Steven Wilson - 4 ½ (2016)


Com pouco mais de 35 minutos, 4 ½, novo lançamento de Steven Wilson, é uma coleção de outtakes registrados nas sessões de gravação de seus últimos álbuns. São apenas seis faixas, sendo três delas instrumentais, todas oriundas do processo criativo que deu ao mundo os ótimos Grace for Drowning (2011), The Raven That Refused to Sing (And Other Stories) (2013) e Hand. Cannot. Erase. (2015).

Explicado o contexto, o que temos é Steven Wilson transitando pelo universo sonoro característico de sua carreira solo: o rock progressivo contemporâneo, rico em experimentações e marcado por performances instrumentais excepcionais de cada um dos músicos - incluindo aí feras de alto gabarito como o guitarrista Guthrie Govan e o baterista Marco Minnemann.

Logicamente, há ecos de canções já conhecidas, fato justificado pela natureza das faixas. “My Book of Regrets”, por exemplo, tem passagens que remetem à “3 Years Older”, música que está no último disco do artista. Ela, ao lado de “Don't Hate Me”, são as faixas mais longas e complexas do trabalho, ambas com mais de nove minutos de duração e as marcantes alternâncias de dinâmicas que tanto agradam Wilson e seus fãs. "Don't Hate Me", inclusive, é belíssima e teria lugar de destaque em qualquer um dos álbuns de Steven.

No outro lado da moeda, músicas como “Year of the Plague”, “Sunday Rain Sets In” e “Vermillioncore”, todas instrumentais, funcionam com paisagens sonoras que criam a trilha para os deslocamentos urbanos do dia a dia de cada um de nós.

Sem a pretensão e a profundidade de um álbum completo, 4 ½ traz boas ideias e faixas criativas (uma constante na carreira de Steven Wilson, é preciso frisar). Uma pequena joia, que levanta mais um alicerce na trajetória daquele que é o principal nome do rock progressivo atual.


Comentários