surpreendi. Respeito muito a história de ambos, mas não acho que são os melhores do ano. O Daft Punk quase entrou na minha lista. Finalmente me acostumei com os vocais robotizados. Tô curioso pra ouvir esse Anciient.

    Obrigado pela força, Cadão. Abraço

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  8. Bem lembrado a fase 90 do David Bowie.

    No disco Black Tie White Noise (1993), ele assumiu o lado Corona, Double You, Ice Mc e Ace of Base dele. O disco é ruim, mas a atitude ... porra, o cara é sem limite e tem compromisso com a música, não com o rock. Tocando o foda-se pra galera.

    Esse disco de 1993 é mó tabu pros fans e crítica, que sempre elogiam só o que é mais techno e clubber: Earthling (1997). Bem aquela lógica que eurodance era o baixo clero da eletrônica e techno e triphop eram o alto clero do gênero, naquela época. Como se Double You e Corona não tivessem importância pra música.... validado até pelo Bowie nesse disco. Mas ... isso é um outro papo, não pra agora.

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  9. Yo, ainda que não tenha nada a ver com o post do Ricardo, sobre melhores do ano, mas já que você tocou nesse assunto...

    Você acha realmente que Double You e Corona têm importância para a música?

    Quando muito, assim como os outros dois citados (Ice MC e Ace of Base), tiveram alguns poucos anos de "sucesso" (?) entre "adolescentes baladeiros", os quais ouviam as músicas desses artistas em boates ou em rádios voltadas ao mesmo segmento/público.

    Nem sequer me recordo se a própria MTV chegou a dar alguma cobertura para a dance music 80s/90s.

    A verdade é que, assim como artistas tupiniquins de gêneros menores (como lambada, calipso, pagode, axé e até mesmo dance, caso do Édson Cordeiro), os artistas citados fizeram música da PIOR QUALIDADE e com prazo de validade.

    Não acompanho a dance music, até porque sempre considerei o estilo verdadeiro LIXO, portanto não saberia dizer quais dos artistas citados ainda estão em atividade, mas estando agum(ns) deles em atividade ou não, o fato é que já faz muito tempo que "passaram da validade", como um alimento perecível, e simplesmente sumiram, não por acaso; diga-se de passagem, sem deixar qualquer saudade.

    Na minha opinião, salvo raras exceções, música com prazo de validade (incluindo a dance music 80s/90s) não possui qualidade. Esses artistas podem até, eventualmente, ter tido alguma importância dentro do contexto citado (NÃO para a música de um modo geral), por um período muito curto, mas o fato é que não deixaram NADA para a posteridade. E já foram tarde!

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  10. 5 desses álbuns estão na minha lista, também.
    O Anciients seria o sexto, mas, ao decorrer do ano, me desencantei um pouco com o disco, ou, mais provável, me encantei mais com outros.

    Esse do Audrey Horne, que só conheci com a resenha aqui no site, também é muito legal, altamente viciante. Até minha namorada, que não é "do rock", gamou rsrs

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  11. E que bom que alguém considerou o Orchid! Porra, o disco deles ficou sensacional. Mouths of Madness é uma das músicas do ano.

    O Scorpion Child me deixou deslumbrado com Polygon of Eyes; daí, quando saiu o disco, eu me decepcionei porque não havia achado as demais faixas no mesmo nível. Mas, com o passar do ano, meu gosto pelo álbum cresceu a ponto de ele se tornar um dos meus preferidos do ano. Lindão.

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  12. @RxBxCxp
    Sua pergunta vai em dois sentidos: minha opinião e o valor da Eurodance.
    Quando eu escrevi isso eu saberia que ia ser polêmico pela minha opinião (pois sou um anônimo), mas se referendado no David Bowie todo mundo ia achar "lindjo" e "maravilhoso", classificando naquela de sempre dos artistas: "ah, fulano pode, né?"

