Bruce, Tom e o dueto do ano

Há quase 20 anos, mais precisamente em 21 de novembro de 1995, Bruce Springsteen lançou o seu 11º disco de estúdio, The Ghost of Tom Joad. A faixa-título, uma arrepiante e quase fantasmagórica canção acústica, logo se tornou uma das favoritas dos fãs e ganhou status de clássica.

Daí você dá um pulo até 14 de janeiro deste 2014 que está chegando ao fim. High Hopes, o álbum número 18 do chefão, desembarca nas lojas de todo o planeta. E com ele uma releitura absolutamente animal de “The Ghost of Tom Joad”, com Bruce dividindo os vocais e os solos com Tom Morello, o cara do Rage Against the Machine - que, diga-se de passagem, já havia regravado a canção em Renegades (2000).

É o grande momento de High Hopes. Uma releitura emocional ao extremo, com interpretações na ponta dos cascos tanto de Springsteen quanto de Morello. Uma faixa que fala por si só, que anda com os próprios pés, que mostra todo o poder de composição de Bruce Springsteen. Uma avalanche emocional, lágrimas embaladas para o consumo em massa. 

Bruce e Tom trocam versos. Springsteen e Morello trocam solos. E aos 2:17, quando entra a ponte que leva ao refrão, você arrepia até os cabelos que teimam em não fazer mais parte do seu corpo.

O dueto do ano. O duelo do ano. A troca de papo, de versos e de licks de 2014. Em uma canção de 1995, mas que ganhou provavelmente a sua versão definitiva 19 anos depois.

Pra ouvir não apenas com os tímpanos, mas com todas as partes do corpo e, principalmente, da alma.

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