Soen: crítica de Tellurian (2014)

Formado em 2010 por Martin Lopez, ex-baterista do Opeth, o Soen tem a sua formação completada pelo baixista Stefan Stenberg (que assumiu o posto que no primeiro disco foi de Steve DiGiorgio), pelo guitarrista Kim Platbarzdis e pelo vocalista Joel Ekelöf. Sucessor da estreia Cognitive (2012), Tellurian acaba de ser lançado e deve agradar quem curtiu o primeiro disco.

A proposta segue a mesma: um metal fortemente progressivo, com fartos elementos progressivos e ingredientes de nomes como Tool, Leprous e Riverside, além do próprio Opeth. As canções são sempre sustentadas pela dupla baixo-bateria, com grooves e andamentos quebrados e inusitados. A guitarra transita por essa base, entregando riffs e links de muito bom gosto, enquanto o vocal aposta em um timbre limpo e agradável. E está aí um possível problema do trabalho, pois as canções parecem pedir uma voz mais agressiva e violenta a todo o momento- “Kuraman”, dona de um riff sensacional, ficaria muito mais forte com uma voz grave e sombria, pelo menos no meu ponto de vista.

Mas, é bem provável, esta seja uma percepção particular deste que vos escreve. As composições são criativas, apresentam ideias interessantes e variam entre trechos mais agitados e outros mais calmos. O termo “metal”, na verdade, é até discutível de ser aplicado ao Soen, já que a banda soa ainda mais leve e atmosférica do que em sua estreia. 

Sem a mínima pretensão mercadológica/comercial e não abrindo mão de suas convicções, o grupo gravou o segundo capítulo de sua história focado estritamente no quesito artístico, indo mais fundo na estética apresentada em sua estreia e alcançando resultados tão bons ou ainda melhores que o disco anterior.

Tellurian é um álbum bastante interessante, daqueles que chegam pra fazer companhia ao ouvinte durante anos. 

Ouça, vale - e muito!

Nota 8,5


Por Ricardo Seelig

Comentários

  1. Ainda não conheço o som desta banda, vou procurar conhecer. Fiquei impressionado com a capa, muito bem bolada (embora o tema não seja original), bem desenhada, porém pesada ao mesmo tempo.

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  2. Estou ouvindo o disco agora no Spotify e estou gostando.
    A capa também me agradou. Interessante ver humanos, que comem diversos animais, sendo digeridos aos montes.

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  3. Bandaço! Os caras seguem a mesma proposta do TOOL! O TOOL é percursor de um estilo unico e é muito bom ver bandas que estão se dedicando a evolução do estilo.

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  4. Esse albúm é muito show. Vale frisar que o batera é o Martin Lopez, ex Opeth. Sendo eu grande fã de Opeth, tudo que tiver dedo Opeth no meio pra mim é ouro!

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  5. Lindo, perfeito, melancólico, pesado, progressivo, fantástico, vocais e arranjos fodas. Tellurian é um dos melhores discos já ouvidos por mim, recomendadíssimo!

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