Foo Fighters: crítica de Sonic Highways (2014)

Sonic Highways, oitavo álbum do Foo Fighters, chegou para fazer história, mas não pelo motivo esperado. Trata-se de um disco decepcionante, com oito faixas fracas, ruins, preguiçosas e qualquer outro adjetivo semelhante que você quiser aplicar.

O que é um tanto estranho, pois a banda de Dave Grohl vinha de um bom álbum, o enérgico e cheio de hits Wasting Light (2011). Talvez o vocalista, guitarrista e baterista tenha vestido a carapuça de salvador do rock que sites e revistas mundo afora o aplicaram e isso o tenha tirado do curso. Talvez os problemas internos que foram mostrados no documentário de alguns anos atrás não tenham sido superados completamente e a banda voltou a se corroer. Sei lá. O que sei é que Sonic Highways é um álbum sofrível, pra dizer o mínimo.

Os 42 minutos do disco demoram quase 2 horas pra passar, e isso nunca é um bom sinal. O riff chupado de “Holy Diver”, do Dio, em “Something for Nothing” já prenunciava algo de errado no reino de Davi, e isso fica claro com a audição completa. Melodias fracas, ideias repetitivas, um ar de preguiça - e repito, preguiça mesmo, no pior sentido - misturado a um tanto de prepotência e arrogância levaram a banda a gravar um disco que, sem muito esforço, figura entre os piores registros de sua carreira.

O que é uma pena, pois é impossível não simpatizar com Grohl e sua gangue, que passam um ar de gente boa, de serem bons de papo e de copo, daqueles brothers que sempre garantem a diversão quando reunidos.

Pra não dizer que tudo se perde, “Outside" merece destaque, com lampejos da banda que conquistou fãs em todo o mundo unindo energia, agressividade e melodia. As melodias vocais grudentas, os backing vocals e os trechos instrumentais fazem com que essa faixa seja um ponto fora da curva de Sonic Highways, contrastando totalmente da mediocridade que impera em todo o trabalho. O que, convenhamos, é muito pouco em um disco com oito novas canções.

Sonic Highways é um dos piores discos que ouvi nos últimos anos. Ele redefine o conceito de álbum de rock ruim. Muito ruim. 

Acho que não era isso que Dave queria …

Nota 3

Comentários

  1. Cara, dá uma segurada na emoção. Não sei se você é músico, com certeza aposto que não. Veja a dinâmica usada nas músicas, o instrumental individualmente. Não, não é o melhor CD da banda, mas não é tão ruim como você fala. Músicas longas? concordo, até demais. Mas preguiça? Os caras gravaram em 8 estúdios diferentes ao redor do país, e não sei se você entende algo sobre a cultura americana, mas cada faixa traz consigo um pouco da história (pelas participações especiais que cada uma delas traz) e da sonoridade do estado/cidades homenageados. Não sei também se você é músico, ou toca algum instrumento pra entender disso, ou se pra você álbum bom é do Sum41 (rs).
    Então, se não gostou, vai uma dica de alguém que está acessando pela primeira vez o site: escolha palavras melhores. Crítica chata, como essa que você fez, afasta leitores. Li muitas outras críticas negativas a respeito do álbum em outros sites que não tiveram metade da arrogância que você teve no texto.

    Forte abraço!

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    1. gbiasotto seja muito bem vindo ao Collectors, realmente acredito que a preguiça descrita pelo Ricardo seja mais intelectual do que física. O fato de ter viajado a várias localidades não transforma a obra em algo louvável, talvez na logística do processo. As participações também não tendenciam a uma grande obra, vale lembrar que os últimos discos do Santana, e todas suas participações, são sofríveis. As palavras foram duras sim e são sempre que merecem, entretanto o amor a música faz com que eu visite esse site todos dias, religiosamente. Veja as críticas feitas ao último álbum do Baroness ou Opeth e entenderá essa paixão.
      Ah, e eu sou músico profissional a 19 anos, sustento 3 filhas lindas com essa paixão.
      Abraço parceiro.

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  2. Não sou músico, gosto do Foo Fighters e não do Sum41. Aproveita que você está conhecendo o site agora e dá uma fuçada nele, daí dá pra sentir qual é a minha pegada.

    E obrigado pelo acesso, seja bem-vindo.

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  3. O autor do texto falou em prepotência e eu acho que esse foi o ponto chave do disco. A ideia é revolucionária: contar a história da música americana tocando essa música com símbolos das mais variadas vertentes, mas acho que o ego falou mais alto, parece que os caras não quiseram tocar a bola com os convidados, talvez essa coisa de "herói do rock" tenha deixado Dave meio deslumbrado mesmo. Em tempo: existem caras muito mais competentes fazendo muito mais pelo rock atualmente do que o próprio Grohl, vide Jack White e Mike Patton. A questão é que carisma e vontade de aparecer fazem toda a diferença...

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  4. Concordo plenamente com a crítica. Depois da paulada que foi o Wasting Light ouvir esse treco não foi fácil.

    Ideias repetidas, pegada forçada... praticamente nada salva. Tb só gostei da Outside.

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  5. Sempre desconfio quando o marketing vêm antes da música...
    e aí está o resultado, realmente um disco muito aquém do já clássico Wasting Light.

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  6. Eu ja achava metade do Wasting light chato rs.....sempre achei q eles fazem cds medianos com músicas boas e ruins..mas esse novo se superou em ser chato!

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  7. Eu prefiro Dave Ghrol na cozinha: Nirvana, Killing Joke, Probot, Queens of Stone age que o digam. Abraço. Muito boa a crítica.

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  8. Sonic Highways tão chato quanto Ghost Stories. Só salvou Outside, que mesmo assim não achei a melhor coisa do mundo. Tô até ouvindo Lazaretto pra voltar ao meu estado de espírito normal.

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  9. Eu acho que as músicas funcionam muito bem separadas como estão sendo apresentadas no documentário, pois vc está sendo bombardeado com as informações sobre a cultura norte americana e isso enriquece muito. Não funcionou muito bem como um disco. Há músicas excelentes sim como Congregation, In The Clear e I Am River. Sonic Highways me parece a versão extendida do Sound City. Ideia genial, mas o que vale mesmo é o documentário.

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  10. Tive a mesma sensação do meu xará acima, o Dave Grohl tentou levar para o Foo Fighters a idéia do Sound City.

    Eu até gostei do álbum, ficou meio experimental para uma banda como o FF, mas é inevitável pensar que a banda consegue fazer melhor que isso. Não tem um hit sequer no álbum, uma "These Days" ou uma "Walk"... Isso fez falta.

    Não vou deixar de ouvir e curtir e irei ao show em janeiro, porém, quando ouvimos um álbum de uma banda, simplesmente gostamos e já queremos o próximo, tem algo errado.

    Acho que Congregation e Outside são as duas melhores músicas do álbum.

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  11. Na primeira vez que ouvi o disco todo não curti, achei fraco.
    Mas depois de duas, três audições já achei ele beem melhor, agora gosto de todas as músicas, menos da In A Clear, êêê musiquinha fraca.
    Congragation, Outside, the Feast and the Famine e what did i do/god as my witness são muuuito fodas!

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  12. Problema é comparar com o anterior, ouvir esperando Wasting light foi a ruína de muita gente que criticou negativamente o álbum... Ouçam agora depois de quase 10 anos, álbum é ótimo! Sempre achei ele mediano, somente bom, hoje acho ele ótimo, inferior ao Wasting Light que acho o melhor da banda, mas é um ótimo álbum!

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