Grinderswitch, uma das pérolas escondidas do southern rock

O sul dos Estados Unidos é, historicamente, prolífico em ótimas bandas. Tanto que várias delas foram agrupadas em um mesmo rótulo que procurou classificar sons distintos como Lynyrd Skynyrd e Allman Brothers em um barco só. Há semelhanças, é claro, mas quem ouviu nem que seja o mínimo destes dois grupos sabe que o buraco é mais embaixo.

Mas, ao lado do tempero country que torna o rock das bandas do sul norte-americano cheio de malícia e com um tempero próprio, outro elemento se faz perceptível em todas elas: as guitarras. Faiscantes. Brilhantes. Gêmeas. Sempre protagonistas.

Pode ser em “Free Bird”, pode ser em “Highway Song”, pode ser em “Southbound”: não importa. É banda de southern, é certeza de deleite pra quem aprecia as seis cordas que moldaram o rock como o gênero musical mais popular do século XX.

E lá, bem escondida na terra prometida do southern rock (também conhecida como Jacksonville), nasceu uma das mais perfeitas manifestações da alma guitarrística sulista. O Grinderswitch surgiu em 1973 e gravou seis discos até se separar, em 1981. Em 2001 retornaram da aposentaria e lançaram mais dois álbuns. Mas o assunto aqui são os quatro primeiros registros do grupo - Honest to Goodness (1974), Macon Tracks (1975), Pullin’ Together (1976) e Redwing (1977). Em especial, a faixa título do quarto trabalho do grupo. 

Guitarras gêmeas fazem parte da minha vida. Em uma paixão que teve início com o Iron Maiden e o Helloween, cresceu, amadureceu e se transformou em um amor eterno pelo Thin Lizzy e uma paixão platônica pelo Wishbone Ash. Com tudo isso na cabeça, “Redwing" se transformou em uma canção especial desde a primeira vez que meus ouvidos tomaram contato com ela. Uma melodia doce, que embala os versos e colore a vida. Até porque, se for pra falar de música de maneira racional, analisando discos e músicas com métodos e afins, prefiro nem tocar o teclado. É preciso voar alto, deixar que as palavras surjam conforme as notas toquem, e, quando vemos, parágrafos e parágrafos cheios de metáforas afloram pelas páginas.

“Redwing" faz isso, e faz mais. É companhia, é trilha, é luz na escuridão. Como o restante do disco com o qual divide o título.

Meus devaneios já se mostraram bastante frutíferos. Já coloquei o prato principal na mesa. Sirva-se, babe os beiços e divida o sabor com os leitores nos comentários.

Comentários

  1. Excelente indicação, mais um tiro certeiro naquilo que a Collectors faz de melhor, que é indicar novos sons e abrir a mente de seus leitores. Muito obrigado!

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