    Sua pergunta é boa pq mostra esse conflito.
    A Corona, Double You e Ace of Base são desprezados na eletrônica ("baixo clero", "farofa") e no rock ("mas que porra é essa?"), mas são respeitados e admirados por outros tantos artistas que os respeitam e admiram. O David Bowie é um e o Dave Grohl (Nirvana, Foo Fighters) é outro pra US Magazine:
    http://www.usmagazine.com/entertainment/news/25-thing-you-dont-know-about-me-dave-grohl-2011134

    Isso tudo me lembra um dia que um amigo reclamou que não entendia porque os DJ's mais pagos do mundo eram Fulano e Ciclano (sempre de playboy e balada) e o Prodigy, Chemical Brothers, Fatboy Slim e Daft Punk vinham nos rankings lá no 50 ou 80 e cacetada.

    http://www.celebritynetworth.com/articles/entertainment-articles/30-richest-djs-world/

    http://www.forbes.com/special-report/2013/0814_top-djs.html

    http://www.synthtopia.com/content/2012/08/03/the-10-highest-paid-djs-in-the-world/

    No dia eu disse pro meu amigo que é impossível o Daft Punk ser listado HONESTAMENTE numa lista decente sobre grana. Disse também que a lista de 2013 é tão mentirosa que a mesma lista em 2012 não menciona o DP, ou seja, não passa de jabá na lista (Electronic Cash Kings). Pagou, listou! Mas, na data, foi divulgado uma lista um pouco do lançamento desse disco hypado e cheio do marketing e orçamento da Sony (abril, maio).

    http://flavorwire.com/397342/the-10-most-overhyped-albums-of-2013-so-far/

    Aquela coisa de criar mídia e prestígio (eles fazem editorial pra Marie Claire e pessoal da alta costura com Yves Saint Laurent e Gisele Bundchen, né?). O que aconteceu? Todo um trabalho de mídia ressuscitando o Daft Punk, que tava parado desde 2007 (turnê) e 2011 (trilha sonora), trazendo-os pro topo das listas de venda como se tivessem realmente um orçamento daqueles em pleno recesso de 7 anos, ostracismo. Eu contestei o meu amigo e disse que era factóide essa lista que tinha DP em 2º. Daí, ele ficou todo puto comigo e com todo mundo e disse que não é possível uma coisa dessas. E que ele não conhecia nenhum daqueles nomes listados (os DJ's de balada ou de produção), além de Prodigy, Chemical Brothers, Fatboy Slim e Daft Punk. Eu peguei e disse a ele que ele não conhecia a eletrônica de fato e o que ele ouvia era apenas eletrônica feita pra roqueiro. E ele dizer que aquilo era a elite da eletrônica, pelo mesmo pensamento, seria um clubber que escuta apenas NIN, Garbage, New Order dizer que eles são a "elite máxima do rock". Entende?

    Os roqueiros não conhecem eletrônica. E não se interessam por ela. Nunca vão conseguir avaliar nem o "alto clero" e nem o "baixo clero" do gênero exatamente porque não se interessam. A única coisa que conhecem é o Big Beat, French Touch e Trip Hop, praticamente. Só! E isso nos artistas que sempre miram o público rocker: Prodigy, Chemical Brothers, Fatboy Slim e Daft Punk. Não precisam conhecer mais, se é isso que os diverte. Mas também não quer dizer que o mundo gire apenas na órbita do que eles conhecem.

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  13. Pq estou falando isso?
    Pra dizer que roqueiro nem se importa com Corona e Double You, que dirá saber a importância (ou não) deles.
    Vc foi hiper DE BOA e gente finíssima se posicionando assim e perguntando a minha opinião e pq falei o que disse da Eurodance relativa ao David Bowie, pq cria curiosidade mesmo. Faz sentido mesmo o Bowie fazer techno que é a coisa chique que os roqueiros até ouviam na época, mas não faz sentido ele fazer eurodance que é a coisa vexatória de tudo isso.

    No caso, não estou falando de vc ou de mim, mas no geral.

    Quanto a sua lembrança deles (ou não) na MTV, te digo o seguinte: eles são agrupados num gênero chamado Eurodance ou Italodance, que é totalmente marginal à MTV US, UK e Europa. O contato que as pessoas tinham com isso era nas pistas e nas FM's que se dedicavam ao House, passaram pela Eurodance, abandonaram-na e assumiram a moda clubber com o Techno, Jungle e Drum'nbass. A gente vê muito isso nos nomes das coletâneas da Jovem Pan, na qual as 7 Melhores é Eurodance, tem o Techno Dance e outras inserções. Como isso era de rádio no ocidente todo, sempre é tido como farofa. Mas nem por isso é algo que não seja influente, por mais que possa ser pejorativo. O Hair Metal também é farofa, também é pejorativo e também é "baixo clero" do rock ... mas há importância estética e artísticas nele (e até técnica tb). O mesmo vale pra Eurodance, no escopo da música eletrônica.

