The Sword - High Country (2015)


O The Sword acertou a mão violentamente em Apocryphon, disco lançado em 2012 e que marcou a estreia do baterista Santiago Vela III. Recheado de riffs e de uma precisa amálgama entre o peso do Black Sabbath e a saudável melodia proveniente das guitarras gêmeas características do Thin Lizzy, o álbum alcançou um resultado excelente.

Pois bem. High Country, liberado no último dia 21 de agosto, é o sucessor do até agora melhor trabalho da banda. Tarefa árdua, como bem sabemos. Produzido por Adrian Quesada, traz o quarteto norte-americano com o claro objetivo de não se repetir. Ainda que mantenha a sua identidade, o The Sword vai por um caminho distinto em seu novo disco, não pegando, em nenhum momento, os atalhos construídos por Apocryphon

Em sua maioria, as novas canções são mais curtas que as faixas do disco de 2012, mantendo o peso característico e o protagonismo das guitarras, outro elemento marcante da banda. O uso de diversos interlúdios, que às vezes se manifestam em forma de faixas experimentais e em outras em composições instrumentais, faz o disco descer em pequenos blocos pelo ouvido. Musicalmente, trata-se de um hard rock com clara influência da década de 1970, adornado por um tempero psicodélico constante. A banda sabe compor, sabe encaixar elementos, sabe construir grandes canções, e mais uma vez faz isso. Algumas faixas trazem um clima mais suave em relação aos discos anteriores, principalmente pelo uso dos já mencionados elementos provenientes da psicodelia.

O excesso de canções - 15 - faz com que o álbum acabe cansando um pouco, com composições que poderiam ter ficado de fora e poderiam aparecer como bônus em singles e afins. Mesmo assim, o resultado final é muito positivo, com destaque para pedradas como “Empty Temples”, a ótima faixa-título, “Tears Like Diamonds”, “Early Now” e “The Dreamthieves” (com um riff que mostra que os caras andaram ouvindo bastante Judas Priest durante o processo de composição), além da contemplativa sequência final, iniciada com a instrumental “Silver Petals” e fechando com a ótima “The Bees of Spring”.

Mesmo não alcançando o nível de brilhantismo de Apocryphon, o The Sword agrega mais um disco respeitável ao seu catálogo. High Country é um álbum com personalidade marcante, que talvez exija algumas audições para ser digerido, mas que possui inegável qualidade.


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