Review: Witchcraft - Nucleus (2016)


Quinto álbum da banda sueca Witchcraft, Nucleus foi lançado no dia 15 de janeiro pela Nuclear Blast e é o sucessor do ótimo Legend (2012). Mantendo a mesma formação que estreou no último disco - Magnus Pelander (agora somente nos vocais, deixando de lado a guitarra), Simon Solomon (guitarra), Tom Jondelius (guitarra), Ola Henriksson (baixo) e Oscar Johansson (bateria), o grupo, no entanto, soa um tanto diferente em seu novo trabalho.

A principal mudança é a escolha do Witchcraft em investir em composições longas, que se desenvolvem de maneira lenta e gradual. O peso segue (muito) presente, enquanto cada movimento é inserido suavemente, construindo longas introduções. Em alguns momentos isso funciona - é o caso da abertura com “Malstroem”, que em certos aspectos é similar ao que o Iron Maiden tem feito na última década - e em outros nem tanto - os quinze minutos de “Breakdown” desafiam a paciência do ouvinte.

Mesmo nas faixas mais curtas, a banda conscientemente traz acordes que constróem paisagens sonoras que se desenvolvem pouco a pouco, de maneira calma e crescente. Essa característica exige um certo estado de espírito para ouvir e digerir o disco, que inegavelmente traz boas canções.

No meio disso tudo, quem acompanha o grupo há anos encontrará algumas faixas mais diretas, como “Theory of Consequence”, “Chasing Rainbows” e “The Outcast”. Essa última, aliás, é a que mais se aproxima do que o Witchcraft apresentou em Legend. Com riffs soltos e arranjo carismático, chegou pra ficar e deve se transformar em uma das preferidas dos fãs.

Instrumentalmente, o principal destaque vai para a dupla de guitarristas, com riffs bastante pesados e longas passagens instrumentais repletas de solos. O belo timbre de Pelander, um excelente vocalista, segue como a cereja do bolo.

Em relação a Legend, Nucleus é um disco inferior. No entanto, por mais que algumas escolhas soem questionáveis, o resultado final é um bom álbum, que mostra o Witchcraft indo para um novo caminho. Os próximos anos e discos irão revelar onde a banda pretende chegar nessa jornada.


Comentários