    Nesse quesito que vc coloca do que tocou na MTV (aval da mídia) e o que era só de balada (ou de uma cena), sempre temos temas que se encaixam e podem ser citados. Atualmente, a Gaby Amarantos é a queridinha da Som Livre e está todos os dias no Fantástico, dominicais e revistas. Mas o Calypso que sempre veio comendo por fora na pirataria é que realmente tem a influência mais que absurda do Pará, tendo vendido 10 milhões de disco com pirataria e mp3 na net. Imagine se eles fossem dos anos 80 ou 90 pré-mp3: teriam vendido 30 milhões? O Calypso entrou na mídia um pouco já na altura de 2005, sendo que o Brasil todo já consumia eles nos cd's piratas desde o começo, ano 2000. Meus amigos forrozeiros ouviam de longa data. Os Aviões do Forró também já era um mito por aí e a mídia não sabia. Então, tem coisas que são da cena, da balada ... e nem por isso marcam a história nas listas de melhores ou de mais vendidos, mas marcam as gerações. E os artistas, pois estão produzindo uma nova linguagem, estética, técnica e expressão.

    Tlz, tudo isso passe despercebido ao olhar de alguns, porque são só roqueiros. Outros têm olhar de músicos. Mais além, tem os que querem só se divertir e têm olhar de entretenimento. E ainda os que têm um olhar artístico sobre a música. Esse posicionamento diz muito da pessoa enxergar ou não outros artistas. O David Bowie, a meu ver, de roqueiro muitas vezes tem pouco. E quando quer: não tem nada. Pq o real compromisso dele é com a música e com a arte, tendo o rock como algo subsidiário, muitas vezes. E quantas vezes ele não esnobou o tal do rock, né? Atualmente, vemos o Kanye West rompendo com o Hip Hop e caminhando a passos largos pra eletrônica. Então, tem todo esse limite do olhar de ser roqueiro, ser músico, ser artista, tanto dos caras que gravam, quanto de nós que escutamos.

    Kkkkkkkkkkkkkk, caramba tu falou um nome antiquíssimo: Édson Cordeiro. E ele foi dance só pra vender o material dele num disco específico: que dançava com uns viado no programa da Xuxa. Surreal lembrar disso. Kkkkkkkkkkk. Só uma besteira de lembrança: minha mãe tinha o primeiro LP dele (com a música da Cássia Eller e Rolling Stones: Satisfaction) e o ele era mais compromissado com rock e mpb. Um pouquinho de lírico tb, orquestra.

    Voltando, não concordo com essa classificação "pior qualidade", pois é exatamente o olhar do cara que se acha "o erudito". Eu não tenho esse olhar. Pra mim, prefiro passar 1h do meu dia ocupado com o Double You do que um Ramones e Sex Pistols, por exemplo, que eu acho fraquíssimos como entretenimento, técnica, apesar de serem pioneiros na arte.

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  14. Olha aí, vc responde do seu olhar também: não acompanho a dance music, até porque sempre considerei o estilo verdadeiro LIXO

    É um posicionamento.
    Cada ouvinte faz seus escolhas. E elas são SEMPRE legítimas.

    Mas eu, por exemplo, no que eu acho LEGÍTIMO pra mim, até vejo essa tal "qualidade" em rock tradicional do tipo progressivo, mas acho dos tipos de música mais pretensiosos da face da terra. Estão dentro do rock, dentro de todo o contexto do compassos 4x4, mas ficam arrotando caviar como se fossem Mozart e Beethoven. E, no fundo, o rock é uma música popular, tão descartável quanto outras. Não consigo ver o rock furando 500 anos como no caso do que REALMENTE é clássico. O rock é só a música popular do século XX. Tanto que estamos no século XXI e o próprio rock não está conseguindo mostrar que vá muito além disso. S´de ser 4x4, ele tem melodia, métrica e harmônica muito limitados. Não tem como ele ir muito longe no tempo.

