Killer Boogie – Detroit (2015)

Para alguns mais céticos, o stoner não passa de um movimento musical para saudosistas que não se adaptaram às modernidades sonoras. Mas nada pode ser tão delicioso como ouvir músicos com pupilas dilatadas tocando despretensiosamente em suas garagens, a fim de criar grooves com um clima psicodélico.

O Killer Boogie segue a receita citada acima na sua estreia. Vindos direto da capital italiana, o trio formado por Gabriele Fiori (guitarra, voz), Matteo Marini (baixo) e Luigi Costanzo (bateria) consegue trazer uma porção de riffs empolgantes e uma guitarra com muito fuzz. Entre o acid rock e a crueza do proto-punk, destacando-se generosas influências de Blue Cheer, The Stooges, MC5, Cactus e dos mais recentes Radio Moscow.

O grande crânio com os dentes vitimados pelo tabaco e coroado com cores quentes, serve como um grande aperitivo para o que está por vir. "Bad Rebel" inicia o álbum em um ritmo estrondoso e rápido, tendo um ótima linha de baixo. O som retrô setentista é definitivamente escancarado em "Riding the Wind", com uma dose de guitarras que vai crescendo a cada instante. "My Queen" teve merecidamente um destaque na Classic Rock Magazine; aquele tipo de música que vai moer o seu auto-falante.

Algo interessante no álbum é que a maioria das faixas segue um mesmo padrão rítmico, mas sem que isso soe maçante. "Summertime" e “The Golden Age" seguem essa mesma linha consistente de riffs pesados e distorções trovejantes, complementados por um baixo sempre ofegante e denso, além de um característico vocal hipnótico. Destoando um pouco, "Silver Universe" traz vocais em camadas e tons semi-acústicos mais delicados. Já "Cosmic Eyes" transpira toda a vibe psicodélica dos italianos. Uma aula de como ser vintage.

Nota 8,5

Tracklist:
1. Bad Rebel
2. Riding The Wind
3. My Queen
4. Little Flower
5. Silver Universe
6. Cosmic Eye
7. Summertime
8. The Golden Age
9. Dynamite

Por Giovanni Cabral, do Trajeto Alternativo

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