    Mas gostei muito da sua pergunta e, principalmente, do seu tom de respeito e de questionamento mesmo ... de boa, nessa linha aqui do CR, que é diferente do whiplash. Mas lá, eles diriam pra mim "seu burro", "alienado", "só gosta do que não presta". E aqui é um outro ambiente e coisas mais ousadas, como pontos de vista assim, podem ser evidenciados, tanto meu, quanto seu. Olha como é a reação do whiplash nesta linda imagem:

    https://fbcdn-sphotos-c-a.akamaihd.net/hphotos-ak-prn2/1450793_556159061119632_596855703_n.jpg

    Uma verdadeira foto do cotidiano do whiplash, não é?

    Achei legal também o bate bola aí do Ricardo e Diego aí acima. Muito lindo ver alguém falar francamente que Progressa não é tudo isso que os progressistas acham. O que é uma grande verdade. Mas cada um se divertindo do jeito que acha melhor. Gosto demais dessa atitude de falar o que pensa sem ter medo de ser feliz por aqui, além da de não levar tão a sério as pessoas que discordam comigo.

    Só me posicionando, meu foco é o da arte (expressão) e da diversão (entretenimento), depois dos 25 anos. Antes, eu era totalmente whiplash. Não vou te negar. Não entro nesse mérito do que dizem de "bom gosto" e da "qualidade" mais. Vejo que quem fala muito em "bom gosto" é um pessoal que se pretende por erudito, coisa que eu acho impossível fazer ouvindo rock .. uma música popular de compasso 4x4 (com raros 6/8, 6/8, 6/8, 5/8; 4/4, 3/4 (7/4); 15/16, 4/4, 7/8, 19/16). Aliás, essas coisas mais complexas vêm exatamente no Progressa, o que mostra o valor dos caras na técnica. Fato! Mas tem hora que acho só isso: técnica. Falta a expressão (arte) e a diversão (entretenimento) que coisas simples como um B-52's podem cumprir até com mais enfase e tão dita e repetida "qualidade", tlz, não a técnica, mas artística. Quantas e quantas vezes o B-52's não é mais importante que o Dream Theather, sendo ambos coisas maravilhosas que todos temos pra escutar. Sério, muita vezes, na minha visão, um guitarrista de B-52's vai ser mais importante como ARTISTA pro rock do que o virtuoso da TECNICISTA. Mas também tenho bronca com técnica. Ainda pulsa um whiplashiano aqui de vez em quando. Hehe

    Na minha visão, o rock, metal e tudo isso é música popular.
    Não faz sentido tirar onda de "erudito" ou "bom gosto" com isso.

    No mais é isso.
    Pra mim é um privilégio conversar um assunto tenso desses pros roqueiros com pessoas DE BOA que tem por aqui (e não no whiplash).

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  15. Isso aqui resume um pouco.
    Não leve a sério ... é só pra descontrair mesmo.
    Brincando com farofagens e ostentações.

    https://fbcdn-sphotos-d-a.akamaihd.net/hphotos-ak-ash4/1453490_477094229073055_479035750_n.jpg

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  16. Adorei a crítica. Das melhores da internet sobre música. Legal alguém se manifestar sobre ter a mente aberta ao que não é metal. Apesar de ser um entusiasta do estili, também acho que RAM do Daft Punk foi o melhor do ano. É incrível que alguns hits do rock atualmente tem surgido do eletrônico. Destaque para as mesmas faixas indicadas no texto. Fantástico.

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  17. Boa lista. É sempre bom saber quais são as preferências de quem conhece música a fundo e tem bom gosto. Por isso, não poderia deixar de dar uma lida na lista do Seelig, um dos melhores difusores da boa música.
    Fiquei especialmente satisfeito ao ver incluído na relação o último do Audrey Horne, banda da qual gosto muito, cujo disco anterior (homônimo) é espetacular também.
    Valeu, Ricardo! Seu Collectors Room é um presente para nós. E o que é melhor: um presente que se renova todos os dias.

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  18. Yo...perfeitos seus comentários ! Acho muito importante que o nariz empinado por ouvir determinado tipo de música seja eliminado rs rs rs
    Abraços

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